Secult lançou livro “Desnaturada – Cultura e Natureza”, em live nesta terça, 27/12

28 de dezembro de 2022 - 09:26 # # # #

Com organização do Secretário da Cultura do Ceará, Fabiano Piúba, e do escritor Ailton Krenak, o livro é fruto do seminário realizado em novembro, no teatro Dragão do Mar, Cinema do Dragão e na Terra Tradicional Japuara.

 

A Secretaria da Cultura do Estado do Ceará (Secult Ceará), em parceria com o Instituto Dragão Do Mar e o Centro Cultural Dragão do Mar, lançou na noite desta terça-feira, 27, em transmissão ao vivo pelo YouTube da Secretaria, o livro “Desnaturada – Cultura e Natureza”, de organização do secretário da Cultura do Ceará, Fabiano Piúba, e do escritor Ailton Krenak. O livro é resultado do seminário “Desnaturada – Cultura & Natureza”, que ocorreu entre 25 e 27 de novembro e, segundo os escritores, “é um pouco dessa busca, do desejo, da vontade de pensar e de sentir a conexão dos filhos e das filhas desnaturadas que precisam se perceber e sentir que somos natureza”. O livro terá, inicialmente, uma tiragem limitada para distribuição em bibliotecas, mas um e-book estará disponível, em janeiro, no site da Secult Ceará. Confira na íntegra o momento: https://www.youtube.com/watch?v=a2LRZPlC7dM.

Fruto dos encontros e conversas que aconteceram no seminário, a publicação traz a transcrição das falas de convidados como a do escritor, biólogo e neurocientista Sidarta Ribeiro; da mestra em Ecologia e coordenadora da área de Biodiversidade no Instituto Socioambiental (ISA), Nurit Rachel Bensusan; da cozinheira e diretora do Mercado AlimentaCE Marina Araújo; do artista, artesão, educador popular, pesquisador da cultura alimentar Tremembé, Mateus Tremembé; do professor titular de Ecologia na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Fábio Scarano; da professora coordenadora do Núcleo de Africanidades Cearenses (Nace) da Universidade Federal do Ceará (UFC) e especialista em educação para a igualdade racial, Sandra Petit; das co-fundadoras do Grupo de Valorização Negra do Cariri / Grunec e Moradoras do Terreiro Encantado das Pretas, as irmãs Valéria e Verônica Carvalho; além de textos do próprio secretário Fabiano Piúba e Ailton Krenak.

Está presente também o texto do artista Fernando França, que atualmente desenvolve uma série intitulada “Encantes”, com trabalhos inspirados nas histórias e mitologia da Amazônia e que expôs “Notas da Floresta” durante o seminário. Assim como do cineasta e doutor em Estudos Culturais pela University of Wisconsin-Madison, Marcos Colón, que exibiu durante o seminário em novembro uma prévia de seu mais recente documentário “Pisar suavemente na Terra”. As percepções sobre a vivência na terra Anacé foram tema do texto assinado por Leonardo Soares Rodrigues e o antropólogo Ronaldo de Queiroz Lima, que assina a supervisão editorial do livro.

Durante a live com a presença de vários participantes do seminário que deu origem ao livro, o secretário da Cultura do Ceará, Fabiano Piúba, deu as boas-vindas a todas, todos e todes. “No seminário conversamos sobre essa relação entre cultura e natureza, partindo do princípio trazido pelo Ailton (Krenak) de que somos natureza. Estamos aqui afirmando de novo e celebrando isso. Quero agradecer demais a cada um dos autores e autoras que participaram desse projeto que para além de um objetivo acadêmico, ele tem mais um sentido e um sentimento de estarmos confluindo para essa dimensão de que a gente é natureza porque a natureza também é a gente”, destacou.

Já o escritor Ailton Krenak aprofundou a explicação sobre o tema debruçado. “É uma alegria estarmos encerrando esse ano duro de roer que foi 2022 e estar agora em torno desta publicação. Os textos estão quase na forma de transcrição do que organizamos. Eles são para que possamos pensar uma mudança de paradigmas. Para que possamos pensar o planeta Terra para além dos paradigmas constituídos. Uma observação sensível sugere que tudo é natureza e que nós humanos, quando separamos cultura e natureza, estamos criando uma coisa que não existe, é irreal. Essa palavra ‘Desnaturada’ que pode parecer estranha. Na verdade é uma provocação para a gente se aproximar mais disso que chamamos de natureza com sua potência e grandeza e que fomos indiferentes a ela principalmente no século XIX e XX. estou me sentido extremamente celebrado com o seminário e essa publicação porque me dá possibilidade de me expandir para além do circuito que consigo me comunicar”, ressaltou o autor e pensador indígena.