Salão Natércia Campos traz uma diversidade de lançamentos de autores cearenses

19 de novembro de 2022 - 22:11 #

Foto: Chico Gadelha

Mulheres, indígenas, crianças, com trabalhos de ficção, poesia, de pesquisa, clássicos, educacionais, pedagógicos, entre outros gêneros e propostas, passam pelo espaço, alinhado com a proposta de diversidade da Bienal do Livro.

Dedicado aos lançamentos de escritores da terrinha, o Salão Natércia Campos já é um espaço consolidado dentro da Bienal Internacional do Livro do Ceará, realizada pela Secretaria da Cultura do Estado do Ceará (Secult Ceará) e Instituto Dragão do Mar (IDM), e em 2022 não poderia ser diferente. Com programação aberta desde sábado (12), sempre das15h às 19h, o Salão é o lugar da literatura cearense por excelência na Bienal, ao apostar em um momento exclusivo de diálogo entre esses autores e seus públicos, tendo como mote trabalhos recentes em suas respectivas bibliografias. ⁠

O Salão já começou com força, ainda no sábado (13), com o lançamento de “Perpétua”, de Maggie Paiva, autora que integra o coletivo Mulherio das Letras. O título traz uma história de luta, amor, perdas, fé e recomeços, em meio aos garimpos e paisagens do Pará. O Mulherio, aliás, ocupou significativamente a Bienal, inclusive no Salão Natércia Campos. No domingo (13), por exemplo, outra integrante que passou por lá foi Letícia Bailante, com seu “Aprendi a gostar de estar em casa”; no próximo sábado (19), será a vez de Aline Leitão lançar “Versos Rasgados”, seguida de Argentina Castro e seu “Bomba D`Água Coração”, no domingo (20)

Mas nesta terça (15), feriadão, quem abriu a programação do Salão foi uma figura incomum: mais jovem autor a passar pela Bienal, David Gomes de Matos levou seu “O Passado dos Planetas” para uma plateia curiosa. O livro, voltado a jovens leitores como David, traz uma interessante narrativa dialogada entre os astros do Sistema Solar.

Outro destaque do dia foi o lançamento de “Oré – Îandé (Nós sem vocês – Nós com vocês)” de Ademário Payayá. Doutorando e mestre em Ciências da Educação, especialista em Educação, Pobreza e Desigualdade Social, pedagogo, escritor indígena, poeta, teatrólogo e presidente da Associação Arunã, Ademário traz, neste mais recente trabalho de sua carreira, sugestões para o ensino da temática indígena em todas as etapas da educação escolar – desde a Educação Infantil, Ensino Fundamental e Médio até Licenciaturas.

A obra, escrita em Guarani, Patxohã, Kiriri, Tupi e Português, foi viabilizada com recursos próprios, movida unicamente pela vontade do autor, um incansável militante das causas que envolvem os povos originários indígenas. No lançamento, Ademário estava acompanhado do também escritor Daniel Munduruku e do antropólogo Ronaldo de Queiroz (mediador). “Estamos hoje em um processo de abertura maior, esperamos que a partir do dia 1º de janeiro do próximo ano isso se transforme em políticas públicas de proteção às populações indígenas, às suas línguas, às suas culturas. Porque a gente entende que o Brasil só vai ser Brasil quando ele cumprir sua vocação de respeitar a sua diversidade cultural”, enfatizou Daniel.

A programação do Salão Natércia Campos terminou nesta terça (15) com o lançamento de “A Árvore dos meus Sonhos; Mesmo em Silêncio aprendi a sorrir; Quem Sou Eu”, de Leo Sampaio. Na quarta (16) passam por lá Regina Limaverde, com seu “Contares: Estórias amorosas e maliciosas nos tempos de pandemia”; Beatriz Alcântara, com “Lupe: poesia e paixão; Celma Prata, com “Bodum”; e os lançamentos das reedições de “Os Novos”, de Aldo Prado, e “A Poesia Cearense no centenário”, de Salles Campos.

Para saber mais da programação da Bienal Internacional do Livro Ceará, basta acessar AQUI (programação sujeita a alterações).