Com apoio da Secult, livro “O resgate histórico do Povo Anacé” é lançado na Bienal do Livro
13 de novembro de 2022 - 22:08 #Bienal #Bienaldolivro
A obra foi publicada com apoio da Secretaria da Cultura do Estado do Ceará e escrita pelo Cacique Antônio Ferreira da Silva. (Foto: Txai Costa)
Encantado há três anos, o Cacique Antônio Ferreira da Silva se fez presente entre os seus no lançamento do livro “O resgate histórico do Povo Anacé”, na tarde deste domingo (13), na XIV Bienal Internacional do Livro do Ceará. Não estava presente em corpo físico, mas em estado invisível, como ressaltou o Cacique Roberto Anacé, ao afirmar que o “invisível também existe”. A Bienal é uma realização da Secretaria da Cultura do Estado do Ceará (Secult Ceará) e do Instituto Dragão do Mar (IDM).
O livro foi publicado pela Secult Ceará e tem o prefácio do Secretário da Cultura do Estado do Ceará, Fabiano Piúba. Segundo o filho do autor, Climério Anacé, a narrativa conta a história de um cacique que levantou e organizou um povo. Ele relembrou que o Povo Anacé habitava o litoral cearense muito antes do período da colonização, sofrendo vários embates que reduziram a população até se localizarem na região hoje chamada de Caucaia.
“Dentro desse território, a gente tem a Pedra Branca, na lagoa do Parnamirim. Os antigos contam que, nesse processo de perseguição, o nosso povo optou por não se render. Foi feito um suicídio coletivo e os que não se suicidaram correram, fugiram e se esconderam. Daí cria-se o encanto da Pedra Branca, o encanto da grande cobra de ouro, que às vezes voa com uma tocha de fogo. Até 2004, até o grito de reconhecimento do nosso povo, a lagoa não secava, porque ela era guardada por esse encanto”, afirma.
O Cacique Roberto Anacé explicou que o grafismo utilizado na obra se chama “o olhar da natureza”. “Eu vinha em um caminho sozinho à noite e eu sentia que tinha pessoas olhando para mim. Os meus olhos diziam que não tinha ninguém, porque eu não via, mas eu sentia que tinha. Quem nunca foi sozinho no avião, com aquele mundo de gente, e você ainda se sentiu sozinho? Mas quando você se vê fora do avião, acha que tem muito mais gente te observando do que as que estão dentro do avião. Quem nunca andou em alto mar e, mesmo que esteja sozinho, sente que alguém está olhando para você? Você descobriu que o invisível também existe. Existem encantados”, explica.
O mediador e antropólogo Ronaldo Queiroz Lima destacou que o livro traz uma narrativa passada de avô para neto, por várias gerações, que vai contar de um pacto de encanto. Segundo ele, o autor teve a sagacidade de escrever sobre essa história, envolta pela mística em todo o território. “Transformar isso em literatura é fundamental para romper as barreiras da rigidez da civilização do ponto de vista do que se entende o que é uma terra indígena”, comenta.
Em sua 14ª edição, a Bienal Internacional do Livro do Ceará acontece de 11 a 20 de novembro de 2022 no Centro de Eventos do Ceará. Apresentada pelo Governo do Ceará, por meio da Secretaria da Cultura e do Instituto Dragão do Mar de Arte e Cultura (IDM), o evento acontece em parceria com a Secretaria de Educação do Ceará (Seduc), Secretaria de Turismo do Ceará (Setur), Secretaria de Ciência, Tecnologia e Educação Superior do Ceará (Secitece), Programa Mais Infância, Universidade Estadual do Ceará, Biblioteca Pública Estadual do Ceará (Bece), o Sistema Estadual de Bibliotecas Públicas do Ceará, a Câmara Cearense de Livro e o Sindilivros CE. O apoio é da RPS Eventos, Sesc Senac, Banco do Nordeste Cultural, Universidade de Fortaleza, Unilab, Universitária FM, TV Ceará, Jornal O Povo/Vida e Arte, Fundação Demócrito Rocha, Pixels Educação Tecnológica, Instituto Juventude Inovação, Secretaria Municipal de Educação e Prefeitura de Fortaleza.
Para saber mais da programação da Bienal Internacional do Livro Ceará, basta acessar AQUI (programação sujeita a alterações).
Serviço
XIV Bienal Internacional do Livro do Ceará
De 11 a 20 de novembro, de 9 horas às 22 horas
Centro de Eventos do Ceará
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bienaldolivro.cultura.ce.gov.br