Hub Cultural do Ceará deu início ao Webinário Jornada de Pensamento, nesta quarta (26)

26 de janeiro de 2022 - 18:15 #

Ascom Secult

Para investigar a expansão das produções artísticas em plataformas digitais, as novas possibilidades de difusão e consumo, novos modelos de negócios e processos de monetização, o Hub Cultural do Ceará -programa da Secretaria da Cultura do Estado do Ceará com foco no desenvolvimento da Economia, atualmente incubado no Centro Cultural Porto Dragão- deu início, nesta quarta-feira, 26/1, à segunda edição do webnário Jornada de Pensamento, com a mesa de abertura intitulada “Pensando a Economia da Cultura no pós-pandemia”, com o secretário da Cultura do Estado do Ceará Fabiano Piúba, o empresário, publicitário e produtor cultural Pedro Tourinho e socióloga Patrícia Maria. Até 28 de janeiro serão realizados seis encontros sobre Economia da Cultura. Acompanhe pelas redes sociais do Centro Cultural Porto Dragão. Confira na íntegra a mesa de abertura do Jornada de Pensamento: https://youtu.be/CAua29axf9c

Em seu encontro de abertura na segunda edição, o webnário Jornada de Pensamento mergulhou nas reflexões e apontou caminhos e possibilidades do fazer artístico no pós-pandemia. Em sua participação, o secretário da Cultura do Estado do Ceará, Fabiano Piúba lembrou da cantora Elza Soares, falecida no último dia 20. “Elza talvez seja uma das experiências mais vitais de economia da cultura, na perspectiva de que toda economia da cultura é uma economia solidária. Para mim, pensar a economia da cultura é compreender é que esta é solidária, mesmo na perspectiva de lucro, mas é solidária porque ela gera um ecossistema importante, que gera dimensões de emprego e renda, trabalho, de ocupação. A gente fala muito no Plano Nacional de Cultura, com suas dimensões simbólica, cidadã e econômica, mas parece que às vezes nós da cultura ficamos meio que um pouco envergonhados de tratar essa percepção da economia da cultura”, pontuou o secretário.

O empresário Pedro Tourinho destacou a importância de se perceber a economia da cultura em uma perspectiva ampla, junto, por exemplo, ao mercado do streaming. “Tenho falado muito para empresários e artistas de como a cultura é importante. O PIB do Brasil hoje tem 3% vindos da cultura. Isso é mais do que o setor imobiliário por exemplo. Isso não é levado em consideração e análise. Em outros locais do mundo, esse índice chega a 15%, ou seja, tem muita margem para crescer a economia da cultura no país. Vimos nos streaming por exemplo como a cultura tem tido um papel muito importante, mas a gente não chama de cultura. O que as pessoas chamam de economia criativa é economia da cultura. O que as pessoas chamam hoje de ‘creator economy’, é economia da cultura. Netflix e todo mercado de streaming que surgiu é economia da cultura. Em que ponto a gente dissociou uma coisa da outra? Parece que cultura é tudo aquilo que está relacionado ao fomento e não movimenta recursos. E essas outras economias que são baseadas na cultura parecem ser outro mundo. Mas estão extremamente associados. Quando a gente vai para o passo da criptomoeda, da tokientinização de arte, quando a gente começa a entender que propriedades digitais movimentam milhões, quando falamos de um metaverso digital, totalmente baseado em design, em narrativa, em jogos, em tecnologia, tudo isso que Gil e Juca começaram a comentar em 2002, não dá pra pensar nisso sem pensar em cultura. Por que dissociamos as coisas?”, comentou.

Já a socióloga Patrícia Maria falou sobre os desafios de se pensar a cultura na pandemia, citando o exemplo da Lei Aldir Blanc. “O agora da pandemia é sim a construção do futuro, porque quando pensamos em políticas emergenciais, são políticas para o futuro. Por isso citei a Lei Aldir Blanc. Ela é base para o que se está pensando no futuro, como mapeamentos podem ser pensador, porque são sim passos para uma cultura horizontal. O que aprendemos é que vem muito uma discussão sobre profissionalização e o que é ser artista. Essa discussão é uma ideia muito fluida. A gente consegue ver dentro da Lei Aldir Blanc, a gente tem uma reflexão sobre o que é ser artista. A discussão sobre profissionalização é urgente, tanto quanto o acesso à cultura”, afirmou a Patrícia Maria, que também trabalha na Secult Ceará e atua como produtora cultural, articuladora comunitária, educadora social e empreendedora.

Webinário Jornada de Pensamento – 2ª edição
26, 27 e 28 de janeiro
Mais informações e inscrições em sympla.com.br/portodragao