Teatro Carlos Câmara sediou debate sobre história e presente do chorinho no Ceará

24 de abril de 2014 - 16:39

Um passeio pela história do chorinho no Ceará, trazendo para reflexão o futuro deste gênero musical, marcou as atividades do Dia Nacional do Chorinho, dia do nascimento de Alfredo da Rocha Vianna Filho, o Pixinguinha, 23/4, com o debate “Chorinho e sua história no Ceará”, promovido pela Secretaria da Cultura do Estado (Secult), sob a coordenação de Xauí Peixoto, responsável pelos Pontos de Cultura da Secult. O debate foi realizado no Teatro Carlos Câmara, equipamento cultural reinaugurado recentemente pela Secretaria, na Rua Senador Pompeu, 454, no Centro de Fortaleza.

O debate contou com o jornalista e radialista Nelson Augusto, apresentador do programa “Brasileirinho”, da Rádio Universitária FM, que promove rodas de choro ao vivo, aos domingos das 10h às 12h; com o pesquisador Miguel Ângelo de Azevedo, o Nirez (diretor do Museu da Imagem e do Som do Ceará, MIS-CE, equipamento da Secretaria da Cultura do Governo do Estado) e com Pedro Madeira e Taui Castro, integrantes do Grupo de Pesquisa sobre Chorinho, da Universidade Federal do Ceará (UFC).

Entre lembranças e “causos”, o debate, que teve ainda a participação do ilustre bandolinista Macaúba, destacou a vitalidade do chorinho produzido no Ceará desde os anos 40 e sua forte presença na cena musical brasileira. Nirez fez referência à importância da música produzida em Sobral, que teve nomes de destaque nas famílias Donizete e Godim.

Já Nelson Augusto destacou o trabalho de dona Mazé do Bandolim, de Jucás, e falou do momento pulsante do chorinho nos dias de hoje. “O cenário do Chorinho conta com uma geração que vem experimentando novas roupagens para composições já consagradas”, destacou Nelson. Para ele, esse crescente interesse pelo gênero pode ser observado com o aumento de grupos que participam todos os domingos do programa “Brasileirinho”.

Pedro Madeira e Tauí Castro, integrantes do Grupo de Pesquisa sobre Chorinho, da Universidade Federal do Ceará, reforçaram a importância da universidade como espaço de profusão do gênero, bem como para o aprofundamento da pesquisa sobre o gênero no sentido de compreender a cena musical brasileira. “A universidade é o ambiente onde se pesquisa e se experimenta, por isso é o ambiente natural de revelação de novos talentos, e lá deve ser também o espaço para formação de plateia”, justificou Taui Castro.

Diálogo com novos chorões

Entre as boas notícias no Dia Nacional do Chorinho, Xauí Peixoto fez um convite em nome do secretário da Cultura, Paulo Mamede, para uma reunião no próximo dia 7/5, às 11h, na sede da Secult, em que os convidados poderão apresentar propostas para a produção e a difusão do chorinho no Ceará. Na reunião serão discutidas propostas feitas ao longo do debate desta quarta-feira, para difusão da produção de jovens chorões cearenses.

Ao final do debate, foi apresentado o documentário “Mestre Macaúba”, produzido por Rui Ferreira, que faz um registro da carreira do músico desde o ano de 2003. “Esse é um trabalho ainda experimental, que faz parte de um projeto maior, de produzir uma série de documentários sobre músicos cearenses que construíram suas carreiras aqui, e permanecem até hoje, como o próprio Macaúba, Tarcísio Sardinha e Carlinhos Patriolino”, revelou Rui Ferreira.