Casa de Juvenal Galeno

11 de janeiro de 2013 - 14:20

 

Juvenal Galeno

Nascido em Fortaleza, Ceará, em 27 de setembro de 1836, Juvenal Galeno foi poeta, contista e dramaturgo. Filho de abastado agricultor, aprendeu a ler (inclusive o Latim) em Pacatuba, e mais tarde ingressou no Liceu do Ceará. Em 1855, desembarcou no Rio de Janeiro, onde conheceu Paula Brito, Machado de Assis, Quintino Bocaiuva e Joaquim Manuel de Macedo, dentre outros, e passou a escrever para o Marmota Fluminense. Em 1856, ainda no Rio, publicou Prelúdios Poéticos, seu primeiro livro, marco inaugural do romantismo cearense. No ano seguinte regressou a Fortaleza, passando a atuar na política local. Em 1860, publicou A Machadada. Colaborou com diversos periódicos, entre os quais O Cearense, Pedro II, A Constituição e o carioca Revista Popular. Em 1861, publicou Quem com ferro fere, com ferro será ferido e A Porangaba e, quatro anos depois lançou Lendas e Canções Populares, ápice de sua maturidade poética. Canções da Escola, destinado às escolas públicas, foi publicado em 1871, ano em que também lançou Cenas Populares, o primeiro livro cearense de contos. No ano seguinte publicou a coletânea Lira Cearense. Padeiro-mor honorário da Padaria Espiritual (1895), participou do Clube Literário e foi um dos fundadores do Instituto do Ceará (1887). De 1889 a 1908 foi diretor da Biblioteca Pública do Estado, afastando-se ao ser vitimado por cegueira definitiva. Entretanto, em 1891, publicou Folhetins de Silvanus, livro de sátiras sociais e políticas. Faleceu em 7 de março de 1931. Em 1969, por ocasião do 50º aniversário da Casa de Juvenal Galeno, foram publicados os inéditos Medicina Caseira e Cantigas Populares.


A Machadada: poema fantástico – A Porangaba: lenda americana

Autor: Juvenal Galeno
Título: A Machadada: poema fantástico / A Porangaba: lenda americana – 3ª edição
Série: Memória
Organização e coordenação editorial: Raymundo Netto
Edição: Secult
Assunto: Literatura – Poesia


Sinopse: A Machadada narra que uma das paradas para revista do 3º Batalhão da Guarda Nacional, na praça da Matriz, aconteceria justamente no dia e horário marcados para um almoço, na casa da Lagoa Funda, Jacarecanga, para o qual era convidado do Dr. Coutinho. Galeno faltou à parada e participou do almoço com vários amigos, contrariando seu comandante, João Antônio MACHADO que, como pena disciplinar, mandou recolhê-lo durante seis dias na prisão do Estado-Maior da tropa. Com apenas 24 anos, Juvenal revolta-se e, como resposta, escreve e publica A Machadada: poema fantástico, onde, entre outras coisas, compara o “miserando João” com um camelo. Seus amigos, em pirraça, distribuem a publicação que é, possivelmente, a primeira obra literária impressa no Ceará.

A Porangaba: lenda americana, trata-se de poemeto indianista . A lenda, contada por um caboclo a Galeno, discorre sobre a história trágica de Porangaba, bela índia tabajara, que é oferecida, aos quinze anos, ao português visitante, tradição da tribo. O aventureiro, porém, parte, na manhã seguinte, deixando triste a índia que o esperaria durante três anos, até ser presenteada a Pirahuá, guerreiro tabajara. Porangaba o aceita com apatia, pois sua alma havia sido oferecida ao branco ingrato. Passados mais três anos, o português regressa à procura de Porangaba e, ao encontrá-la, suplica seu perdão e jura seu amor. Amam-se, às margens da lagoa de Arronches, sendo surpreendidos por Pirauhá que reage brutalmente num desfecho emocionante.

 

Cantigas Populares

Autor: Juvenal Galeno
Título: Cantigas Populares – 2ª edição
Série: Memória
Organização e coordenação editorial: Raymundo Netto
Edição: Secult
Assunto: Literatura – Poesia


Sinopse: Obra póstuma, Cantigas populares também foi lançado durante as comemorações dos 50 anos de fundação da Casa de Juvenal Galeno. Composta por poesias com temáticas variadas, do lírico ao folclórico, a data de sua publicação corresponde com o período em que se encontrava totalmente cego. Alguns poemas, como O Cearense, obtiveram bastante repercussão entre seus leitores, o que levou à sua reprodução, juntamente com a 2ª edição de A Porangaba, em 1991.

 

 

Cenas Populares – 4ª edição

Autor: Juvenal GalenoTítulo:
Série: Memória
Organização e coordenação editorial: Raymundo Netto
Edição: Secult
Assunto: Literatura – Conto


Sinopse: Primeiro livro de contos cearenses, Cenas Populares foi publicado em 1871. Obra composta por oito contos, dentre eles Os Pescadores, Senhor das Caças, Folhas Secas, Clara e O Serão. Único livro de Juvenal Galeno totalmente em prosa.

 

 

 

Folhetins de Silvanus

Autor: Juvenal Galeno
Título: Folhetins de Silvanus – 3ª edição
Série: Memória
Organização e coordenação editorial: Raymundo Netto
Edição: Secult

Assunto: Literatura – Poesia e Prosa

Sinopse: Livro de sátiras e críticas de costumes, em verso e prosa, Folhetins de Silvanus é uma coletânea de textos extraídos do jornal A Constituição, publicados por Galeno, sob pseudônimo. Obra, até então de pouco acesso, com sua publicação era possível perceber, pelo olhar atento do poeta, a mudança dos tempos – final do século XIX – e conhecer um pouco mais do homem por trás das letras, em suas angústias e reflexões.

 

 

Lendas e Canções Populares

Autor: Juvenal Galeno
Título: Lendas e Canções Populares – 5ª edição
Série: Memória
Organização e coordenação editorial: Raymundo Netto
Edição: Secult
Assunto: Literatura – Poesia


Sinopse: Lendas e Canções Populares é considerada, por muitos, a obra-prima do escritor cearense. Com poesia simples, nativista, aparentemente ingênua e profundamente social, chegou a ser utilizada como instrumento de agitação. Em meio à campanha abolicionista em Fortaleza, recitavam-se, lado a lado, a poesia de Castro Alves e a de Juvenal Galeno. Antônio Sales, em Retratos e Lembranças: reminiscências literárias, afirma que “Juvenal foi, talvez, o primeiro poeta abolicionista do Brasil”.

 


 

Lira Cearense

Autor: Juvenal Galeno
Título: Lira Cearense – 2ª edição (fac-similar)
Série: Memória
Organização e coordenação editorial: Raymundo Netto
Edição: Secult
Assunto: Literatura – Poesia


Sinopse: Na Província, Juvenal Galeno se tornara figura dominante no meio literário,
chegando a montar a Tipografia do Comércio, para publicar suas obras. Ali foram impressas oito edições semanais (janeiro e fevereiro de 1872) do periódico Lira Cearense, que era distribuído aos domingos, sempre com novas produções poéticas. Nelas, encontravam-se poesias de 1866 e 1872, sob o título de Canções Populares (Lira Popular). A partir de março, entretanto, o folheto passou a ser mensal e apresentava poesias intituladas Ecos Silvestres (Lira Americana).

Medicina Caseira

Autor: Juvenal Galeno
Título: Medicina Caseira – 2ª edição
Série: Memória
Organização e coordenação editorial: Raymundo Netto
Edição: Secult
Assunto: Literatura – Poesia

Sinopse da obra: Livro póstumo, lançado por ocasião dos 50 anos de fundação da Casa de Juvenal Galeno. Reúne poesias sobre temas medicinais e meizinhas, inspiradas em anotações e recortes de jornais e revistas que o poeta havia anos colecionava, crente que era na medicina caseira e na necessidade do povo dar continuidade à prática. Embora na época a medicina já avançasse em tecnologia, tal avanço custava caro e a população carente não teria recursos para usufruir dos “milagres” anunciados pela elite científica.

 

 


Prelúdios Poéticos

Autor: Juvenal Galeno
Título: Prelúdios Poéticos – 2ª edição
Série: Memória
Organização e coordenação editorial: Raymundo Netto
Edição: Secult
Assunto: Literatura – Poesia


Sinopse: Livro de estreia de Juvenal Galeno, impresso em 1856, na Tipografia Americana de José Soares de Pinho, Rio de Janeiro, pago com o dinheiro que seu pai lhe dera para que viajasse e conhecesse as novas técnicas agrícolas de cafeicultura. Sânzio de Azevedo, ao apresentar a 2ª edição de Prelúdios Poéticos, afirma: “Juvenal Galeno, já em seu livro de estreia, fazia palpitar, ainda que timidamente em seus versos de principiante, a alma do povo cearense, da qual ele seria, nove anos mais tarde, o legítimo intérprete, nas Lendas e Canções Populares. Essa obra é o marco do Romantismo no Ceará.

 

 

Quem com Ferro Fere, com Ferro será Ferido

Autor: Juvenal Galeno
Título: Quem com Ferro Fere, com Ferro será Ferido / Canções da Escola – 3ª ed.
Série: Memória
Organização e coordenação editorial: Raymundo Netto
Edição: Secult
Assunto: Dramaturgia – Literatura – Poesia


Sinopse: Nesse livro o autor denuncia e critica o abuso da autoridade dos delegados nas pequenas cidades do interior, a utilização do recrutamento e da cadeia pública como instrumentos de vingança, a omissão e a parceria dos latifundiários, dos ricos e dos padres aos desmandos do poder, a hipocrisia e discriminação social, a deficiência e corrupção da justiça, o estado de pobreza e penúria da maior parte da população indefesa. É o jovem Galeno, aos 23 anos, em condições financeiras privilegiadas, mas já manifestando sua posição de defensor de um povo oprimido. Seus manuscritos originais, datam de 1859, ano em que a Comissão Científica estaria chegando ao Ceará, o que comprova o espírito “popular” que já existia em Galeno, independentemente de qualquer influência de Gonçalves Dias, como apregoavam alguns pesquisadores.