Programa aBarca regionaliza investimentos na cultura com foco na capacitação dos jovens cearenses
15 de julho de 2024 - 10:29 ##abarca #formação
Texto: Antônio Laudenir, Ascom Secult; Fotos: Acervo/Escola Porto Iracema das Artes
Ampliando o número de regiões atendidas no estado a cada edição, projeto com ações formativas da Porto Iracema das Artes marca o início profissional de cearenses entre 15 e 29 anos
A Porto Iracema das Artes é um espaço de formação e criação em artes do Governo do Ceará. Instituição da Secretaria da Cultura (Secult), gerida em parceria com o Instituto Dragão do Mar (IDM), a escola atua como um fértil espaço de trocas, experiências estéticas e circulação de ideias e pensamentos.
Esse trabalho acontece a partir de três esferas formativas: Programa de Formação Básica, Cursos Técnicos e Laboratórios de Criação. Em 2017, visando expandir suas ações e potencializar a cena artística dos municípios e territórios periféricos do estado, a Porto Iracema cria o “aBarca – Travessias do porto”.
O programa atende jovens entre 15 e 29 anos em situação de vulnerabilidade social. A partir de percursos formativos de iniciação às artes, aproxima e proporciona encontros entre os projetos artísticos desenvolvidos na escola e os que já existem nas cidades e regiões visitadas.
Unindo assistência social, educação e cultura, o aBarca segue ampliando fronteiras e alcançando jovens artistas e projetos que pulsam para além da capital. As duas primeiras edições aconteceram em Itapipoca e Paracuru. Em 2018, desembarcou por Quixadá, Quixeré e novamente Paracuru.
A partir de 2022, o processo de regionalização do aBarca avança por Caucaia, Maranguape, Maracanaú, Itapipoca, Sobral, Quixadá, Iguatu, Crato, Juazeiro do Norte e Fortaleza (com ação nos Bairros Vicente Pinzón, Genibaú e Curió). Em 2023, foram ofertados 93 cursos que somaram 1.200 matrículas e 2.400 h/aula.
aBarca em ação
Em 2016, a Escola Porto Iracema das Artes realizou uma série de oficinas de teatro, artes visuais, audiovisual e games, voltadas para a juventude, nos bairros de Vicente Pinzón e Bom Jardim, em articulação com o Programa Ceará Pacífico. A ação marcou uma articulação com territórios que hoje fazem parte da atuação do aBarca.
Mas é o ano de 2017 que marca a criação do “aBarca – Travessias do porto”. Em outubro daquele ano, a imersão coletiva dos projetos “Afrontamento” e “Ode ao Mar Atlântico”, dos respectivos Laboratórios de Dança e Música, ocorreu na comunidade quilombola Águas Pretas e a Casa Ilê Axé Ogum, em Itapipoca (CE). O processo também contou com a participação da Cia Balé Baião.
Em novembro, o segundo aBarca levou oficinas gratuitas de dança, teatro e música para o município de Paracuru. A Escola de Dança de Paracuru sediou as oficinas “Composição e Improvisação em Dança”, com a dançarina e coreógrafa Andréa Bardawil; “Técnica Vocal”, com Ângela Moura; e “Introdução à Dramaturgia”, com Andrei Bessa.
Na Escola de Música de Paracuru, ocorreram as oficinas “Prática de Conjunto de Sopros”, com Giltácio Santos e “Como montar um show – do roteiro à produção”, com Mona Gadelha.
Em 2018, Paracuru, Quixadá, Quixeré, Aurora e Juazeiro do Norte foram as cidades visitadas durante a terceira edição do programa. Naquela oportunidade, foram produzidas sete formações gratuitas nas linguagens da música, teatro, cinema e dança.
As oficinas ministradas foram: “Composição Musical”, com Hoto Júnior; “Composição e Improvisação em Dança”, com Andrea Bardawil; “Balé Clássico na Cena Contemporânea”, com Wilemara Barros; “Procedimentos de Criação para Cenas”, com Edivaldo Batista; “Quem é o dono da voz – Caminhos para um corpo-voz na perspectiva do teatro de bonecos”, com Maria Vitória; “Roteiro Cinematográfica Básico”, com Iziane Mascarenhas; e “Interpretação para Cinema”, com Pedro Domingues.
aBarca ampliado
Em constante evolução, o aBarca retomou a estrada em 2022. 121 cursos em artes visuais, audiovisual e teatro foram organizados em Fortaleza, Maranguape, Maracanaú, Caucaia, Itapipoca, Sobral, Quixadá, Iguatu, Crato e Juazeiro do Norte. Outro importante incremento nessa política pública foi a inclusão de 1.500 bolsas no valor de R$ 200,00 para os jovens participantes.
Almejando repercutir na cena artística e cultural, em cada município que está inserido, o aBarca é pensado dialogicamente e de forma estratégica, considerando o contexto e a necessidade de cada território. Os processos de formação são norteados por três operadores: corpo, território e imaginação.
Em 2023, foram efetivados 16 percursos formativos por seis regiões do estado. O trabalho contemplou territórios de Fortaleza (Bairros Vicente Pinzón, Genibaú e Curió), Caucaia, Maranguape, Maracanaú, Itapipoca, Sobral, Quixadá, Iguatu, Crato e Juazeiro do Norte. 93 cursos chegaram à população.
As formações incluem experiências de fruição, criação artística e orientações sobre modos de inserção na economia da cultura. Todos os percursos culminam com a exibição pública de trabalhos artísticos desenvolvidos durante as aulas.
Entre julho e dezembro de 2023, foram realizadas quatro exposições de artes visuais (em Quixadá, Juazeiro do Norte, Crato e Maranguape), quatro experimentos cênicos (Iguatu, Genibaú, Caucaia e Sobral) e cinco exibições públicas de produtos audiovisuais (em Quixadá, Itapipoca, Maracanaú, Fortaleza/Curió e em formato online).