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Com apoio da Secult, 4ª edição do Festival Internacional Imaginários Urbanos reflete sobre a performance como dispositivo para a criação de comunidades do futuro

30 de novembro de 2022 - 12:01

Uyrá – Documentário

Com o tema “Comunidades Porvir”, a programação conta com performances, residências, rodas de conversa, videoperformances e exibição de documentário de 29 de novembro a 09 de dezembro. A mexicana Violeta Luna, o paraense Juliano Bentes e a artista indígena Uýra Sodoma são destaques da agenda gratuita

Pensando a relação das artes urbanas no contexto de retomada de convívio social, o Festival Internacional Imaginários Urbanos chega à sua 4ª edição com uma programação plural, que vai circular por diversos espaços de Fortaleza entre os dias 29 de novembro e 9 de dezembro. A abertura acontece na terça-feira (29), a partir das 16h, na Praça do Ferreira e no Cineteatro São Luiz, e conta com a presença da artista indígena contemporânea Uýra Sodoma e sua performance “Ponto Final, Ponto Seguido”, além da exibição do documentário “Uýra – A Retomada da Floresta”, com direção de Juliana Curi.

Com o tema “Comunidades Porvir”, o festival traz a proposta de apontar para a reflexão acerca de como a performance pode ser dispositivo de criação de comunidades porvir, a partir de processos de partilhas coletivas e de exercícios públicos de imaginações políticas para além dos regimes de poder estabelecidos. Deste modo, insere-se em um circuito de debates poéticos, políticos, estéticos, históricos e sociais buscando práticas performáticas relacionais, comunitárias, participativas e interventivas sociais que re-imaginem o mundo e criem formas, calcadas na diferença, de se fazer sociedade.

A programação conta ainda com dois eixos: formação e difusão. O eixo formativo conta com a residência artística “O Corpo em ação: direções para uma cartografia pessoal”, da performer mexicana Violeta Luna, em parceria com o Instituto Mirante e o Centro Cultural Porto Dragão. A formação acontece entre os dias 30 de novembro e 3 de dezembro e, no dia 4, será apresentado o resultado da residência. Já o performer paraense Juliano Bentes/Skyyssime vai ministrar a residência imersiva “Themonização“, focada no debate sobre o movimento da arte drag, além de experimentações e criações de intervenções urbanas. A formação acontece na Vila das Artes, entre os dias 29 de novembro e 02 de dezembro, com resultado apresentado no dia 03 de dezembro.

Parte do eixo de difusão, a “Mostra de Videoperformance” acontece durante os dias 01 e 06 de dezembro no Museu da Imagem e do Som do Ceará (MIS CE). A Mostra conta com curadoria de Eduardo Bruno, Aires e Waldírio Castro e exibirá as obras “Negrume da Guerra” de Victor Freitas, “O verbo se fez carne” de Ziel Karapotó, “Negro” de Marcelo Diogo, “How to Heal the Word Bank” de Graham Bell Tornado e “Sinfonia do Encontro – Primeiro Ato” de Augusto Leal. Além dos artistas selecionados através de convocatória, três mais se somam por escolha da curadora: Isadora Ravena, Cia dxs Terroristas e Thais Iroko.

Nos dias 03 e 04, a Mostra também conta com as Rodas de Conversas “Imaginários Abertos”: “Criação em Videoperformance”, com os artistas Maria Macedo e Lívio Pereira e mediação de Marie Auip, e “Processos curatoriais em Videoperformance”, com os curadores Aires e Waldírio Castro e mediação de Eduardo Bruno.

O Festival conta com o recurso do XII Edital de Incentivo às Artes da Secult CE, com o qual promoverá a “Mostra de Performance Urbana” entre os dias 5 e 8 de dezembro, em espaços diversos por Fortaleza, com curadoria de Eduardo Bruno e Marie Auip, além da publicação de um livro com depoimentos e artigos dos artistas e pesquisadores participantes.

Criado em 2018, o Imaginários vem se estabelecendo no cenário nacional dos festivais de performance, principalmente pelo olhar voltado para as relações da arte com a cidade, tanto no que diz respeito à forma quanto aos diálogos que propõe. Durante sua trajetória, ele vem fortalecendo a presença no calendário dos eventos culturais do Ceará, promovendo a circulação de trabalhos de performance, processos formativos e produção bibliográfica potencializando a linguagem no Ceará.

SOBRE A PROGRAMAÇÃO

Performance “Ponto Final, Ponto Seguido”, de Uýra

Com 45 minutos de duração, a performance acontecerá na Praça do Ferreira, em frente ao Cineteatro São Luiz, equipamento da Secretaria da Cultura do Ceará (Secult Ce) gerido pelo Instituto Dragão do Mar (IDM). Apresentada pela artista indígena Uýra, a performance pensa e ativa ressurgimentos de Vida coberta pelas materialidades e imaginários coloniais – as terras, memórias, águas e florestas que dormem debaixo dos asfaltos. Há participação e interatividade entre e com o público. Já apresentada em festivais e demais programações de 3 países, teve sua passagem marcada nas seguintes instituições e cidades: Kunstraum Museum (Innsbruck – Áustria), Castelo Di Rivolli Museo d’Arte Contemporanea (Itália); Museu Paranaense (Curitiba), SESC Rio Preto (Rio Preto, SP), e SESC Vila Mariana (São Paulo – SP).

Documentário “Uýra – A Retomada da Floresta”

Após a performance na Praça do Ferreira, o público é convidado a assistir no cinema o documentário “Uýra – A retomada da floresta”, com direção de Juliana Curi. No documentário, Uýra, uma artista trans indígena, viaja pela floresta amazônica em uma jornada de autodescoberta usando arte performática e mensagens ancestrais para ensinar jovens indígenas e enfrentar o racismo estrutural e a transfobia no Brasil.

Residência “O Corpo em ação: direções para uma cartografia pessoal”, de Violeta Luna

Destinada a estudantes e profissionais da arte interessados na arte performática e propostas teatrais, a residência abordará temas como o corpo (exercícios vivenciais, presença e energia interna), o espaço (relação com o ambiente, intervenção dos espaços públicos e privados), o tempo (real, fictício e ritual) e a ação (criação in loco, reação, estímulos reais e fictícios, interação com o público e manejo de improvisação com o imprevisível), assim como práticas de ação usando objetos comuns, culminando em uma apresentação pública do material gerado nas aulas.

Residência “Themonização”, de Juliano Bentes/Skyyssime

Movimento cultural iniciado em Belém do Pará em 2014, as Themônias vêm movimentando a cena artística paraense em diversas linguagens e viéses. Ser Themônia é ser mutante, é ser mutável. Nascida dentro da arte drag, a residência foca em debater sobre a história do movimento, da montação e da performance drag em Belém, assim como também em exercitar a criação de maquiagens e experimentações de criação de intervenções urbanas.

Confira a programação completa:

29/11 – terça-feira

14h às 17h – Residência Juliano Bentes/Skyyssime na Vila das Artes

16h – Performance Uýra na Praça do Ferreira

19h – Exibição do documentário “UÝRA – A Retomada da Floresta” no Cineteatro São Luiz

30/11 – quarta-feira

9h30 às 12h30 – Residência Violeta Luna no Centro Cultural Porto Dragão

14h às 17h – Residência Juliano Bentes/Skyyssime na Vila das Artes

01/12 – quinta-feira

9h30 às 12h30 – Residência Violeta Luna no Centro Cultural Porto Dragão

14h às 17h – Residência Juliano Bentes/Skyyssime na Vila das Artes