Cearense Jefferson de Albuquerque Júnior é homenageado na celebração de cinco anos da Semana do Audiovisual do Cineteatro São Luiz

14 de outubro de 2020 - 16:47 # # #

(Imagem: filme Dona Ciça do Barro Cru)

 

Um dos grandes pioneiros da cena audiovisual cearense, Jefferson de Albuquerque Júnior é também roteirista e diretor de 21 curtas e médias metragens, com destaque para a clássica “Trilogia do Cariri”, formada pelos premiados filmes “Dona Ciça do Barro Cru”, “Músicos Camponeses” e “Patativa do Assaré – Um Poeta do Povo”. Realizada em 16mm na década de 1980, a trilogia, que contou com nomes como Hermano Penna na direção de fotografia e Sérgio Rezende na produção executiva, será exibida pelo Cineteatro São Luiz, equipamento da Secretaria da Cultura do Estado do Ceará (Secult), neste mês de outubro a começar com “Dona Ciça do Barro Cru” nesta quinta-feira (15), às 20h.

A programação especial celebra os cinco anos da faixa de programação “Semana do Audiovisual Cearense” cuja estreia se deu em outubro de 2015, por ocasião da celebração do “Dia do Audiovisual Cearense”, no dia 15 de outubro. “De lá para cá essa programação específica sempre se fez presente nos meses de outubro, com a promoção de filmes de curta, média e longa metragem de autores cearenses, lançando novos trabalhos – como foi o caso do primeiro filme de longa metragem de animação 3D do Ceará, ‘13 – Um dia que mudou o mundo’, do chargista Sinfrônio –  e também reverenciando mestres e pioneiros do cinema cearense, como a mostra que realizamos com os filmes do Hermano Penna, entre eles o clássico ‘Sargento Getúlio’”, afirma Duarte Dias, Programador e Curador do Cinema do Cineteatro São Luiz, que completa sua fala em referência ao novo formato que a mostra assumiu em 2020: “Em decorrência da Pandemia do Coronavírus, essa programação migrou para as plataformas digitais e vem oferecendo, desde o mês de abril, conteúdo audiovisual cearense diverso, possibilitando ao público acesso a obras recentes e também históricas do cinema cearense”.

Com o novo formato, a Semana do Audiovisual Cearense ganhou dia, horário e local fixo para novas estreias, sendo sempre às quintas-feiras, às 20h, no canal de YouTube e no site do Cineteatro. Todos os 21 filmes que já passaram pela mostra encontram-se disponíveis para acesso nas plataformas listadas anteriormente.

O cineasta homenageado

Jefferson de Albuquerque Júnior possui mais de 40 anos como profissional do cinema cearense e brasileiro, tendo participado, como Cenógrafo, Diretor de Arte, Produtor Executivo, Diretor de Produção e Diretor Assistente de 35 filmes de longa metragem, entre os quais “Eles Não Usam Black-Tie” de Leon Hirszman; “Amantes da Chuva” de Roberto Santos; “Luzia Homem” de Fábio Barreto; a mini serie “O Pagador de Promessas”, de Dias Gomes e direção de Tizuca Yamazaki e “Aos Ventos que Virão”, de Hermano Penna, entre outros.

Militante do audiovisual brasileiro, foi membro da Comissão de Reestruturação da “Embrafilme” e presidente da Associação Brasileira de Documentaristas e Curta-Metragistas tanto no Ceará quanto em Brasília, onde residiu. De volta ao Cariri, onde nasceu, foi Secretário Municipal de Cultura, Turismo e Esporte de Barbalha-Ce.

Também ambientalista e radicado no Estado do Espírito Santo há vários anos, Jefferson de Albuquerque Júnior coordenou, de 2005 a 2008, um projeto na região do Caparaó, onde orientou com Oficinas de Realização Audiovisual a produção de 32 filmes ambientais entre os alunos da região.

 

Serviço

Onde: no site do Cineteatro https://www.cineteatrosaoluiz.com.br/semana-do-audiovisual-cearense e em seu canal no YouTube https://www.youtube.com/c/CineteatroSãoLuizFortaleza

Acesso gratuito

 

Dia 15/10 (quinta), às 20h

[Semana do Audiovisual Cearense] Dona Ciça do Barro Cru – Jefferson de Albuquerque Jr

● Curta-Metragem | Documentário | Brasil | 1979 | 10’09” | Prêmio Funarte 1980 | Prêmio Concine 1982

● Direção, argumento e roteiro: Jefferson de Albuquerque Jr | Direção de fotografia: Hermano  Penna | Assistência de fotografia: Armando Lacerda | Som direto: Jimmy | Produção: Jefferson Albuquerque Jr. | Direção de produção: Gouveia, Carlos Augusto | Produção executiva: Sérgio Rezende | Assistência de produção: Antonio José Albuquerque | Companhia produtora: Morena Filmes | Distribuição: Companhia(s) distribuidora(s): Embrafilme – Empresa Brasileira de Filmes S.A.

● Sinopse: No Vale do Cariri, região mística e fértil do Sul do Ceará, mora Dona Ciça, uma artista popular, ceramista, com uma grande peculiaridade: não leva ao forno a sua cerâmica. Na sua arte representa todos os folguedos populares da região, os tipos característicos e as principais atividades da população. Suas cores são vivas e únicas, as tintas são fabricadas por ela, usando corantes, cola e cachaça (que diz tirar o mau cheiro das tintas). Dona Ciça não só pinta suas peças como faz aplicações com penas, palitos, mola de arame (para o pescoço dos capotes), contas a fio de algodão. O mais interessante em Dona Ciça é o relacionamento dela com os bonecos de barro. Todo ano faz um grande casal de noivos apaixonados acompanhado do padre, testemunhas, garota da salva e realiza uma festa de casamento, regada a galinha e vinho de jurubeba. Faz a representação convidando algumas pessoas para falarem pelos bonecos, que carinhosamente chama de “meus filhos”. Tanto estes, como outros de maior porte ela não vende, pode chegar a dar de presente a alguma pessoa que lhe agrade. Todos os sábados e segundas-feiras, Dona Ciça coloca suas peças dentro de um balaio e se encaminha às feiras de Barganha e Crato. Atualmente as vendas nas feiras são mínimas, as crianças já não usam tanto seus bonecos para brincar, seus maiores compradores são os turistas e as pessoas que vão ao Cariri pesquisar sobre arte popular ou misticismo religioso, tudo que gira em torno da figura de Padre Cícero. O filme retrata o cotidiano de Dona Ciça, o seu relacionamento com o meio em que vive, os personagens da região. A sua alegria e sua tristeza.

Dia 22/10 (quinta), às 20h

[Semana do Audiovisual Cearense] Músicos Camponeses – Jefferson de Albuquerque Jr.

● Curta-Metragem | Documentário | Brasil | 1984 | 14’85” – Prêmio Concine 1984 | Melhor Som Direto e Melhor Fotografia no I Festival de Cinema Brasiliense (1984)

● Direção e roteiro: Jefferson de Albuquerque Jr. | Argumento: Cristina Prata e Jefferson de Albuquerque Jr. | Direção de fotografia: Hermano  Penna | Montagem: Renato Neiva Moreira | Som direto: Lia Camargo | Direção de produção: Robson Gomes de Azevedo | Direção Musical: Pe. Ágio Moreira e Izaíra Silvino

● Sinopse: Documentário sobre o trabalho do Padre Ágio Moreira com os agricultores do Sítio Belmonte – Crato – Ceará, através da música na Sociedade Lírica do Belmonte.

 

Dia 29/10 (quinta), às 20h

[Semana do Audiovisual Cearense] PATATIVA DO ASSARÉ – UM POETA DO POVO

● Curta-Metragem | Documentário | Brasil | 1985 | 17’06”

Prêmio Concine 1985 | Melhor Filme pelo júri popular e Melhor Fotografia na Jornada de Cinema da Bahia (1985) | Prêmio Paula Emílio Salles Gomes do Governo do Estado de São Paulo (1985)

● Direção: Jefferson de Albuquerque Jr. | Argumento e roteiro: Jefferson de Albuquerque Jr. e Rosemberg Cariri | Direção de fotografia: Hermano  Penna | Montagem: Marcio Cury | Som direto: Lia Camargo | Direção de produção: Robson Gomes de Azevedo | Direção Musical: Pe. Ágio Moreira e Izaíra Silvino

● Sinopse: Documentário sobre o  poeta popular Patativa do Assaré.