Semana de Museus: equipamentos da Secult comemoram data com programação para todos os públicos
11 de maio de 2017 - 16:29
Desde o dia 9/5, está em cartaz no Museu do Ceará a exposição “A Resistência e Luta: por um novo olhar para a loucura”, com pinturas e esculturas de artistas como J. W. Crispim, Ernesto Sal, Marina Rodrigues, Camila Santos Sousa, Carlos Bandeira, Helena Karla e Francisco Lima. A mostra, com curadoria de Raimundo Lima e Cláudia Oliveira, trata da leitura sobre o universo da saúde mental e da loucura a partir da perspectiva de mulheres e homens, usuários do Centro de Atendimento Psicossocial (CAPS) e de convidados, no qual registraram, através de linguagens artísticas distintas, como pinturas e esculturas, suas angústias, esperanças e resistências cotidianas.
As artes, no contexto da exposição, tornam-se importantes instrumentais transformadores, tanto na perspectiva individual como coletiva na medida em que, ao mesmo tempo, que potencializam, nos artistas, a reelaboração de suas vidas, possibilitam, na sociedade, a desconstrução e construção de novos significados dados à saúde mental.
A exposição, acolhida pelo Museu do Ceará, faz parte das comemorações em torno do 18 de maio, Dia Nacional da Luta Antimanicomial, data em que se discute a necessidade da construção de uma sociedade em que elabore outras formas de lidar com a saúde mental, a saber: de maneira mais livre, criativa, inclusiva e humana.
O público pode conferir também a exposição permanente do Museu do Ceará, que possui um acervo bastante variado, resultado de compras e, sobretudo, de doações de particulares e instituições públicas. Entre moedas e medalhas, há quadros, móveis, peças arqueológicas, artefatos indígenas, bandeiras e armas. Há também peças de “arte popular” e uma coleção de cordéis publicados entre 1940 e 2000. Alguns objetos se referem aos chamados “fatos históricos”, como a escravidão, o movimento abolicionista e movimentos literários, como a famosa “Padaria Espiritual”, que entrou para a História da Literatura Brasileira com especial destaque. Trata-se de um acervo que atualmente é trabalhado como veículo de reflexão sobre a Historia local integrada à História do Ceará, em seus aspectos culturais, econômicos e sociais. Muitas peças estão em exposição, organizadas em salas temáticas.
A exposição de fotos “O fotógrafo Chico Albuquerque, 100 anos” é o grande destaque no Museu de Arte Contemporânea do Ceará, no Centro Dragão do Mar. Nascido há 100 anos (25 de abril de 1917) e falecido há 16 (26 de dezembro de 2000), “Seu Chico” como era chamado por tantos amigos, colegas e admiradores de sua obra, foi o precursor da fotografia na publicidade no Brasil e fez escola com sua arte que foi, é e será sempre uma grande referência. Esta é a mais completa mostra sobre a sua obra, somando cerca de 400 fotografias, além de objetos, livros, recortes, exibição de filmes (“It’s All True”, “Cangaceiros”), documentários sobre ele, vídeo sobre o livro Mucuripe, entrevistas, entre outros. A mostra abriu o festival Maloca Dragão, que este ano teve como tema “It’s All True, Orson Welles – 100 anos de Chico Albuquerque”.
Também no Dragão do Mar, no Museu da Cultura Cearense, acontecem durante a Semana de Museus, sempre pela tarde, atividades como mesas-redondas, palestras e oficinas sobre o tema. A programação pode ser conferida no site do Dragão do Mar: www.dragaodomar.org.br/.
Miolo de Pote reúne, sobretudo, duas coleções públicas: a do Museu da Cultura Cearense (Instituto Dragão do Mar), feita entre 1997 e 1998, que cobriu a Região do Cariri, Saboeiro e Iguatu; e a da Secretaria da Cultura do Estado do Ceará (Governo do Estado do Ceará), adquirida em 2005 e 2006, durante o Projeto Secult Itinerante, que percorreu todo o Estado. Algumas peças advindas do Projeto Comida e da exposição O Fabuloso Mundo do Barro, ambos do MCC, enriquecem a mostra que conta ainda com a participação dos artistas plásticos e visuais Bosco Lisboa, Gentil Barreira, Liara Leite, Sabyne Cavalcanti, Tiago Santana, Tércio Araripe, Terry Araújo e Túlio Paracampos.
Outra opção é visitar a exposição de longa duração do Museu Sacro São José de Ribamar, que fica na Praça Cônego Araripe, nº 22, no município de Aquiraz. Criado pela Secretaria da Cultura do Estado do Ceará, foi o primeiro museu sacro instalado no território cearense, no prédio da antiga Casa de Câmara e Cadeia, edificação erguida entre fins do século XVIII. O equipamento cultural passou a abrigar um conjunto de objetos religiosos advindos dos vários municípios e paróquias cearenses. Esse acervo é constituído por uma diversidade de imagens de santos e de anjos, objetos das procissões religiosas, parâmetros litúrgicos, missais etc., totalizando cerca de 1.400 peças, muitas de notório valor artístico e cultural, que nos remetem ao barroco colonial cearense. O Museu Sacro é aberto ao público de terça-feira a sábado, de 9h às 17h. Informações: (85) 3101.2818 – 3361.2535.
A Vila da Música, novo equipamento da Secretaria da Cultura do Estado do Ceará (Secult), na região do Cariri, traz, com abertura no dia 16/5, às 19h, uma exposição de fotos, instrumentos e artigos de jornais evidenciando a criação da escola de educação artística Heitor Villa-Lobos e a criação da Sociedade Lírica do Belmonte – Solibel. A mostra fica na Sala de Luthieria da Escola Vila da Música – Solibel, que fica na Av. José Horácio Pequeno, nº 1366, Belmonte, no Crato (CE). Mais informações: (88) 3521.0550.