Museu do Ceará: exposição sobre a saúde mental e a luta antimanicomial teve abertura nesta terça, 9/5
9 de maio de 2017 - 20:21
Integrando a programação da Semana de Museus, a mostra trata da leitura sobre o universo da saúde mental e da loucura a partir da perspectiva de mulheres e homens, usuários do Centro de Atendimento Psicossocial (CAPS) e de artistas convidados
Segundo a curadora da exposição e professora de história da Univerisade Federal do Ceará, Cláudia Oliveira, as artes, no contexto da exposição, tornam-se importantes instrumentais transformadores, tanto na perspectiva individual como coletiva. “É bom destacar que esse museu é um lugar de memória, de reconstituição histórica e nós temos aqui sujeitos que às vezes são visibilizados e outros que são silenciados. A gente observa que aqueles e aquelas que foram um dia chamados de loucos são historicamente sujeitos invibilizados. Por isso é muito gratificante trazer a temática sobre a loucura e a saúde mental para um espaço como este. É uma forma de ratificar e consolidar a ideia de que as mesmas pessoas que têm transtorno mentais e sofrimentos podem e devem ressignifcar as angustias diárias. As obras de arte são uma forma de poder dar sentido à vida”, comentou.
A exposição, acolhida pelo Museu do Ceará, faz parte das comemorações em torno do 18 de maio, Dia Nacional da Luta Antimanicomial, data em que se discute a necessidade da construção de uma sociedade em que elabore outras formas de lidar com a saúde mental. A data coincide com a 15ª Semana de Museus, promovida pelo Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), de 15 a 21 de maio.
“Para nossa grata surpresa, o mês de maio é um mês que dedicamos à Luta Antimanicomial – fazendo uma reflexão sobre quais são as políticas públicas em relação à saúde mental – e ao mesmo tempo o mês de maio é quando se comemora os museus, refletimos sobre o papel dos museus na contemporaneidade. Temos um mês promissor de diálogos”, destaca a curadora.
Complementando a programação da exposição, no dia 18/5, às 15h, o Museu do Ceará recebe a mesa-redonda “18 de Maio: dia de luta por uma sociedade sem manicômios, no passado e no presente”, durante o projeto “Diálogos em História”, tendo como convidadas a a historiadora Cláudia Freitas de Oliveira (UFC) e da arte educadora Danny Marinho. “Vamos trabalhar um pouco sobre como surge a institucionalização da loucura, como surgem os hospitais psiquiátricos historicamente. Articularemos essa ideia com os tempos atuais, no sentido de dar voz ao sofrimento feminino, à violência contra a mulher e combatê-lo”, destaca Cláudia Oliveira.
Em cartaz até o dia 9 de junho, no Museu do Ceará (Rua São Paulo, 51 – Centro).
Entrada Franca.