Escritor Daniel Galera tem conversa no mar e mergulha com comunidade do Pirambu durante a Bienal Fora da Bienal
23 de abril de 2017 - 11:00
Foto: Paulo Winz
O escritor e tradutor literário brasileiro Daniel Galera, nascido em São Paulo e criado em Porto Alegre, é autor de livros como “Barba ensopada de sangue” e do mais recente “Meia-noite e vinte”, e foi uma das atrações da Bienal Fora da Bienal no sábado (22). Com o Grupo público Napa – Nado Amigo Parquelândia e adolescentes do Juventude na Onda, da Prefeitura de Fortaleza, a roda de conversa aconteceu na Vila do Mar, no Pirambu.
Daniel compartilhou suas experiências de vida e literárias com o público, que assistia e interagia diretamente de dentro do mar. “Escrevo sobre lugares que conheço muito bem, lugares que morei. Simplesmente dá vontade de escrever. A gente não decide 100% como vai ser o livro. Às vezes a intenção coincide com o resultado”, contou.
Galera compartilhou sua paixão pelo mar e seu gosto pela natação, em sintonia com as pessoas que estavam ali. “Eu gosto muitas vezes de ficar sozinho e refletir sobre as coisas, e o mar faz isso, por ser um atalho para experiências. A literatura permite o perder-se de si mesmo, assim como também o mar”, ressaltou. Depois de uma conversa prazerosa, Daniel mergulhou no mar com todos, em uma experiência inesquecível.
Às 19h, a Rede Cuca Jangurussu recebeu, em sua biblioteca, o romancista e jornalista brasileiro Ignácio de Loyola Brandão, autor de 44 livros e de mais de 2 mil crônicas. Antes da roda de conversa com a comunidade local, Ignácio conheceu toda a estrutura da Rede e ficou encantado. “Se eu tivesse tido esse espaço quando jovem, eu tinha o prêmio Nobel. Vocês têm um espaço completo”, pontuou.
O escritor compartilhou suas experiências enquanto escritor na ditadura brasileira. “A censura é a pior coisa que pode acontecer para uma pessoa no meio da arte. Nunca fui preso nem exilado, mas tive uma obra proibida”. Loyola fez questão de incentivar os jovens a desenvolverem suas potências sem nenhum medo do futuro. “Vejo vocês como a grande esperança da literatura brasileira. Vocês têm que mostrar, através da arte, o instante que o Brasil passa, que é muito complicado, através da arte. Nunca se viu tanta corrupção, safadeza e golpe. Não pensem em obter fama ou notoriedade, pensem apenas em fazer. Que essas chamazinhas que vocês têm aí dentro, brilhe e exploda”.
XII Bienal Internacional do Livro do Ceará
De 14 a 23 de abril, no Centro de Eventos do Ceará
Programação completa em: http://bienaldolivro.cultura.ce.gov.br/