Mapa Cultural do Ceará foi lançado sábado, no Estoril, e já está disponível na Internet: mapa.cultura.ce.gov.br

18 de maio de 2015 - 08:26

O projeto Mapa Cultural do Ceará, uma plataforma digital de gestão cultural e mapeamento colaborativo dos agentes culturais, equipamentos, manifestações, eventos e expressões da cultura no Estado, foi lançado na noite de sábado, no Estoril, pelo Instituto TIM, em parceria com a Secretaria da Cultura do Estado do Ceará (Secult). O projeto reúne informações sobre agentes, espaços, eventos e projetos culturais por meio de uma ferramenta colaborativa, fornecendo ao poder público uma radiografia da área de cultura e ao cidadão um mapa de espaços e eventos culturais da cidade, em um processo contínuo e permanente de colaboração aberta e coletiva, com todos os cidadãos podendo inserir novos dados no mapa e acessar as informações. O mapa já está disponível no endereçomapa.cultura.ce.gov.br.

O lançamento do Mapa Cultural contou com a participação do secretário adjunto da Secult, Fabiano dos Santos Piúba, do secretário de Políticas Culturais do Ministério da Cultura, Guilherme Varella, da representante do Instituto TIM Anna Carolina Meireles, além de agentes envolvidos com os mapas já implantados em estados como São Paulo e Rio Grande do Sul, que estiveram reunidos em Fortaleza sexta e sábado, no 3º. Encontrão Hacker.

Fabiano dos Santos destacou a importância do mapa como espaço de interação e de informação da sociedade sobre as atividades culturais no Estado e de orientação e subsídio para a política pública de cultura, mas também como instrumento de grande valor simbólico.

“É um espaço também de afetividade, de lugares de memória, de significações e ressignificações, de encontro com o outro e consigo mesmo. Um mapa aberto, modificável, conectável, de natureza social”, ressaltou Fabiano, enfatizando a construção coletiva e a participação da sociedade na atualização e na ampliação permanente do mapa cultural.

“Para além da plataforma de eventos, espaços e agentes culturais, o mapa cultural será uma ferramenta importante para a gestão da política publica, na avaliação, no acompanhamento, no monitoramento, mas também na qualificação das ações. Hoje é um dia importante para ampliar essa agenda de relações colaborativas”, acrescentou o secretário adjunto da Secult.

Secretário de Políticas Culturais do Ministério da Cultura, Guilherme Varella, reforçou a importância do mapa aberto à colaboração coletiva. “Esse tipo de ação é imprescindível, porque qualifica muito. Levantar essas informações e colocar de forma disponível, organizada e acessível pro cidadão é algo muito importante na gestão compartilhada da cultura, que não pode ser feita só dentro de gabinete, com os instrumentos habituais que a gestão publica tem”, delimitou.

“O mapa é importante inclusive pra redimensionar nossas ações, mensurar, é saber se a gente está conseguindo ir no caminho certo mas nossa políticas culturais”, apontou, destacando que o Ministério da Cultura tem atualmente o desafio de implantar “de fato” o Sistema Nacional de Informações e Indicadores Culturais (SNIC). “O Plano Nacional de Cultura é nossa bússola, e ferramentas como essa vão contribuir para que as ações do plano consigam ser mais visualizadas. Temos pela frente uma grande missão conjunta, na formação dos indicadores e dados da cultura”, complementou Guilherme Varella.

Anna Carolina Meireles, representante do Instituto TIM, destacou o diálogo entre empresas, poder público, terceiro setor e agentes culturais para gerar impacto positivo na sociedade e elogiou os debates realizados no Encontrão Hacker promovido em Fortaleza nos dias 15 e 16. “Pudemos absorver muitas questões que a gente não tem possibilidade de absorver no dia a dia do Instituto”, frisou.

“O Instituto TIM parte do propósito de democratizar ciência, tecnologia e inovação. seja software livre, ou com materiais de educação, também todos eles livres, disponíveis no site, para qualquer pessoa poder usar. O Instituto é aberto a qualquer pessoa que quiser conversar. Estamos interessados em saber o que está acontecendo, quais as demandas, onde a gente pode ajudar e aí definir as estratégias pro nosso investimento social privado”, acrescentou.

 

O software “Mapas Culturais”

Na solenidade de sábado à noite, no Estoril, foi apresentado o software Mapas Culturais, já aplicado ao Ceará. As discussões para criação da plataforma tiveram início em 2013, quando agentes de vários países da América Latina e do Brasil se reuniram para debater a elaboração de uma ferramenta de mapeamento de iniciativas culturais e gestão cultural. Dessa iniciativa surgiu um software livre, chamado “Mapas Culturais”, com o objetivo de contribuir para a gestão cultural dos municípios e estados e que pode ser adotado gratuitamente por qualquer cidade ou estado.

Antes do lançamento no Ceará, representantes de municípios ou estados que já implantaram o Mapa Cultural, além de integrantes de coletivos de cultura digital e de entidades da sociedade civil participaram, ao longo de sexta e sábado, do 3º Encontrão Hacker, no Condomínio Uirapuru, em Fortaleza, debatendo essa e outras ferramentas sobre processos de participação e gestão da cultura, compartilhando experiências e contribuindo para melhorias.

O Encontrão contou com participantes de estados como Rio Grande do Sul, São Paulo, Pernambuco, Paraíba, Santa Catarina e do Distrito Federal. No lançamento sábado à noite, no Estoril, o mediador do Encontrão e integrante do Instituto Mutirão agradeceu pela participação de todos e pelo apoio do Instituto TIM e da Secult para a realização do evento e para o avanço nos debates sobre cultura digital, participação social e políticas culturais.