Hatoum e Dôra, Wisnik e Tati: literatura, palavra, música e pensamento marcaram a programação de abertura da Bienal

7 de dezembro de 2014 - 09:54

Foto: Felipe Abud/Secult

 

A programação artística da noite de abertura da XI Bienal Internacional do Livro do Ceará foi bastante aplaudida e contemplou diferentes linguagens, diversas expressões artísticas unidas pela ligação com a palavra. O escritor amazonense Milton Hatoum, um dos homenageados da Bienal, recebeu uma placa das mãos da coordenadora executiva da Comissão de Curadoria da Bienal, Mileide Flores. Hatoum, que afirmou estar feliz em participar da Bienal, já se preparava para proferir a Conferência de abertura do evento, intitulada “O autor modernista”.

Outro momento marcante da abertura da Bienal foi quando o conto “O Preso“ de Moreira Campos passou a ser interpretado pela narradora de textos literários Dôra Guimarães. O texto, memorizado e narrado integralmente, emocionou os presentes. Com narrativa modernista e de influências machadianas, o conto trouxe um desfecho enternecedor ao abordar a liberdade da personagem principal da pequena história. O público acompanhou a narração com atenção – e com merecidos aplausos.

 

Wisnik e Tatit

A primeira noite da Bienal foi encerrada com um belo show de Zé Miguel Wisnik, Luiz Tatit, Celso Sim e banda, interpretando canções que ilustram a trajetória dos artistas que, além de cantores, compositores, instrumentistas, também trafegam pela pesquisa acadêmica e pela reflexão sobre o gênero canção, a história e a contemporaneidade da música popular, com seus significados antropológicos e sociológicos.

O piano acústico de Wisnik se somou ao violão de Tatit para a apresentação de canções como “Acalanto”, destacada por Zé Miguel como uma referência à busca pela resistência do humanismo, diante da lógica do trabalho e das mensagens eletrônicas 24 horas por dia, sete dias por semana, debate abordado no livro “Capitalismo Tardio e os Fins do Sono”, de Jonathan Crary, publicação citada pelo músico.

Outros pontos altos do show foram “Mortal loucura” (melodia composta por Wisnik para um magistral poema de Gregório de Matos, em que o efeito sonoro da figura literária do eco, a repetição da sonoridade da última sílaba de cada verso, apontando para novas palavras e novos significados em contraponto), “Capitu” (composição de Luiz Tatit que se tornou sucesso também na voz da cantora Zélia Duncan, em trilha sonora de minissérie televisiva) e “Por que nós” (parceria de Tatit e Marcelo Jeneci). Música, palavra e pensamento, abrindo a XI Bienal Internacional do Livro do Ceará, que segue até 14 de dezembro.

 

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