Edital de Cinema e Vídeo: produtores e realizadores debatem ampliação de recursos

28 de fevereiro de 2014 - 10:20

Em reunião na Secretaria da Cultura do Estado, na manhã desta quinta-feira (27), produtores e realizadores da área de audiovisual redefiniram valores e quantidade de projetos do Edital Ceará de Cinema e Vídeo, na categoria produção, especificamente nas modalidades de longa-metragem (ficção, documentário e animação) e projetos para televisão. As alterações serão submetidas pela Secult como propostas à Agência Nacional do Cinema (Ancine), que sinalizou positivamente ao pedido da Secretaria para contar com recursos federais para essas duas modalidades do Edital. A confirmação desses recursos elevaria o valor do Edital Ceará de Cinema e Vídeo de R$ 4.450.000,00 (investimento já garantido com recursos próprios do Governo do Estado) para pelo menos R$ 7.660.000,00.

As propostas serão apresentadas pela Secult para apreciação da Ancine no próximo dia 10 de março. A expectativa é que o Edital seja disponibilizado para consulta e inscrições até 20 de março. Com o aporte de recursos da Ancine, os valores da modalidade de longa-metragem passariam de R$ 1.177.000,00 para no mínimo R$ 3.531.000,00. E, na modalidade de projetos para televisão, subiriam de R$ 428.000,00 para pelo menos R$ 1.284.000,00.

Com essa previsão de investimentos, os produtores e realizadores reunidos no Auditório da Secult nesta quinta-feira propuseram que o Edital ofereça a possibilidade de inscrição de no mínimo quatro projetos de longa-metragem, de até R$ 882.000,00 cada, e de 10 projetos para televisão, de até R$ 128.400,00 cada. A proposta anterior do Edital previa dois projetos de longa-metragem de até R$ 588.500,00 cada e quatro projetos para televisão de até R$ 107.000,00 cada.

Como a legislação estadual exige uma destinação de recursos para projetos inscritos como oriundos do Interior e da Região Metropolitana igual aos valores investidos em projetos apresentados por proponentes da capital, o secretário executivo da Secult, Paulo Victor Feitosa, explicou que os recursos migram para Fortaleza, caso não seja apresentada demanda dos outros municípios, suficiente para receber todo o investimento (50%) destinado a eles.

 

Apoio a outras modalidades e categorias

Além das modalidades de longa-metragem e projetos para a televisão, o Edital Ceará de Cinema e Vídeo 2014 vai apoiar, dentro da categoria de produção, também o desenvolvimento de roteiro de longa-metragem, abrindo inscrições para dois projetos de até R$ 21.400,00 cada, totalizando R$ 42.800,00; 10 projetos de curta-metragem de até R$ 85.600,00 cada, totalizando R$ 856.000,00, além de oito projetos de novas mídias de até R$ 14.275,00 cada, a um valor total de R$ 114.200,00. O secretário executivo Paulo Victor Feitosa ressaltou que a Ancine não está investindo nas outras categorias, além de longa-metragem e projetos para televisão, porque compreende que elas devem ser apoiadas pelas próprias prefeituras e pelo Governo do Estado.

O Edital Ceará de Cinema e Vídeo também terá investimentos, com recursos próprios do Fundo Estadual de Cultura (FEC), em projetos de outras duas categorias. Para o desenvolvimento do cineclubismo serão destinados R$ 662.000,00, abrindo-se inscrições para 20 projetos de criação ou manutenção de cineclubes, cada um de até R$ 33.100,00. Na categoria de formação em audiovisual, o investimento total será de R$ 856.000,00, para quatro projetos de cursos técnico-profissionalizantes, cada um de até R$ 214.000,00. O Edital também destinará R$ 214.000,00, para quatro projetos, de até R$ 53.500,00 cada, de eventos de formação em audiovisual, e R$ 100.000,00 para dois projetos de até R$ 50.000,00 cada, que atendem a exibidores e cineclubistas.

 

Critérios para seleção e finalização

Os produtores e realizadores que participaram da reunião na Secult nesta quinta-feira (27) também assumiram o compromisso de encaminhar, até o dia 10 de março, propostas com novos critérios para seleção de projetos pela Secretaria e para a finalização de projetos pelos proponentes. O objetivo da Secult é envolver os interessados na criação de regras mais claras para um processo mais transparente e que evitem problemas na execução e na prestação de contas, estabelecendo inclusive um prazo mínimo para a conclusão dos projetos e a devida comprovação do trabalho realizado.

Ao concorrer com um projeto de longa, a pessoa deve apresentar demanda e qualificação comprovada, seguindo inclusive o critério da Ancine, de que tenha algum filme exibido em algum lugar, mesmo que seja um curta”, sugeriu, por exemplo, o cineasta Marcus Moura. O secretário executivo da Secult, Paulo Victor Feitosa, concordou com a argumentação, mas ponderou que os critérios de seleção não devem se restringir à questão da experiência, devendo também levar em conta a possibilidade de projetos de qualidade serem apresentados por novos realizadores.

Entre outros encaminhamentos, os produtores e realizadores destacaram a importância da escolha de pareceristas qualificados tecnicamente para cada tipo de categoria e modalidade. O secretário executivo da Secult adiantou que o grupo de avaliadores seria formado pela Ancine, assegurada à Secult a indicação de dois nomes.