Representantes de 27 municípios recebem orientações sobre Projeto Agentes de Leitura

29 de janeiro de 2014 - 18:30

Representantes de 27 municípios cearenses estiveram na Secretaria da Cultura do Estado (Secult) nesta quarta-feira (29) para receber orientações sobre o Projeto Agentes de Leitura. No período de 3 de fevereiro a 22 de março, haverá o processo de capacitação para os 237 agentes selecionados em dezembro de 2013 que irão a campo em 2014. Criado em 2006 pelo Governo do Ceará, o projeto tem um histórico de experiências exitosas reconhecido pelo Ministério da Cultura e já foi adotado em vários estados. É um projeto que tem chegado aos lugares mais distantes, facilitando o acesso ao livro, à leitura e ao conhecimento.

Durante o encontro com os representantes municipais, a coordenadora do projeto na Secult, Norma Santana, exibiu dados que demonstram o impacto das ações. Pelo comparativo entre os testes de proficiência realizados com as pessoas atendidas, no início e no fim das atividades, os índices positivos aumentam e os negativos diminuem. Os números de 2013 revelam, por exemplo, que o grupo de pessoas consideradas em nível de frustração em relação à leitura passou de 2.306 para 1.003, uma queda de 56,51%.

O levantamento seria ainda mais real se todos os municípios colaborassem com o envio das informações. Alguns não encaminham em tempo hábil as respostas solicitadas, dão retornos incompletos ou até deixam de repassar os dados. O encontro na Secult foi uma oportunidade também para sensibilizar os gestores sobre a importância de oferecer uma atenção maior ao projeto e fazer o monitoramento adequado, inclusive fornecendo informações que permitam uma análise mais qualificada dos resultados obtidos.

“Por que um município tem 11 agentes de leitura e apenas três nos enviaram os instrumentais respondidos? Por que tem município com cinco agentes que conseguiu fazer cerca de sete mil empréstimos de livros e outro município com o mesmo número de agentes e de livros só conseguiu fazer cerca de 500 empréstimos?”, questionou a coordenadora do projeto, propondo uma reflexão pelos gestores que se deslocaram até a Secult.

De acordo com a coordenação do projeto, as 1.081 inscrições realizadas em 2013 superaram o número de inscritos dos anos anteriores, mas, em alguns municípios, a quantidade de pessoas que se inscreveu foi menor do que o número de vagas ofertadas. Do total de 281 vagas abertas, foram preenchidas 237, sendo 227 para agentes que vão atuar como mediadores de leitura nas comunidades, nove para articuladores regionais e uma para coordenador.

A reunião na Secult não contou com a presença de representantes de todos os municípios – 46 – onde o Projeto Agentes de Leitura estará presente em 2014. Alguns já haviam recebido orientações quando estiveram na Secretaria por ocasião da reinauguração da Coordenação dos Pontos de Cultura, no dia 24 de janeiro. Outros não vieram ao encontro alegando incompatibilidade de data e horário com outros compromissos previamente agendados.

Presencialmente, por telefone ou correio eletrônico, as secretarias de Cultura dos 46 municípios estão sendo orientadas a informar aos agentes selecionados para providenciarem de imediato a abertura de conta corrente e a assinatura do contrato de trabalho, na tentativa de evitar atraso na liberação da primeira parcela da complementação salarial a que eles têm direito. Os valores variam de R$ 400,00 a R$ 1.800,00, de acordo com a função exercida no projeto. Além da complementação salarial, os agentes de leitura recebem bicicleta, mochila, boné, protetor solar e, o mais importante, um kit com livros já na capacitação, que é conduzida por uma equipe da Secult na própria região onde eles vão atuar.

“Estamos comprando, a um valor de R$ 222 mil, livros de várias editoras. São 280 exemplares de cada título, contemplando nove editoras do Ceará”, explica a coordenadora de Política do Livro e da Leitura da Secult, Concy Beserra. Enquanto o processo de compra dos novos livros está em andamento, as capacitações vão começar com o fornecimento de kits menores, reunindo livros do acervo da Secretaria, comprados, doados ou provenientes de contrapartida do Mecenato estadual – empresas que apoiam programas ou projetos culturais por meio de renúncia fiscal – ou de outros editais lançados pela Secretaria. Cada um desses kits menores terá 46 títulos, mas as oportunidades de aprendizado são infinitas, para as famílias atendidas e para os próprios agentes.

Os livros e as capacitações serão destinados até mesmo para agentes de leitura que não foram aprovados na seleção realizada pela Secult, mas que os municípios se disponham a incluir, ampliando as equipes e a área de cobertura do projeto. É o que deve acontecer em Assaré, um dos 46 municípios contemplados, onde o secretário de Cultura, Eugênio Oliveira, manifestou o desejo de incorporar mais três agentes aos cinco que foram classificados na seleção. “O que for possível a gente fazer para facilitar a ampliação desse projeto, a gente faz”, sinalizou o secretário da Cultura do Estado, Paulo Mamede.

Secretário ressalta descentralização das ações e importância da leitura

Durante o encontro com os representantes dos municípios que serão contemplados em 2014 com o Projeto Agentes de Leitura, o secretário da Cultura do Estado, Paulo Mamede, destacou a importância do projeto, tanto para a descentralização das ações da Secult pelo interior do Ceará quanto por trabalhar com o livro e a leitura, bens simbólicos de imensurável valor. “A leitura é uma porta que se abre para tudo”, resumiu. Não por menos, ele frisou que o primeiro equipamento da Secult visitado por ele ao assumir a pasta foi a Biblioteca Pública Governador Menezes Pimentel, maior guardião de livros do Estado.

O secretário aproveitou para falar das ações que estão sendo implementadas pela Secult, entre elas as que interessam diretamente ao interior. “Vamos lançar agora todos os editais e 50% deles atendem ao interior”, apontou. “Até o fim de fevereiro, vamos lançar todos os editais, e todos tiveram um acréscimo de 15% de recursos em relação ao ano passado”, acrescentou o secretário executivo Paulo Victor Feitosa. Os dois se referem aos editais de Carnaval, da Paixão, Ceará Junino, Natal de Luz, de Incentivo às Artes e de Cinema e Vídeo.

O secretário Paulo Mamede destacou a importância para o interior também dos Pontos de Cultura e falou do esforço que a Secult está fazendo de reaproximação com os grupos e instituições, inclusive oferecendo orientações para uma correta prestação de contas dos projetos conveniados. “O nosso objetivo com essa reunião é também dar todas as informações para que vocês possam fazer a devida prestação de contas”, disse, dirigindo-se aos representantes dos municípios.

Como a maior parte dos 32 participantes do encontro são secretários de Cultura, Paulo Mamede enfatizou a importância dos municípios se integrarem ao Sistema Nacional de Cultura, criando legislação própria, instituindo conselho e fundo municipais de Cultura. “Se os municípios não obedecerem a determinados parâmetros, vão ficar de fora de financiamento federal para a cultura”, alertou.

Ele falou ainda da expectativa de concluir em 2014 um mapeamento cultural de todo o Ceará e as obras de instalação, recuperação, reforma ou restauração em 11 equipamentos, dois deles no interior – a Casa de Antônio Conselheiro, em Quixeramobim, onde morou o compositor e arquiteto Fausto Nilo, e o Memorial Cego Aderaldo, em Quixadá. As obras na capital contemplam o Cine São Luiz, o Theatro José de Alencar, a Biblioteca Pública Governador Menezes Pimentel, o Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura, o Centro Cultural Bom Jardim, o Museu do Ceará, o Arquivo Público do Estado do Ceará, o Arquivo Intermediário e o Centro de Cultura e Memória, que reunirá a  Pinacoteca do Estado do Ceará, o Centro de Referência da Gravura, o Museu da Imagem e do Som e o Criativa Bureau. Além de concluir as obras, a preocupação do secretário é manter todos os equipamentos em pleno funcionamento, com programação própria e regular.

O secretário também se referiu ao esforço para a realização de um concurso público para a Secult este ano, oferecendo 70 vagas, e para atualização e aperfeiçoamento da legislação estadual. Em fevereiro, devem ser enviados à Assembleia Legislativa os projetos de lei que alteram o Conselho Estadual de Cultura, tornando-o deliberativo, mais democrático e contemplando representantes de mais linguagens artísticas, e o Sistema de Incentivo Estadual de Cultura, prevendo inclusive um aumento no percentual do orçamento estadual destinado à cultura.


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