Oswald Barroso lança “Teatro como Encantamento” no VIII Encontro Mestres do Mundo

21 de dezembro de 2013 - 07:39

O teatro brincante é o teatro do futuro. O teatro da catarse interior, do que vem de dentro, da libertação. Assim o teatrólogo, pesquisador e escritor Oswald Barroso definiu o teatro brincante, no lançamento de “Teatro como Encantamento – Bois e Reisados de Caretas”, seu mais recente livro, apresentado ao público na noite dessa sexta-feira, no VIII Encontro Mestres do Mundo, no Crato.

O entusiasmo de Oswald sobre o trabalho, fruto de 40 anos de vivências com grupos de cultura tradicional popular em todos os 184 municípios cearenses, contagiou o público presente ao Largo da RFFSA, um dos palcos das apresentações artísticas dos Mestres durante o evento.

“O teatro brincante pega o público pela alma. É o teatro dos deuses, e dos deuses felizes, dos deuses que estão dentro da gente. Diferente do teatro grego, que vem da imposição, de fora pra dentro, das ordens para não desafiar os deuses”, delimitou o autor, arrancando aplausos, diante de sua propriedade e sua paixão ao tratar o tema. “No teatro brincante, você lava a sua alma, pra se libertar. Voar como as formigas voam,  quando chega a chuva”.

 

Tributo aos mestres

 

No bate-papo mediado por Fernando Piancó, coordenador do VIII Encontro Mestres do Mundo, Oswald Barroso revelou ter localizado no Ceará mais 200 grupos de reisado, dos quais mais de 100 são citados no livro, de forma detalhada. “Fiz o livro como um tributo, uma homenagem, um agradecimento aos mestres, a todo o trabalho que dei a eles ao longo desses 40 anos. Tempo em que muitos se tornaram amigos, mesmo, pessoas da família, como mestre Aldenir, mestre Fátima, mestre Margarida”, ressaltou.

Esse trabalho de pesquisa, que já rendeu o livro “Reis do Congo”, editado em 1997, também dará origem a uma nova publicação, sobre as máscaras do teatro popular. “O pessoal tem mania de separar a arte em linguagens, em não sei quantas, para cada linguagem ter uma cadeira nos conselhos de cultura. Mas, na realidade, a arte é uma só”, complementou Oswald. O público do VIII Encontro Mestres do Mundo não hesitou em concordar.