Exposição Mamulengo & xilo: o despertar de novos talentos

6 de dezembro de 2013 - 16:05

 

O despertar de novos talentos está em exposição no Museu do Ceará com a mostra de 27 xilogravuras produzidas durante oficina conduzida pelo Instituto Olhar Aprendiz, a partir da obra do mestre Pedro Boca Rica. A exposição Mamulengo & Xilo foi aberta nesta quinta-feira, 5/12, com a presença de 21 alunos do município de Ocara – cidade onde foi ministrada a oficina -, professores e diretoria do do Instituto Olhar Aprendiz, que fez o lançamento do livro “Olhar aprendiz: uma experiência em arte-educação”. Alex Victor, 14 anos, um dos “novos talentos” está radiante com o a descoberta da xilogravura e afirmou que pretende continuar se dedicando à arte. “Eu nunca tinha pensado em ser artista, mas depois de aprender esta técnica não pretendo mais parar de fazer arte”, reforçou.

O presidente do Instituto Olhar Aprendiz, Roberto Galvão, ressaltou que a Exposição Mamulengo & xilo faz parte de um conjunto de ações no sentido de despertar novos olhares sobre a arte, proporcionando aprendizado e “um alargamento do nível de leitura e entendimento das manifestações artísticas”, disse. No livro “Olhar aprendiz: uma experiência em arte-educação” onde estão apresentados os resultados deste conjunto de ações, que já atendeu 973 alunos desde a criação do Instituto. Xico Tavares, da coordenação pedagógica do projeto, destaca que o Instituto surgiu da necessidade preencher uma lacuna na formação educacional, e já realizou cerca de 160 atividades, entre seminários, audições e oficinas, em 17 municípios do Maciço do Baturité.

A exposição Mamulengo & xilo é um projeto idealizado e produzido pelo Instituto Olhar Aprendiz, com o apoio cultural da Secretaria da Cultura do Estado do Ceará e apoio institucional da Prefeitura de Ocara e da Associação dos Municípios do Maciço de Baturité (AMAB). Durante quatro dias, o Instituto Olhar Aprendiz montou um ateliê coletivo de gravação e impressão, convidando três xilógrafos de renome internacional para ministrar uma oficina a aprendizes da arte, selecionados pela Secretaria de Cultura de Ocara. A convivência entre a maturidade dos mestres e a vontade dos principiantes foi fundamental para o sucesso obtido. Enquanto os artistas mais experientes estavam transmitindo conhecimentos assimilados em anos de prática, os aprendizes contribuíam para renovar a tradição da xilogravura. Adultos e jovens, experimentados e iniciantes, teceram juntos um estimulante ambiente de cooperação.

Xilogravura

A xilogravura é uma das mais tradicionais técnicas utilizadas pelos artistas visuais nordestinos, com emprego tanto de uso decorativo elementar quanto mais elaborado. Para exemplificar, a história da imprensa cearense registra que as imagens gravadas em madeira estão na origem dos jornais e dos demais impressos ilustrados, o que se deu em meados da década de 1820. Já a partir de 1930, a xilogravura assumiu o protagonismo mais característico no Ceará: a estampagem de capas de cordéis.

Pedro Boca Rica

Pedro dos Santos Oliveira, natural da cidade de Ocara, Ceará, nasceu em 16/11/1936 e faleceu em março de 1991. Desde menino, na casa do pai, então admirador da cultura popular, aprendeu a admirar os bonecos e o bumba-meu-boi, sua grande paixão. Poeta e compositor, cantor, topador de boi, artesão, escultor e bonequeiro, Pedro Boca Rica começou a talhar bonecos aos 18 anos e tem suas criaturas nas mãos de bonequeiros e museus do Japão, Estados Unidos, França, Brasil e muitos outros. Em São Paulo, há uma admirável coleção exposta no Memorial da América Latina. No Ceará, há coleções no Museu da Emcetur e no Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura.

Serviço

Exposição Mamulengo & xilo: uma prática em arte-educação

Período: Até o dia 13 de dezembro

Horário de visitação: De terça a sexta-feira, das 9 às 17 horas

Local: Museu do Ceará – Rua São Paulo, 51 – Centro

 

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