Sobre os Autores Homenageados

28 de janeiro de 2013 - 13:44

Prêmio Caetano Ximenes Aragão, de Poesia inédita
Caetano Ximenes Aragão nasceu no dia 24 de fevereiro de 1927, em Alcântaras, Ceará, e morreu em Fortaleza, em 1995. Formou-se pela Faculdade de Medicina da Bahia em 1952, e voltou ao Ceará para exercer sua profissão. Publicou em plena maturidade seu primeiro livro de poemas, O Pastoreio da Nuvem e da Morte (1975), talvez como complemento humanitário às dificuldades do ofício de médico. Na orelha desse livro Blanchard Girão nos diz: “Médico plantonista de hospitais de emergência, o poeta sofreu por longos anos a violentação de sua alma delicada ao contacto cruel com os casos mais dolorosos. Seguem-se o Romanceiro de Bárbara (1980), Sangue de Palavra (1981), Caetanias (1985), deixando inéditos um jocoso Ilha dos Cornos, apanhado em prosa e verso, “uma gozação em alto estilo”, ainda no dizer de Blanchard Girão, publicado postumamente em 1996 pela Imprensa Oficial do Ceará, e Canto pela Paz, saído mais tardiamente pelas Edições Sobrames em 2004.

Prêmio Jáder de Carvalho, de Romance inédito
Nasceu em Quixadá, no distrito de Serra do Estevão, em 29 de dezembro de 1901. Iniciou sua atuação em 1917, na cidade de Iguatu, quando seu pai arrendou uma tipografia ociosa, na qual imprimiu um semanário de letras com escritos próprios além de sonetos de Olavo Bilac. Estudou com o pai, no Ateneu Quixadense, e no Liceu, em Fortaleza, onde, anos mais tarde, foi professor, inspetor regional e catedrático. Aos 20 anos já era considerado uma dos maiores intelectuais da época. Em 1922, com apenas 21 anos, despontava como destaque entre os novos escritores da literatura cearense.

Como jornalista fundou o jornal socialista A Esquerda em 1928. No mesmo ano, em parceria com outros pioneiros do movimento modernista no Ceará, lança O Canto Novo da Raça, obra dividida com Sidney Neto, Franklin Nascimento e Mozart Firmeza. Em 1929, passa a pertencer ao grupo modernista Maracajá . Em 1931 lança Terra de Ninguém e, a este, seguem-se vários outros vários romances, todos de cunho social: Classe Média e Doutor Geraldo (1937), A Criança Vive (1945), Eu Quero o Sol (1946), Sua Majestade, o Juiz (1962) e Aldeota (1963).

Por divulgar as idéias do Partido Comunista Brasileiro (PCB) e por criticar duramente o governo de Getúlio Vargas foi condenado pelo Tribunal de Segurança Nacional do Estado Novo acusado de divulgar o marxismo. Permaneceu preso de 1943 a 1945. Nessa época, na companhia de outros dissidentes do PCB, fundou a Esquerda Democrática, embrião do Partido Socialista Brasileiro (PSB). Depois, a convite de Paulo Sarasate, foi articulista do jornal O POVO.
Pertenceu à Academia Cearense de Letras, onde ocupou a cadeira nº 14 . Em 1974, com a morte de Cruz Filho, foi eleito Príncipe dos Poetas Cearenses, prêmio concedido o melhor dentre os poetas vivos do estado.

Casou-se com a contista Margarida Sabóia de Carvalho com quem teve sete filhos.
Jáder de Carvalho morreu aos 83 anos, no dia 07 de agosto de 1985.

Prêmio Moreira Campos, de Conto inédito
Nasceu em Senador Pompeu, em 6 de janeiro de 1914. Ingressou na Faculdade de Direito do Ceará, bacharelando-se em 1946. Licenciou-se em Letras Neolatinas em 1967, na antiga Faculdade Católica de Filosofia do Ceará. Na área do magistério iniciou-se como professor de Português, Literatura e Geografia em colégios. Exerceu o magistério na Universidade Federal do Ceará, Curso de Letras, como titular de Literatura Portuguesa. Integrante do Grupo Clã, pertenceu à Academia Cearense de Letras.

Na sua produção, destacou-se como contista, sendo aclamado como um dos maiores nomes cearenses, dentre suas obras: As Vozes do Morto (1963), O Puxador de Terço (1969), Os Doze Parafusos (1978), A Grande Mosca no Copo de Leite (1985) e Dizem que os Cães Vêem Coisas (1987).

Algumas de suas peças ficcionais foram traduzidas para o inglês, o francês, o italiano, o espanhol, o alemão. Faleceu em Fortaleza, no dia 7 de maio de 1994.

Prêmio Milton Dias, de Crônica inédita
Nascido no Ipu, Ceará, em 1919, iniciou os estudos na cidade de sua infância, Massapê, vindo, mais tarde, a residir em Fortaleza em regime de internato. A experiência da infância em meio à paisagem sertaneja, seus mitos e ritos, lendas e cantorias, foi fundamental para a formação de sua sensibilidade criadora, uma vez que despertaria, no futuro cronista, a inclinação para o lirismo, o poético. No Colégio Marista Cearense, onde realizou os estudos secundários, descobriu, em definitivo, a vocação da escritura. Sendo fundador dos jornais O Ideal e Alvorada.

Graduou-se em Letras Neolatinas na Faculdade de Filosofia; em Paris, cursou os Estudos Superiores Modernos de Língua Francesa e Literatura Francesa. O Governo francês o condecorou com a Ordem das Palmas Acadêmicas. Foi professor de Língua e Literatura Francesa no Curso de Letras da UFC. Ocupou, na Academia Cearense de Letras, a Cadeira nº 4. Sua escritura envolve a produção de ensaios, de contos, mas a sua consagração enquanto criador se deu no gênero crônica. Publicou, ao longo de 29 anos de ininterrupta produção em jornal. Dentre suas obras: As cunhãs (1966), A ilha do homem só (1966), Entre a boca da noite e a madrugada (1971), Cartas sem respostas (1974), dentre outras.

Prêmio Rachel de Queiroz, de Literatura Infantil e Juvenil inédita
Nasceu em Fortaleza, Ceará, no dia 17 de novembro de 1910. Casou-se com o poeta José Auto da Cruz Oliveira, em 1932. Autora de destaque na ficção social nordestina, foi a primeira mulher a ingressar na Academia Brasileira de Letras em 4 de novembro de 1977, sendo a quinta ocupante da cadeira 5, que tem como patrono Bernardo Guimarães. Em 1993 foi a primeira mulher premiada com o Prêmio Camões, equivalente ao Nobel, na língua portuguesa.

Na literatura infanto juvenil destacou-se com O menino mágico (1969), Cafute & Pena-de-Prata (1986) e Andira (1992), além de outras peças. Rachel de Queiroz faleceu em 04 de novembro de 2003.

Prêmio Alberto Porfírio, de Literatura de Cordel inédita
Nasceu em Quixadá, Ceará, em 23 de dezembro de 1926. Alfabetizou-se aos 10 anos com a própria mãe, depois concluiu seu curso primário no Ginásio Santa Cruz, em Parangaba, e fez o curso de Pedagogia aos 40 anos na Universidade Federal de Fortaleza/UFC. Se fez cantador violeiro e cordelista escrevendo quase 100 livrinhos de cordel. Dentre seus livros: Poetas Populares e Cantadores do Ceará (1978), Livro da Cantoria (metodologia do repente e do cordel que foi escrito nas pequenas cavernas de Quixadá), As Noites das Violas na Casa de Juvenal Galeno, dentre outros.

É autor de vários folhetos, muitos deles publicados pela Tupynanquim Editora. Como escultor esculpiu as seguintes estátuas: a estátua de Cego Aderaldo em Quixadá (em parceria) e a estátua do Pe. Zé Bezerra, no Choró; a estátua do cantador do Brasil, em Brasília, inaugurada pelo então presidente Sarney, as estátuas do Frei Damião, em Apodi, no RN e a do cantador Eliseu Ventania, em Mossoró. Tem ele o seu espaço cultural em Quixadá onde escreveu, em alto relevo, nas pedras, inúmeros sonetos e, esculpiu estátuas de personalidades como da escritora Rachel de Queiroz.
Faleceu em Fortaleza em 23 de setembro de 2009.

Prêmio Otacílio de Azevedo, de Reedição
Pintor, desenhista e poeta, membro da Academia Cearense de Letras, nasceu na zona rural de Redenção em 1896 e foi morar em Fortaleza no ano de 1910, aos 14 anos. Começou nas artes plásticas como pintor de tabuletas de cinemas e de letreiros de lojas. Participou, juntamente com outros nomes cearenses, do Salão Regional realizado em Fortaleza no ano de 1924. Fundou em 1934, com Gérson Faria, Pretextato Bezerra e Clóvis Costa o primeiro ateliê de pintura na cidade. Figurou como sócio fundador do Centro Cultural de Belas Artes (CCBA) que tornou-se a Sociedade Cearense de Artes Plásticas (SCAP), chegando a ser eleito vice-presidente e participar, no anos 40, dos I, II e III Salões Cearenses de Pintura e de vários Salões de Abril.
Além de paisagista, Otacílio de Azevedo era grande retratista.

É autor da obra Fortaleza Descalça, na qual apresenta traços biográficos dos artistas e escritores de sua época. Faleceu em 3 de abril de 1978.

Prêmio Eduardo Campos, de Dramaturgia inédita
Nasceu em Guaiúba, então distrito de Pacatuba, no dia 11 de janeiro de 1923. Órfão de pai, aos 4 meses, foi entregue aos cuidados dos tios João Pereira Campos e Isabel Eduardo Campos (Irmã de Maria Dolores). Até 7 anos de idade viveu ao sopé da Serra da Aratanha, em Pacatuba. Pelos 8 anos, em companhia dos pais adotivos, foi morar na Rua do Imperador, 90, em Fortaleza (1930), circunstância que o inspirou, já adulto, ao resgate da memória desses idos, quando a sala de visita das casas ia parar virtualmente nas calçadas, os vizinhos aí reunidos depois do jantar. Eduardo Campos jamais se distanciaria da moldura ecológica da Serra, nem da paisagem rural desse território geográfico, com ares de sertão.

Escritor de grande desempenho, um dos fundadores do Grupo Clã e membro da Academia Cearense de Letras, teve prolífica atividade criativa, que se impôs do teatro ao conto, alcançando a história, o folclore e os estudos de culinária.

Estreou, como ator, em 1939, a interpretar o papel de Jesus em Jesus Crucificado, drama religioso encenado no teatrinho do Educandário Santa Maria, em Fortaleza. Em 1940 já atuava no Teatro São Gerardo em comédia de sua autoria. Ano seguinte, ao lado de Artur Eduardo Benevides, atual presidente da Academia Cearense de Letras, funda o Teatro Escola Renato Viana, no qual atua repetidas vezes como diretor, ator e autor. Em agosto de 1950 marca de modo afirmativo presença no teatro, com a encenação da peça de vanguarda, O Demônio e a Rosa, assinalando importante momento da dramaturgia cearense. Dividindo a direção com Valdemar Garcia, teve sucesso com Os Deserdados.

É autor das peças mais representadas no Ceará: O Morro do Ouro e Rosa do Lagamar. Textos que escreveu, para o teatro, marcam em conjunto até o ano de referência (2000), mil espetáculos vistos por plateias não apenas de Fortaleza, mas de várias cidades do Ceará, e em capitais como Rio, São Paulo, Brasília, Porto Alegre, São Luís, Recife, Vitória, Belém, Manaus, dentre outras.
Faleceu em 19 de setembro de 2007, vítima de acidente vascular cerebral.

Prêmio Braga Montenegro, de Ensaio e/ou Crítica literária inéditos
Nascido em 28 de fevereiro de 1907, em Maranguape, Ceará, Joaquim Braga Montenegro viveu na Amazônia durante sete anos, de 1925 a 1932 , no entanto,os melhores anos de sua vida de escritor ele os viveu em Fortaleza.

Para muitos analistas da obra de Braga Montenegro, o melhor dele está nos estudos de crítica literária. Como crítico literário, publicou, dentre suas obras: Araripe Júnior (Subsídios para um estudo), Fortaleza, separata da revista Clã, 1951; Evolução e Natureza do Conto Cearense (Estudo), Fortaleza, separata da revista Clã, 1951; José Albano (Poesia, Antologia, Apresentação Crítica, Notas, Questionário), Rio de Janeiro, AGIR (coleção Nossos Clássicos nº 30), 1958; Correio Retardado (Estudos de Crítica Literária), Fortaleza, Imprensa Universitária do Ceará, 1966; Correio Retardado – II (Estudos de Crítica Literária), Secretaria de Cultura, Desporto e Promoção Social do Ceará, Fortaleza, 1974.

Braga Montenegro faleceu aos 73 anos de idade em 20 de dezembro de 1979.

Prêmio Guilherme Studart de Ensaio sobre Tema Cultural inédito
Nascido em Fortaleza em 5 de janeiro de 1856, filho do inglês Willian Studart, cônsul britânico no Ceará, e de Leonisia de Castro Studart, neta de Major Facundo, Guilherme Studart formou-se em Medicina pela Faculdade da Bahia, em 1877. Foi um dos fundadores do Instituto Histórico do Ceará, expoente da cultura Alencarina. Exerceu o cargo de médico da Santa Casa de Misericórdia por muitos anos; após a morte do pai herdou a função de vice-cônsul britânico no Ceará e como historiador e intelectual produziu vários livros e artigos nos diversos campos do conhecimento destacando-se a História do Ceará onde viajando a Portugal, por conta própria, conseguiu resgatar documentação importante sobre o Ceará e o Brasil dando cunho científico aos relatos que até então eram informações verbais solidificadas pela tradição oral. Dentre a sua obra, publicou o Dicionário Bio-Bibliográfico Cearense destacando importantes informações sobre os personagens que participaram da formação do Estado e do Brasil; com relação à medicina, escreveu sobre Climatologia, Endemias do Ceará entre outros assuntos; escreveu mais de cem livros, e para isto montou sua própria tipografia: Typographia Studart.

Católico praticante e politicamente conservador foi benemérito de várias instituições; entre 1898 e 1931 à frente do Conselho Central Metropolitano das Organizações Vicentinas, recebeu pela sua atuação, o titulo de “Barão”, da Santa Sé, concedido pelo Papa Leão XII I, solicitado pelo Bispo de Fortaleza Dom Joaquim Vieira, em 1900. Fundou juntamente com Meton de Alencar, José Martiniano de Alencar e outras personalidades o Centro Abolicionista – 25 de Dezembro participando do processo abolicionista no Ceará, fundou ainda a Associação Médico-Farmacêutica do Ceará (1934), o Centro Médico Cearense (1913), o Circulo Católico (1913), o Circulo de Operários Católicos (1915), o Instituto Pasteur (1918) e uma filial da Cruz Vermelha no Ceará (1918).

É um dos fundadores da Academia Cearense de Letras (1840) onde é patrono da cadeira n.º 11. O pesquisador que mais se destacou no Brasil, também pai da História do Ceará, faleceu no dia 25 de setembro de 1938.

Prêmio Luiz Sá, de Álbum em Quadrinhos inédito
Uma das trajetórias mais ricas na história dos quadrinhos e das artes gráficas no Brasil é a do cearense Luiz Sá (1907-1979). Criador dos personagens Reco-Reco, Bolão e Azeitona, que fizeram grande sucesso na revista em quadrinhos Tico-Tico, a primeira do gênero no País, Sá também foi o criador de inúmeras imagens que caíram no imaginário do País, dos bonequinhos que ilustravam as críticas de cinema do jornal O Globo aos folhetos e cartilhas sobre saúde pública que circulavam pelo País entre os anos 40 e 50. Sua trajetória estendeu-se de 1930 a 1979. Com um traço arredondado, moderno e original, abriu caminho para a modernidade do desenho de humor em nosso país, rompendo com a estilística figurativa que caracterizou a caricatura até a década de 1930. Único caricaturista do país a realizar cartuns para cinejornais brasileiros, Luiz Sá atuou em vários outros veículos de comunicação, tornando-se o primeiro caricaturista multimídia brasileiro.

Prêmio Manoel Coelho Raposo, de Publicação de Selo Editorial
Poeta, escritor e editor, nasceu em Crateús, sertão cearense. Mudou-se ainda jovem para Fortaleza. Ao longo de sua vida, militou pela causa social, utilizando-se de sua editora para publicar livros com teor marxistas. Foi preso político durante o regime militar, mantendo sua confiança no futuro da humanidade e na destruição do velho sistema de exploração do homem pelo homem.

Membro do Conselho Editorial de A Nova Democracia, exercia com vigor e entusiasmo o ofício de escritor e editor. Faleceu em 10 de novembro de 2009, aos 76 anos, após internação na UTI do Hospital de Messejana, em decorrência de um enfisema pulmonar.

Prêmio Edigar de Alencar, de Publicação de Revista Literária/Cultural
Musicólogo, jornalista, poeta e teatrólogo, nasceu em 06 de novembro de 1901 na cidade de Fortaleza, Ceará e faleceu no Rio de Janeiro em 24 de abril de 1993. Foi para o Rio de Janeiro em 1926, dedicando-se ao comércio. Escreveu a revista Doce de coco, estrelada por Alda Garrido, no Teatro São José, e foi crítico de teatro, chegando a presidir o Ciclo Independente dos Críticos Teatrais. Em 1932 publicou seu primeiro livro de poesias, Carnaúba. Cronista do jornal carioca O Dia desde sua fundação, onde assinava sob o pseudônimo “Dig”, foi conselheiro de música popular brasileira do MIS, do Rio de Janeiro. Publicou O Carnaval carioca através da música, 2 volumes, Rio de Janeiro, 1965; A modinha cearense, Rio de Janeiro, 1967; Nosso Sinhô do samba, Rio de Janeiro, 1968.

Prêmio J. Ribeiro, de Publicação de Álbum/Livro de Arte
J. Ribeiro, fotógrafo proprietário da foto Ribeiro da Praça do Ferreira, Fortaleza, Ceará, no início do século XX, foi um dos primeiros da cidade a trabalhar com ampliação de fotografias. Era comum encontrar nas casas de família fotografias de J. Ribeiro na sala de estar.