Bienal Internacional do Livro do Ceará

16 de janeiro de 2013 - 16:53

A Bienal Internacional do Livro do Ceará se destaca no cenário nacional desde seu nascimento, 1994, por ter sido a primeira a ser realizada fora do eixo Rio de Janeiro – São Paulo, estados que mantêm, até hoje, a maior concentração editorial no Brasil. As expansões das bienais e feiras de livros no Brasil são vistas, pelo Ministério da Cultura, como as grandes responsáveis pela difusão e democratização do livro, da leitura e da literatura no país, não apenas no que tange à economia do livro, mas pela oportunidade de promover o encontro de autores com leitores, de autores com autores, de leitores com leitores e por, durante os dias do evento, fortalecer o aspecto simbólico do livro na cidade ou estado em que se dá o encontro.

A Bienal Internacional do Livro do Ceará, ação de política pública cultural para a (1) democratização do acesso ao livro e à leitura, (2) fomento à leitura e à formação de mediadores, (3) valorização institucional da leitura e incremento de seu valor simbólico (Literatura) e (4) desenvolvimento da economia do livro, já faz parte do calendário cultural do país, firmando-se entre os maiores momentos literários, ou como a terceira bienal do país.

A Bienal Internacional do Livro do Ceará acontece desde 1994, com o nome inicial de FEBRALIVRO. Desde sua primeira edição até a 9ª, em 2010, o evento se deu no Centro de Convenções do Ceará. É sensível que a continuidade da ação tem garantido, cada vez mais, o sucesso do empreendimento, seja no número de visitantes, de editoras, de comercialização e de visibilidade pela imprensa local, nacional e, mesmo, a internacional.

Em sua nona edição (2010), com o tema “O Livro e a Leitura dos Sentimentos do Mundo”, a Bienal Internacional do Livro proporcionou aos visitantes 215 atividades entre shows, oficinas, palestras e debates; e contou com 223 convidados, entre escritores e artistas cearenses (165), nacionais (53) e internacionais (5). Foram realizados ainda 148 lançamentos literários em espaços definidos. Por meio do projeto Card Livro, 6.015 profissionais da educação da rede pública estadual dos ensinos médio e fundamental receberam cartão magnético com crédito de R$ 100,00 para a compra de livros na Bienal. Foram distribuídos cartões para 5.367 professores, totalizando R$ 536.700,00; e também 648 cartões para técnicos de educação, totalizando R$ 64.800,00. O projeto beneficiou também 7.970 alunos, que receberam cartões no valor de R$ 50,00, totalizando um investimento de R$ 398,5 mil. O montante investido para a aquisição de livros na Bienal foi de R$ 1 milhão, contemplando assim 13.958 profissionais e pessoas ligadas à educação cearense. Também em 2010, foram distribuídas Notinhas Legais a 46 mil estudantes das redes pública estadual e rede privada de ensino, participantes do projeto “Visitação Escolar à Bienal”, no valor individual de R$ 5,00, para o estímulo à compra de livros, totalizando R$ 230.000,00 em investimento público, num acréscimo de 85% em relação à Bienal do Livro 2008, quando foram distribuídos R$ 135.000,00 em bônus para 27.000 alunos. Na edição de 2006, o valor alcançado era de R$ 45.000,00.

A Bienal Internacional em 2010 movimentou um total de R$ 7.757.170,00 em dez dias de feira, dos quais R$ 6.527.170,00 foram por meio de vendas diretas de livros, representando cerca de 418 mil exemplares vendidos, trabalhando-se com o preço médio de R$ 18,00 (média nacional do valor do livro), somados aos investimentos nos projetos Card Livro e Notinha Legal. Para a sua realização, envolveu um total de 3.000 profissionais diretos, entre os gerentes e vendedores expositores da feira e a equipe de produção, de montagem, limpeza, segurança e serviços gerais. No geral, ocupando a área total de 8.000 m2, estima-se um público visitante de 469.276 pessoas, além de 115 expositores representando 593 editoras nacionais. Nos estandes a Bienal contou com cerca de 80 mil títulos e 1 milhão de volumes colocados à venda.

Breve Histórico da Bienal Internacional do Livro do Ceará

I Feira Brasileira do Livro/Febralivro – Em outubro de 1994, a Feira Brasileira do Livro ocupou uma área de 1.700 m2 com 48 expositores e teve um público de aproximadamente 205 mil pessoas. Na ocasião, houve a entrega do Prêmio Ceará de Literatura.

II Feira Brasileira do Livro/Febralivro – Em outubro de 1996, contou com 80 expositores e estimativa de público de 205 mil pessoas. Na segunda edição da feira, o  homenageado foi o poeta João Cabral de Melo Neto.

III Feira Brasileira do Livro/Febralivro – Em outubro de 1998, foram instalados 102 estandes com a participação indireta de 200 editoras do Brasil e três participações internacionais: Portugal (Ebradil), Cuba (Las Américas) e México (Fondo de Cultura). O público totalizou 206 mil visitantes. Paralelamente, aconteceu o I Encontro de Escritores Nordestinos e a homenageada foi a escritora cearense Rachel de Queiroz.

IV Bienal Internacional do Livro do Ceará – Em outubro de 2000, a quarta edição da FEBRALIVRO passou a se chamar, pela primeira vez, Bienal Internacional do Livro do Ceará, reunindo 113 estandes e mais de 200 editoras. Nessa edição, o evento ampliou a participação internacional com estandes de sete países e presença de escritores estrangeiros. A Arena de Escritor, o Café Literário e o Pavilhão Infantil foram as grandes atrações. Nesta edição, surgiu, pela primeira vez, a “Notinha Legal”. O público estimado foi de 212 mil pessoas e o total de livros vendidos chegou a 122 mil exemplares. O movimento financeiro alcançou cerca de R$ 2.500.000,00. Por meio da “Notinha legal”, foram negociados 4.856 livros. O patrono da edição foi o poeta Patativa do Assaré.

V Bienal Internacional do Livro do Ceará – Ocorreu no período de 4 a 13 de outubro de 2002. Ocupou uma área de 8.000 m². Na época, a Bienal firmou sua ação entre as quatro maiores do Brasil. Nesse ano, contou com 150 estandes e 300 editoras nacionais e internacionais. Entre os países presentes estavam Alemanha, Inglaterra, Espanha, México, Portugal e França. Teve um público visitante de 291.620 pessoas; um total de 288.600 livros comercializados; e uma movimentação financeira de R$ 5.265.000,00. Na ocasião, o escritor homenageado foi Ariano Suassuna.

VI Bienal Internacional do Livro do Ceará – Realizada de 28 de agosto a 7 de setembro de 2004. Como tema: “Da Ibéria à América: Travessias Literárias”. Com público visitante, no Centro de Convenções do Ceará, de cerca de 495 mil pessoas, e aproximadamente 600 mil pessoas no balanço total de eventos da Bienal, essa edição teve um total de 515 mil livros comercializados e uma movimentação financeira de R$ 5.940.000,00. Cerca de 300 editoras estavam presentes, das quais dez eram internacionais; foram expostos 78 mil títulos. A homenageada foi a escritora portuguesa Agustina Bessa Luís.

VII Bienal Internacional do Livro do Ceará – Ocorreu de 18 a 27 de agosto de 2006 com o tema “Era uma vez… Mil e uma noites”. A partir dessa edição, a Bienal cearense firmou-se como a terceira maior Bienal do Livro no Brasil, em público e em movimentação financeira. Foram mais de 100 estandes e 600 mil visitantes no evento que ocupou uma área total de aproximadamente 8.000m². Foram entregues 15 mil notinhas legais para estudantes de escolas públicas, cada uma no valor de R$ 3,00. A venda de livros superou as marcas anteriores, com o registro de um total de R$ 6.237.000,00. O grande sucesso e a novidade desta edição ficou por conta da ousada “Bienal Fora da Bienal”. A homenageada foi a escritora Nélida Piñon.

VIII Bienal Internacional do Livro do Ceará – Com o tema “A Aventura Cultural da Mestiçagem”, a Bienal – 12 a 21 de novembro de 2008 – homenageou o artista e humorista cearense Chico Anysio, que também lançou um livro de contos durante o evento que, nessa edição, contou com o apoio da UNIFOR que cedeu alguns de seus espaços, os quais complementaram os do Centro de Convenções. A temática da Bienal abrangeu duas comunidades linguísticas: a portuguesa e a espanhola e a sua programação comprometeu-se com a integração das culturas envolvidas, reconhecendo seus hábitos, costumes e literatura, e com a democratização e a mobilização do acesso universal ao livro, à leitura e à produção literária. Foram realizadas sessões literárias, palestras, debates e lançamentos de livros. Os debates contemplaram assuntos como produção e circulação de revistas e suplementos literários, casas de cultura, política cultural dos centros de estudos brasileiros na América Hispânica, movimentos contraculturais, circuito editorial universitário, encontros internacionais de escritores, dentre outros. Já as palestras trataram de aspectos ligados aos fundamentos da mestiçagem, ao jornalismo cultural e a obras literárias, considerando particularidades regionais e continentais dos países envolvidos. Ao todo, houve um conjunto de nove salas/espaços, assim distribuídas: Arena Jovem, Arte Postal & Poesia Visual, Artes e Ofícios, Cordel, Gravuras, Música, Rádio, Revistas e Vídeos. A “Ilha dos Continentes”, espaço destinado a receber editoras estrangeiras que, em geral, não dispõem de condições de participar de eventos internacionais, foi uma das novidades dessa edição. Na VIII Bienal, o projeto Visitação Escolar ganhou fôlego notável. Conhecidas as deficiências de infraestrutura do Centro de Convenções do Ceará, foram realizadas diversas articulações com o objetivo de democratizar o acesso ao livro para estudantes, principalmente os de escolas públicas, com intuito de  qualificar e otimizar as visitações escolares à Bienal, gerando a distribuição de mais de 32.000 “Notinhas Legais”, ao valor de R$ 5,00 cada (quase o dobro em relação à edições anteriores), e recebendo cerca de 40.000 alunos de escolas públicas e privadas (225 escolas) de todo o Ceará, previamente agendadas. Para estimular a participação, foi realizado o concurso de redação “A Bienal nas Escolas”, com o tema “A Aventura Cultural da Mestiçagem”, cuja premiação foi realizada na abertura da Bienal (1 Kit de livros, 1 computador completo, 1 coleção BARSA Universal e 1 kit multimídia para  os 4 alunos contemplados e 4 minibibliotecas com acervo de 300 livros infanto-juvenis para as escolas destes alunos), ampliando a visibilidade do prêmio e das escolas participantes, além da publicação de um livreto com as melhores redações do concurso.

IX Bienal Internacional do Livro do Livro do Ceará – Com o tema “O Livro e a Leitura dos Sentimentos do Mundo”, de 9 a 18 de abril de 2010, Fortaleza tornou-se a capital nacional da literatura. Na edição, a Bienal do Livro pretendeu revelar os caminhos que se unem no universo da leitura. A homenageada desta edição foi a escritora cearense Rachel de Queiroz, que completaria 100 anos em 2010 e cujas obras nomearam os espaços montados no local de realização do evento. A Bienal do Ceará reuniu alguns dos principais nomes da literatura nacional, editoras, livrarias e profissionais que compõem as cadeias do livro e da leitura e, na programação, contou com lançamento de livros, palestras e encontros entre escritores e o público. Nomes consagrados como Carlos Heitor Cony, Emir Sader, Thiago de Mello, Ana Miranda e Affonso Romano de Sant´Anna dividiram espaço com novos talentos da literatura nacional e cearense. As crianças foram brindadas com uma série de atividades dentro da Arena Infantil “O Menino Mágico” e, em outros momentos ao longo da Bienal, trazendo a Fortaleza ícones da literatura infantil, como o criador da Turma da Mônica, Maurício de Souza, o cartunista e criador do Menino Maluquinho, Ziraldo; e escritores de gerações distintas, como Pedro Bandeira, Marina Colasanti e Thalita Rebouças. Outra atração para as crianças foi a apresentação dos espetáculos Palavra Cantada e Pequeno Cidadão, com a participação de Arnaldo Antunes e Edgard Scandura. As obras musicais também tiveram destaque com as presenças do produtor e escritor Nelson Motta, que lançou Força Estranha, e do cantor e compositor Erasmo Carlos, que fez o show de abertura em evento para convidados e, no dia seguinte, lançou seu livro de memórias Minha Fama de Mau, em um encontro com o público. Outro lançamento biográfico da Bienal foi o livro Boa Noite: Cid Moreira, a grande voz da comunicação do Brasil, que contou com a presença do ícone do telejornalismo brasileiro. Os espetáculos musicais foram outros dos pontos altos da programação, com apresentações da Orquestra Filarmônica do Ceará com o Maestro Gladson Carvalho e da Batucada Elétrica, com Hoto Junior e Banda. Outros destaques:

Homenagem a Rachel de Queiroz

Além de denominar, por meio de suas obras, os diversos espaços dentro do Centro de Convenções, a escritora foi lembrada no espaço “Não Me Deixes”, elaborado para homenagear a ilustre cearense e que traz o nome da fazenda de Rachel, localizada em Quixadá, sertão cearense. O “Não Me Deixes” trouxe diariamente uma mostra voluntária de autores cearenses em homenagem a Rachel de Queiroz, abrindo uma oportunidade e ao mesmo tempo reconhecendo o trabalho de diversos grupos e projetos literários do Ceará, dentre os quais: Literatura de Lua (Livraria Lua Nova); Poesia Remix/Quintais Poéticos; Bazar das Letras do Sesc; Sociedade Amigas do Livro; Academias de Letras do Ceará; Abraço Literário; Associação Cearense de Escritores; Concerto nº UMnico de Poetas Independentes; Zona Poética Liberada; Eu Sou Cidadão, da Associação das Primeiras Damas do Ceará (APDM-CE); Academia Maria Ester de Literatura; Papo Literário (TVC) e muitos outros.

Aniversário de Fortaleza

No dia 13 de abril, data de comemoração do aniversário da cidade de Fortaleza, a Bienal apresentou uma programação especial. O início das atividades da Bienal teve como marco a execução do Hino de Fortaleza e o cortejo do Maracatu Nação Fortaleza, além do lançamento da quarta edição do livro Fortaleza Belle Èpoque, do historiador Sebastião Ponte, e da realização de uma mesa especial de debates, reunindo alguns dos mais conceituados memorialistas do Ceará, como Narcélio Limaverde, Ary Bezerra Leite e Zenilo Almada.

Seminário Cultura, Democracia e Socialismo na América Latina e Caribe

A Bienal Internacional do Livro também realizou o seminário Cultura, Democracia e Socialismo na América Latina e Caribe, que reuniu destacados intelectuais para discutir integração cultural, comunicação e o futuro do Socialismo na América Latina e Caribe. Entre os convidados: o cientista político Giuseppe Cocco (Brasil-RJ), o antropólogo Eduardo Viveiros de Castro, o sociólogo e cientista político Emir Sader (Brasil-SP) e a pesquisadora Aimeé Vega Montiel (México), além da presença da Ministra do Poder Popular para a Comunicação e a Informação da Venezuela, Blanca Eekhout.

Números e Investimento da IX Bienal Internacional do Livro do Ceará

Durante dez dias, ao longo de sua programação, o evento proporcionou aos visitantes 215 atividades entre shows, oficinas, palestras e debates; e contou com 223 convidados, entre escritores e artistas cearenses (165), nacionais (53) e internacionais (5). Foram realizados ainda 148 lançamentos literários em espaços como Arena Multicultural Memorial Maria Moura, Café Literário e estandes da Secult e dos expositores. O Governo do Estado do Ceará investiu no projeto Card Livro, onde 6.015 profissionais da educação da rede pública estadual dos ensinos médio e fundamental receberam um cartão magnético com crédito de R$ 100 para a compra de livros na Bienal. Foram distribuídos cartões para 5.367 professores, totalizando R$ 536.700,00; e também 648 cartões para técnicos de educação, totalizando R$ 64.800,00. O projeto beneficiou também 7.970 alunos, que receberam cartões no valor de R$ 50, totalizando um investimento de R$ 398,5 mil. O montante investido para a aquisição de livros na Bienal foi de R$ 1 milhão, contemplando assim 13.958 profissionais e pessoas ligadas à educação cearense. Outro projeto de destaque na Bienal do Livro foi a “Notinha Legal”. Em 2010, foram distribuídas a 46 mil estudantes das redes pública estadual e rede privada, participantes do projeto Visitação Escolar, notinhas no valor de R$ 5 (cinco reais) para o estímulo à compra de livros, totalizando R$ 230 mil em investimento público, num acréscimo de 85% em relação à Bienal do Livro 2008, quando foram distribuídos R$ 135 mil em bônus para 27 mil alunos. Na edição de 2006, este valor tinha ficado em R$ 45 mil. A Bienal Internacional do Livro 2010 movimentou um total de R$ 7.757.170,00 em dez dias de feira, segundo cálculos da organização do evento, dos quais R$ 6.527.170,00 foram de vendas diretas de livros, representando cerca de 418 mil exemplares vendidos, trabalhando-se com o preço médio de R$ 18,00 (média nacional do valor do livro), somados aos investimentos nos projetos Card Livro e Notinha Legal. A organização da Bienal calcula, com base nas estimativas em torno da capacidade de ocupação dos espaços do Centro de Convenções, um público visitante de 469.276 pessoas. Ocupando uma área total de 8.000 m², a Bienal contou este ano com 115 expositores, que representaram 593 editoras nacionais. Nos estandes a Bienal contou com cerca de 80 mil títulos e 1 milhão de volumes colocados à venda.

Mais informações: www.bienaldolivro.ce.gov.br/