Publicações Anteriores do Museu do Ceará

11 de janeiro de 2013 - 12:53

01 – Fortaleza: imagens da cidade —2ª edição
Autor:  Antonio Luiz Macêdo e Silva Filho

Vivemos na cidade, contudo, e a um só tempo, ela também habita em nós. É o jogo entre proximidade e distância que serve de ancoragem à reflexão sobre culturas urbanas. É nesse caleidoscópio em movimento que foram concebidos a exposição e o livro Fortaleza: imagens da cidade.

02 —Campos de concentração no Ceará: isolamento e poder na seca de 1932 – 2º edição

Autora: Kênia Sousa Rios

Em 1932, a prática de manter a  cidade dos ricos de Fortaleza afastada (ou parcialmente afastada) da miséria concretizou-se em frentes de trabalho, em políticas de emigração para outros Estados e na construção de locais para o aprisionamento dos flagelados. Nessa seca, o poder público isolou parte dos sertanejos em sete Campos de Concentração, distribuídos em lugares estratégicos para garantir o encurralamento de um maior número de retirantes”.no sertão do Ceará.

03 —Nas trilhas da cidade —2ª edição
Autor: José Borzacchiello da Silva

Por dever de ofício e movido por um enorme laço de pertença, tecemos neste livro inúmeras considerações sobre variados assuntos concernentes à nossa cidade. Fruto de uma intensa reflexão sobre a Fortaleza, este livro decorre da feliz conjugação de raras oportunidades que me beneficiaram. Uma advinda do convite do Jornal “O Povo” para colaborar como articulista na seção Opinião. A outra veio da direção do Museu do Ceará, abrindo espaço na sua Coleção “Outras Histórias”, permitido que este conjunto de artigos se configurasse como livro.

04 —Do mar ao museu: a saga da jangada São Pedro
Autora: Berenice Abreu de Castro Neves

Em 1941, o sonho de “Jacaré” era compartilhado não apenas pelo amigo “Tatá”, mas também por outros dois colegas pescadores, Manoel Pereira da Silva, o “Mané Preto”, e Jerônimo André de Souza. Assim, eles tomaram uma decisão inusitada e, em certo sentido, temerária: navegar de jangada de Fortaleza ao Rio de Janeiro e se entenderem diretamente com o presidente da República e ditador do Estado Novo, Getúlio Vargas. Estava prestes a ser concretizado o episódio que, mais adiante, ficou conhecido como o raid da São Pedro, nome de batismo da jangada.

05 —Xilogravura: doze escritos na madeira
Autor:  Gilmar de Carvalho

Estes Doze Escritos na Madeira tratam do processo que levou a xilogravura a superar o espaço exíguo da capa do cordel. Foi quando esta técnica milenar, adaptada à realidade nordestina, passou a ser utilizada para a elaboração dos álbuns que representaram a possibilidade de formatos diferenciados e de temáticas que se libertaram da obrigação de traduzir, visualmente, o texto do folheto. Esta xilogravura passou a ser acolhida por espaços legitimados, a integrar acervos de museus e fundações e a ser item de colecionadores. Uma manifestação que ganhou importância enquanto a edição popular, à qual ela serviu como ilustração, durante muito tempo, entrou em crise.

06 —Cordel: a voz do verso
Autor: Martine Kunz

A Voz do Verso é polifônico, pensamento múltiplo e diverso suscitado pelos folhetos. Reflete sobre o sucesso do Padre Cícero ou a dimensão apocalíptica da mini-saia, verifica a persistência da gesta carolíngia medieval ou a interferência da mídia publicitária no cordel. Perde-se entre o circunstancial e o atemporal, a realidade e a ficção. Não pretende encontrar um rótulo que seja definitivo, mas compartilhar o prazer do texto e do diálogo.

07 —Frei Tito: em nome da memória – 2ª edição
Autor: Régis Lopes e Martine Kunz (orgs.)

A abertura do Memorial Frei Tito reforça o sentido que se tem dado ao papel educativo do Museu do Ceará. Ter uma sala dedicada à vida de frei Tito significa dar continuidade ao projeto de fazer o estudo da história como campo de reflexão criativa, que vai ao passado através do presente, e que por isso mesmo se sente responsável pela construção do futuro em aberto.

08 —Padaria Espiritual: biscoito fino e travoso – 2ª edição
Autor: Gleudson Passos Cardoso

Manuscritos, tinteiros, penas de metal, escrivaninhas, cigarreiras, fotos e outros velhos objetos… esses vestígios deixados no tempo parecem não ter importância utilitária para a velocidade do nosso cotidiano capitalista. Quando encontrados entre as ruínas de uma dessas casas antigas e abandonadas da nossa cidade, podem ser considerados parte do entulho. Mas, inseridos em um museu, suas referências com a História permitem, àqueles que os observam, vislumbrar a noção de patrimônio cultural, tornando possível a interpretação das  experiências sociais  ao longo do tempo.

09 —Barão de Studart: memória da distinção
Autor: Eduardo Lúcio Guilherme Amaral

O Barão de Studart exerceu um tipo de poder simbólico na sociedade da época. Poder diferenciado daquele que se fazia por força das armas ou no exercício de algum cargo político. O fascínio criado por Studart advém da consagração num único homem de todas as expectativas que uma época tece em relação aos ideais que cultiva. Pôde, desta feita, angariar imenso prestígio social a partir da imagem construída sobre si mesmo.

10 —Paisagens do consumo: Fortaleza no tempo da Segunda Grande Guerra
Autor: Antonio Luiz Macedo e Silva Filho

O alvo contínuo das reflexões deste livro é a modernidade urbana, especificamente as modalidades históricas pelas quais ela se apresenta em Fortaleza, em fins da década de 1930 e se estendendo até meados dos anos 40. Período de guerra em que, aos poucos, vão se  desenhando os contornos locais de uma ambição ao moderno profundamente assinalada pelo avanço tecnológico, a aceleração da dinâmica urbana e a incitação ao consumo de produtos importados. Em Fortaleza, não faltaram experiências com o fetiche dos objetos. Ao olhar as vitrines, sorver as mercadorias pelas telas de cinema, adquirir um artefato pouco importando qual sua utilidade prática, os habitantes exprimiam fascínio por uma modernidade precária, eivada de sonho e fabulação.

11 – Patativa do Assaré: pássaro liberto
Autor: Gilmar de Carvalho

Além da voz maviosa, da coerência e do compromisso, o que melhor poderia representar, iconicamente, Patativa do Assaré? O chapéu e os óculos.
Veio a constatação de que o Museu do Ceará não tinha nada dele. Foi comprado um chapéu de massa, igual ao que ele usava, inseparável, e um par de óculos escuros, de aros dourados.
Patativa aceitou de bom grado a troca, registrada pela fotografia. Mais que acessórios, chapéu e óculos se incorporaram à sua persona pública, e passaram a enriquecer o acervo do Museu.
Chapéu e óculos que compunham a figura e exaltavam uma racionalidade que não prescindia da emoção. Sua força vinha da voz, o que lhe assegurava o epíteto de pássaro (liberto).

12 —Mar à vista: estudo da maritimidade em Fortaleza
Autor: Eustógio Wanderley Correia Dantas

O livro desvenda, com acuidade, a tessitura cotidiana da cidade na trama de suas relações com o mar. O mar do contato com o mundo e o mar da pesca litorânea, do porto, das partidas e das chegadas. O autor preocupou-se em apreender a dinâmica urbana de Fortaleza, atravessando longo período histórico na perspectiva de explicar a cidade, percebendo mudanças, táticas, perdas e ganhos na ambivalência de suas relações com o mar e o sertão.

13 —Soares Moreno e Matias Beck: inventário de uma polêmica nos escritos de Ismael Pordeus
Autor: João Ernani Furtado Filho

Aqui se ressalta a reflexão de Ismael Pordeus (1912 —1964), um pesquisador que se fez no trato com documentos, nas bibliotecas e na troca de informações com outros estudiosos. Seus artigos aqui estudados pelo historiador Ernani Filho, fazem parte de uma seriedade intelectual, um compromisso, e uma busca de respostas.

14 —Assim na morte como na vida: arte e sociedade no cemitério São João Batista (1866-1915)
Autor: Henrique Sérgio de Araújo Batista

Percorrer as ruas e becos do São João Batista é como evocar as palavras de Marcel Proust: “Apenas um momento passado? Muito mais, talvez: alguma coisa que, comum ao passado e ao presente, é mais essencial do que ambos”.
O texto de Henrique Sérgio fala sobre esse tempo da memória, em complexa tessitura de ligações entre o cemitério e a cidade que o abriga, que o faz existir, dando-lhe volume e sentido. Ao tratar dos desejos, daqueles que se foram e sobretudo dos que permaneceram, o autor discute, no campo da História Social da Cultura, a complexa relação entre arte e sociedade, aventurando-se pelos meandros que se fizeram nos jogos de poder e prestígio. Com sensibilidade e um largo trabalho de pesquisa, enfoca esse lugar que, antes de ser dos mortos, é daqueles que continuam vivendo.

15 —Mutirão:  jornal alternativo do Ceará
Autora: Kátia Azevedo

Em 1968, o golpe dentro do golpe: tudo ficou mais escuro. Tempos de torturas, desaparecimentos, guerrilha urbana e no Araguaia, censura. Uma luz no fim do túnel foi a chamada imprensa alternativa.
Em 1977, o Ceará ganhava o jornal Mutirão, força de aglutinação e mobilização das forças progressistas do Estado. O Mutirão foi decisivo, apesar das dificuldades de impressão. Era uma voz dissonante.
Na história do jornalismo cearense, a bibliografia é escassa. O Museu do Ceará dá a sua contribuição com a publicação da pesquisa de Kátia Azevedo sobre o Mutirão, e a abertura de uma exposição sobre a história do jornal alternativo.

16 —Umbanda: Ceará em transe
Autor: Ismael Pordeus Jr.

Caboclos, pretos velhos e exus fazem a festa e trabalham na umbanda cearense. Durante décadas, foram um caso de polícia.
A umbanda ocupa o centro da cena, como religião brasileira, sistematizada na década de 30 do século XX. Mas  traços, fragmentos, vestígios de cultos ancestrais já estavam no catimbó indígena. “Era de jurema o bosque sagrado” escreveu Alencar em nosso mito fundante. Iracema “trazia numa folha gotas de verde e estranho licor vazadas de igaçaba, que ela tirava do seio da terra”.
Na luta para oficializar os cultos de procedência africana, no Ceará, Mãe Júlia reivindicava um pioneirismo, e tem aqui, em um anexo, duas entrevistas do final dos anos 70.

17 —Comissão das borboletas: a ciência do Império entre o Ceará e a Corte (1856-1867)
Autora: Maria Sylvia Porto Alegre

Em 1856, por empenho do governo imperial, foi criada, no Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, a comissão encarregada de organizar uma expedição às províncias do Norte, com o objetivo de conhecer o interior do território, coletar material para o Museu Nacional e promover a pesquisa científica. A Comissão Científica de Exploração iniciou seus trabalhos percorrendo o Ceará, onde permaneceu entre 1859 e 1861. A história foi conturbada, gerou críticas da imprensa, acusações do governo, desentendimentos internos e conflitos com os grupos locais. Alvo de anedotário e chacotas, a expedição recebeu os apelidos de “Comissão das borboletas” e “Comissão defloradora”.

18 —O Caixeiro —Edição fac-similar – 2ª Edição
Autor: Rodolpho Theóphilo
Apresentação: Adelaide Gonçalves e Eurípedes Funes

A História era moralizante na medida em que cabia ao historiador o compromisso com a “descrição da verdade” e a construção do futuro em uma direção previamente traçada, conforme os ideais de evolução racional da humanidade.
Era preciso escrever e publicar. Assim, o vivido ganharia estatuto de vivido relatado e, portanto, com poder de conter e fazer História. Esse poder da escrita era uma mitologia vivida por Rodolpho Teóphilo e muitos escritores de sua época. Fazia parte do jogo.

19 —Correspondência cordial: Capistrano de Abreu e Guilherme Studart
Autor: Eduardo Lúcio Guilherme Amaral

É certo que Capistrano e Guilherme levaram vidas bem diferentes e, na diferença, havia uma correspondência cordial, a admiração mútua cultivada e expressa por uma longa troca de cartas”. Publicação em homenagem aos 150 anos do historiador  Capistrano de Abreu.

20 —Escrita singular: Capistrano de Abreu e Madre Maria José
Autora: Virgínia A. Castro Buarque

As missivas inéditas da Madre Maria José (Honorina de Abreu), que o leitor terá o privilégio de saborear no decorrer desse livro, ofereciam ‘água que jorra para a vida eterna’ (Jo 4, 6-14). Capistrano de Abreu (seu pai) sempre negou. Sua sede era outra, bem diferente. Mas ela nunca desistiu. Ambos não desistiram e, sem força para o rompimento total, fizeram da separação uma maneira de continuar juntos.

21 —Mestres santeiros: retábulos do Ceará
Autor: Gilmar de Carvalho

A expressão popular, a manutenção de uma tradição que se adapta aos novos tempos, a compreensão de um catolicismo que se perfaz no sertão, com seus silêncios, seu tilintar de chocalhos, sua paisagem inóspita às vezes, verdejante com as primeiras chuvas é o eixo desta mostra.
Fé que se manifesta sem condições. Sertão que está dentro de nós, disse um poeta, e que explode na epifania do sol, iluminação que nos conduz a este chão sagrado (retirai as sandálias de rabicho), onde o numinoso é reinventado pelas mãos hábeis de artistas que são demasiadamente humanos, mas que se elevam à dimensão do indecifrável mistério.

22 —Padre Mororó: a revolução impressa
Autor: João Alfredo de Sousa Montenegro

Com a autorização do autor e em conformidade com a linha editorial da Coleção Outras Histórias, esta obra é uma edição modificada do livro Padre Mororó: o político e o jornalista, inicialmente publicada em 1988.

23 —Arte Ceará: Mário Baratta: o líder da renovação
Autor:  Estrigas (org)

Baratta é um exemplo de que se pode pensar e escrever (bem) sobre o que se faz. E nos faz sentir saudades de um tempo em que, talvez até equivocadamente, com uma postura “iluminista”, os intelectuais tentavam interferir nos rumos da cultura, muito antes das leis de patrocínio, dos falsos mecenatos (na verdade, isenção fiscal) e da negação da arte como instrumento de transgressão, uma arte em busca da legitimação e do mercado, mas não apenas disso. Uma arte que buscava interferir na realidade, mostrar a sintonia com os tempos que se antecipavam de democracia, de reconstrução a partir dos escombros do nazi-fascismo, arte que denunciava a ditadura de Vargas e que pensava o Ceará com generosidade.

24 —Tinta, papel e palmatória: a escola no Ceará do século XIX
Autora: Ercília Maria Braga de Olinda

Os depoimentos sobre a escola cearense no período imperial não são comuns. Após um longo esforço de pesquisa, selecionei um material oriundo de relatórios de presidentes da província, notícias, comunicados, relatórios e editoriais veiculados nos jornais O Cearense (liberal) e Pedro II (conservador). Os depoimentos colhidos no livro Dom Lino: prelado do Nordeste,  de Joaquim Moreira de Sousa (1960), ajudaram-me a compor o perfil do professor primário tradicionalista. Para compreender o discurso moderno sobre educação, analisei o relatório elaborado por Amaro Cavalcante em 1881.

25 —Padre Cícero: mistérios da fé
Autor: Vários Autores

Edição em homenagem aos 70 anos da passagem do Padre Cícero.

Cinco artigos se entrelaçam num texto comum, que tem como figura central Cícero Romão Batista, catalisador, não apenas deste livro, mas da diáspora nordestina. É uma homenagem que escapa da biografia e recorre à figura seminal do Padre para explicar, a partir do passado, o que se vive no presente e o que se antecipa como nosso projeto de futuro.

26 —Antônio Pápi Júnior
Autora: Caterina Maria de Saboya Oliveira

Somente no mestrado em Letras, entrei novamente em contato com  Pápi Júnior. O tema por mim escolhido, Visões de Fortaleza nos romances da virada do século XIX, nascera do desejo de melhor conhecer a figura e obra literária desse nebuloso bisavô, desaparecido mais de duas décadas antes de meu nascimento. Escolhi, então, seu O Simas como um dos romances que iluminam o entrecruzamento da literatura com a história da Fortaleza do final do século XIX.

27 —Iracema: a virgem dos lábios de mel
Autor: João Martins de Athayde

No princípio era a voz. Estórias que se contavam nas vigílias, ao pé das fogueiras, e nas noites sertanejas. Eram tantas que muitas se perderam e outras se esgarçaram no processo de transmissão, até que veio a possibilidade da reprodução, com a chamada “invenção da imprensa”.
Alencar escreveu tão bem o que viveu e o poeta de cordel foi capaz de intuir, antena da raça que todo artista é, como o dizia Ezra Pound. E “tudo passa sobre a terra”, quando nem mais a jandaia é capaz de repetir o nome da heroína.

28 —Museu Histórico do Ceará: a memória dos objetos na construção da História (1932-1942)
Autora: Cristina Rodrigues Holanda

O presente livro é uma versão resumida da dissertação de mestrado da autora. Nele os objetivos centrais de sua investigação giram em torno da produção intelectual de Eusébio de Sousa, analisando o seu papel na organização do primeiro museu oficial do Ceará; As memórias sobre o passado cearense que ele pretendia construir e cristalizar a partir da coleta e da exposição pública de objetos angariados para a repartição, as facilidades ou obstáculos por ele encontrados para materializar o projeto de criação de uma “casa da memória”.

29 —Tramas da cultura: comunicação e tradição
Autor: Gilmar de Carvalho

Esse texto, que vem sendo escrito há dezenove anos, acumula informações e tenta refletir sobre elas de modo mais generoso e compassivo, sem camisas-de-força ideológicas e sem deslumbramento com o consumo.
“ Gilmar de Carvalho desvenda “tramóias”, desmonta mecanismos de apropriação, e traz à luz discussões sobre as trocas, interferências e “contaminações” entre o tradicional e o massivo”.

30 —Violência —Edição fac-similar
Autor: Rodolpho Theophilo
Apresentação:  Adelaide Gonçalves)

Um escritor que jamais se furtou a esgrimar as palavras, esculpir os argumentos com a paciência de sábio.  “A minha linguagem é moderada, se ela por vezes fere, não é o vocábulo, é a verdade”. Nele se combinam, à perfeição, a força do argumento e a defesa apaixonada de suas convicções. De sua escrita testemunhal resulta uma história sob o signo do compromisso; sem concessões ao tom louvaminheiro, esquivo aos adjetivos vazios, guardou estrita distância da ante-sala do poder político.

31 —Entre o futuro e o passado: aspectos urbanos de Fortaleza (1799-1850)
Autor: Antonio Otaviano Vieira Jr.

No ano de 1799, Souza Machado, Jose Cerqueira da Costa, Ignácio Correia e Jose Bernardes Uchoa estavam reunidos numa casa da taipa, mobiliada de maneira austera, salvo três bancos de madeira com encosto, uma mesa coberta por um pano vermelho ornado por franjas amarelas e por um couro de carneiro ao centro. Como era de costume, a parcimônia da mobília obrigava os homens reunidos a trazerem de suas moradas mais bancos e outros trastes para reunião (Brígido, 2001, p. 243). A casa descrita era destinada às funções do Senado da vila de Fortaleza, que pela precariedade de sua estrutura acabava precisando de constantes auxílios materiais para o exercício de seus empenhos administrativos.

32 —Trem da seca: sertanejos, retirantes e operários (1877-1880)
Autor: Tyrone Apollo Pontes Cândido

Quando o presidente da província e seu cortejo realizavam a liturgia do poder, batendo martelo em prego de prata e alforriando uma jovem escrava, parecia que nada faltava para a celebração pomposa do sucesso dos liberais no combate à seca. Já neste livro, caro leitor, temos Outras Histórias —tensas e conflituosas, como a vida vivida nos abarracamentos e na construção da Baturité.

33 —Coisas do amor: memórias de uma exposição no Museu do Ceará
Autora: Kênia Sousa Rios

Nesse livro, a professora Kênia Sousa Rios faz um relato da trajetória da montagem da exposição Coisas do Amor, desde o processo de escolha dos objetos até a definição das problemáticas que foram trabalhadas historicamente.

34 —As flores raras do jardim do poeta: o catálogo da coleção Eurico Facó
Autora:  Giselle Martins Venancio

Uma viagem imaginária e gratificante, a satisfazer qualquer leitor —sensível, por certo… —esta que nos proporciona a historiadora Giselle Venancio, através de sua pequena-grande obra, que trata com propriedade da história de um amante de livros, Eurico Facó.

35 —Perfis sertanejos: costumes do Ceará —José Carvalho —Edição fac – similar
Autor: José Carvalho
Apresentação:  João Ernani Furtado Filho

O Museu do Ceará reedita o Perfis Sertanejos. Costumes do Norte, livro de José Carvalho esgotado há mais de cem anos, e com isso faculta a um maior número de leitores a possibilidade de encontrar aí sugestões heurísticas, documentação e um clima da época, quando não, uma leitura tão agradável e enriquecedora quanto uma boa conversa entre amigos.

36 —Os  Monumentos do Estado do Ceará:  referência histórico-descritiva
Autor: Eusébio de Sousa

Não é difícil perceber que Os monumentos do estado do Ceará é um relatório oficial sobre fatos e artefatos oficiais, em conformidade com a postura do seu autor. Trata-se de um inventário que contém estátuas e outras matérias memoráveis que se referem aos chamados “grandes acontecimentos”.

37 —Lyra Popular:  O cordel do Juazeiro
Autor: Gilmar de Carvalho

Lyra Popular, como todas as explorações de Gilmar, é inextricável da sua paixão e de seu engajamento. Os leitores não deveriam nunca perder isso de vista, nem deveriam hesitar em mergulhar nesses breves capítulos do passado artístico do Ceará e se deliciar com o seu desenrolar. Saborear, também, as observações perspicazes, informadoras e judiciosas de Gilmar, fruto de cuidadosa pesquisa histórica e literária, e modelo do recorrente questionamento e auto-questionamento que deve acompanhar a busca das verdades.

38 —Tristão de Alencar Araripe e a História do Ceará
Autora:  Ítala Byanca Morais da Silva

O trabalho procura compreender a emergência de Tristão de Alencar Araripe segundo os protocolos de uma cultura letrada oitocentista, e mais especificamente,  a  de um autor de história na situação particular de uma província do Império brasileiro.

39 —Crônica das Casas de Caridade:  fundadas pelo Padre Ibiapina
Autor: Eduardo Hoornaert

A descrição da atuação missionária do Padre Ibiapina, autoridade inconteste nos sertões nordestinos entre 1860 e 1880, é ao mesmo tempo uma descrição de diversos aspectos da vida política, religiosa, social e cultural do interior nordestino na segunda parte do século XIX.

40 —Cantares Bohêmios —Ed. Fac-similar
Autor: Raimundo Ramos
Apresentação: Gilmar de Carvalho

A edição reúne poemas escritos por Raimundo Ramos Filho entre os anos de 1888 e 1906.

41 —Capistrano de Abreu e a correspondência feminina
Autora: Paula Virgínia Pinheiro Batista

Este é um livro que fala de cartas. Fala também de trocas de opiniões, visitas, viagens, ajudas. É um livro que conta, principalmente, de amigos e amizades. E é, talvez, por isso que ele encanta o leitor ao referir-se às relações pessoais de um homem tido como arredio ao convívio social.

42 —Museu do Ceará e outras memórias —entrevista com Valdelice Girão
Autor:  Cristina Rodrigues Holanda (org.)

Esse livro apresenta a entrevista concedida por Valdelice Girão à historiadora Cristina Holanda. O foco da entrevista são as memórias relacionadas ao Museu do Ceará, instituição na qual Valdelice trabalhou por vários anos.

43 —Gustavo Barroso:  Um cearense “ariano”
Autor: Eduardo Diatahy B. de Menezes

No livro, o autor Eduardo Diatahy aborda a trajetória intelectual do cearense Gustavo Barroso, bem como a sua relação com a Ação Integralista Brasileira.

44 —O encanto das águas:  a relação dos Tremembé  com a natureza
Autor: Gerson Augusto de Oliveira Júnior

A obra de Gerson Augusto é um convite ao exame do engenhoso trabalho da imaginação, qual seja o de ordenar o espaço e estabelecer limites que servem de balizadores à ação humana. À divisão do espaço em mar de terra, mar de fora e lá forão operada pelos Tremembé subjaz uma visão de mundo, uma maneira de viver e apreender o tempo, todo um conjunto de saberes e fazeres sobre a pesca e os ecossistemas marinhos, transmitidos oralmente de geração em geração, os quais são descritos densamente pelo autor.

45 —A Estrella:  Francisca Clotilde e  literatura feminina em revista no Ceará  [1906 —1921]
Autora: Luciana Andrade de Almeida

O que a pesquisa de Luciana nos mostra é que nem sempre a transgressão das “Clotildes” está no conteúdo dos escritos, mas no próprio ato de escrever e publicá-los. Assim não se esperem grandes rupturas e textos insurgentes a três por quatro, embora eles existam. Com sensibilidade e talento, Luciana nos mostra isso e nos lembra que os feminismos são diversos tanto quanto o são os momentos históricos em que eles aparecem.

46 — Juventude da Pátria Armada: O Centro Estudantal Cearense em Fortaleza
Autora:  Afonsina Maria Augusto Moreira

O livro ora apresentado se constitui em uma versão reduzida da dissertação A Juventude da Pátria A(r)mada —O Centro Estudantal Cearense em Fortaleza 1931-1945, defendida em 1999 na PUC-SP. O propósito central do trabalho consiste em investigar e analisar as práticas e as idéias do Centro Estudantal Cearense, entidade que buscava uma representação estudantil para além daquela delimitada aos estabelecimentos de ensino.

47 —A imprensa em pauta: Jornais Pedro II, Cearense e Constituição
Autora: Ana Carla Sabino Fernandes

O livro procura “enfocar a atuação jornalística de grupos burgueses cearenses do século XIX, atrelados à política partidária, liberal e conservadora, que para compor seus ideais, teatralizaram a imprensa”.

48 —Rumores: A paisagem sonora de Fortaleza (1930-1950)
Autor: Antonio Luiz Macedo e Silva Filho

Este livro não apenas conta a história de sonoridades hoje esquecidas mas também faz funcionar a percepção, convidando-a a abandonar o suspeito  conforto de conviver com uma paisagem repleta de máquinas de modo totalmente familiar ou desatento.

49 —Culto da saudade na Casa do Brasil: Gustavo Barroso e o Museu Histórico Nacional (1922-1959)
Autora: Aline Montenegro Magalhães

O livro dedica-se a uma análise sobre a criação do Museu Histórico Nacional e as políticas de construção da memória nacional colocadas em jogo durante os períodos em que foi dirigido por Gustavo Barroso.

50 —Tristão Araripe: Alma afoita da revolução
Autor: Oswald Barroso

Pouco mais de 33 anos foi o tempo que Tristão Araripe teve para viver. deste curto período, sete anos gastou em revoluções. Foi inimigo do Imperador, em que via um absolutista, símbolo do poder autoritário e adversário da liberdade. Cronista de sua época e historiadores da posteridade cognominaram-no “Alma Afoita da revolução”. Entre seus contemporâneos, não houve comandante mais decidido, comandante mais obstinado, defensor mais perspicaz da causa em que acreditava. Por ela, arriscou a pele além dos limites possíveis. Foi, por vezes, temerário, impaciente, irrealista e precipitado. Talvez seus propósitos estivessem à frente de seu tempo. Mas, com certeza, sua atividade alertou os homens e sua coragem fez tremer os poderosos.

51 —Velhos Sanfoneiros
Autora: Sulamita Vieira

O livro aborda “aspectos do ‘mundo da sanfona e dos velhos sanfoneiros’’, focalizando um pouco as origens, a sua iniciação no campo musical; a convivência ou  conciliação da atividade que lhes garante a sobrevivência com a ‘vida de sanfoneiro’; enfim, mostrando um pouco da biografia dessas pessoas”.

52 —O Beato José Lourenço e sua ação no Cariri
Autor: José Alves de Figueiredo

O Beato José Lourenço e sua ação no Cariri transformou-se em referência privilegiada. Tudo o que se escreveu sobre o tema tem ligação direta ou indireta com o que José Alves de Figueiredo registrou. Essa nova edição, além de lembrar os 80 anos do Caldeirão, é também uma homenagem do Museu do Ceará a José Alves de Figueiredo.