Tesouros Vivos 2005

8 de janeiro de 2013 - 18:56

Antônio Batista da Silva

Nome Artístico: Mestre Piauí
Data de Nascimento: 15/09/1939
Cidade: Quixeramobim
Tradição Cultural Desenvolvida: Boi de Reisado
“Boi Folguedo popular, que em Sobral faz parte do ciclo junino, encontrado com variantes em todo o Brasil, tendo por episódio central a morte e ressurreição do Boi.”
“Reisado Folguedo do ciclo natalino, que representa o cortejo dos Reis Magos em peregrinação à Terra Santa, durante a qual faz autos, travando batalhas e apresentando espetáculos”

Antônio Batista da Silva, Mestre Piauí, é um dos responsáveis pela permanência do reisado no município de Quixeramobim. De brincante passou a mestre do Boi de Antônio Maria Águeda, o “Das Águias”, tornando-se o principal mestre-de-boi em atividades no município, esforçando-se, apesar das dificuldades e da saúde frágil, para manter a tradição do boi e transmiti-la às novas gerações.

Antônio Rodrigues Trajano

Nome Artístico: Antônio Hortêncio
Data de Nascimento: 04/07/1928
Cidade: Varjota
Tradição Cultural Desenvolvida: Rabequeiro
“Rabequeiro Instrumentista que toca uma espécie de violino não-padronizado, que anima as festas e folguedos populares no interior do Brasil”

Antônio Rodrigues Trajano, Antônio Hortêncio, é filho de carpinteiro e tecelã. Aos 15 anos reconstruiu uma rabeca a partir dos pedaços de outra. Antes do conserto, ele pediu-a emprestada: “dois dias depois eu devolvi a rabeca e tinha composto um samba e uma marcha, ninguém me ensinou nada, tomei gosto pelo toque”. Desde então, Antônio Hortêncio nunca mais parou e aprendeu a tocar outros istrumentos, sendo a rabeca o seu instrumento preferido. Com repertório eclático, anima de festas a missas.

Dina Maria Martins Lima

Nome Artístico: Dona Dina
Data de Nascimento: 21/08/1954
Cidade: Canindé
Tradição Cultural Desenvolvida: Vaqueira e Aboiadora
“Vaqueira e Aboiadora Mestre que lida com o gado, que se destaca nas vaquejadas e festas de apartação, derrubando rezes e cantando aboios”

Dona Dina aos 51 anos de idade é a “Rainha dos Vaqueiros”. É vaqueira e aboiadora desde os 14 anos e já virou inspiração para filmes, cordéis, livros e matérias jornalísticas. Fundou a Associação dos Vaqueiros e Aboiadores do Sertão Central, com sede em sua cidade, Canindé, e a preside desde a sua fundação, já em seu sexto mandato. Dona Dina Tornou-se a maior incentivadora dos costumes e tradições do vaqueiro no Ceará, seja através da Associação ou de sua luta individual.

Francisca R. Ramos do Nascimento

Nome Artístico: Dona Francisca
Data de Nascimento: 03/01/1939
Cidade: Viçosa do Ceará
Tradição Cultural Desenvolvida: Arte em Cerâmica
“Artesanato de Barro Artesanato de origem indígena, espalhado por todo o território cearense, cujos agentes, as famosas louceiras de barro, trabalham a argila, moldando objetivos vários”

Francisca R. Ramos do Nascimento, Dona Francisca, é descendente de índios e herdou a arte de moldar o barro de seus pais e avós, que se utilizam desde saber para fabricar utensílios para uso domético. Dona Francisca aprimorou a arte e passou a moldar, além dos utensílios, estátuas e bustos de figuras populares que são expostas em várias feiras do Ceará.

Francisco das Chagas da Costa

Nome Artístico: Mestre Chico
Data de Nascimento: 20/05/1959
Cidade: Limoeiro do Norte
Tradição Cultural Desenvolvida: Bumba-Meu-Boi
“Boi Folguedo popular, que em Sobral faz parte do ciclo junino, encontrado com variantes em todo o Brasil, tendo por episódio central a morte e ressurreição do Boi.”

Francisco das Chagas Rocha, o Mestre Chico, é morador da localidade de Faceira, em Limoeiro do Norte, e começou a brincar o Bumba-Meu-Boi aos 10 anos de idade, ao lado do pai, o Mestre Zé Nogueira, e do seu tio, o reconhecido Mestre João Cabloco. Mestre Chico conta que eles aprenderam a brincadeira com uma companhia da Bahia que passou por lá na década de 20 do século passado. Foi aí que surgiu o Boi Pai do Campo de Faceira, que já completou 80 anos de tradição. Mestre Chico assumiu o posto de seus familiares e hoje é um profundo conhecedos dessa cultura.

Gertrudes Ferreira dos Santos

Nome Artístico: Dona Gerta
Data de Nascimento: 03/09/1927
Cidade: Fortaleza
Tradição Cultural Desenvolvida: Dança da Cana Verde
“Dança da Cana Verde Contra-dança de origem portuguesa, que celebra um casamento da Corte Real”

Gertrudes Ferreira dos Santos – Dona Gerta – mantém e particida da Dança da Cana verde há 610 anos. Viúva do ex-líder do grupo, José dos Santos, Dona Gerta assumiu a liderança como forma de mantê-lo vivo em sua lembrança. Aos 78 anos de idade, é ela quem repassa a música, o figurino, os adereços e os significados da dança para o grupo composto por 34 brincantes, que são parentes e amigos da comunidade de pescadores do bairro do Mucuripe, onde reside.

José Demétrio de Araújo

Nome Artístico: Mestre Cirilo
Data de Nascimento: 13/08/1953
Cidade: Bela Vista – Crato
Tradição Cultural Desenvolvida: Maneiro-Pau, Coco e São Gonçalo
“Maneiro-Pau Dança coletiva animada por um improvisador de repentes ao som de um pandeiro, que mimetiza um combate travado entre caboclos, utilizando cacetes”
“CocoDança de trabalho de origem ricana que inclui uma roda animada pela batida de um ganzá ou de um caixão, além de um desafio de sapateado com a umbigada.”
“Dança de São Gonçalo Dança de coreografia coletiva, de caráter religioso, em devoção a São Gonçalo”

José Demétrio Araújo, mais conhecido como Mestre Cirilo é um dos ícones da cultura tradicional popular cearense. Nasceu e vive no crato, onde brincou reisado, dançou coco, a dança de São Gonçalo e Maneiro-Pau da Bela Vista, antiga Vila Padre Cícero. Além de pertencer a um grupo de Maneiro-Pau formado por adultos, que é referência no Estado, Mestre Cirilo também mantém um grupo infantil, o que demonstra o seu espiríto de preservação e transmissão dos conhecimentos às novas gerações.

José Francisco Rocha

Nome Artístico: Mestre Zé Pio
Data de Nascimento: 04/12/1946
Cidade: Fortaleza
Tradição Cultural Desenvolvida: Bumba-Meu-Boi
“Boi Folguedo popular, que em Sobral faz parte do ciclo junino, encontrado com variantes em todo o Brasil, tendo por episódio central a morte e ressurreição do Boi.”

Mestre Zé Pio é o guardião da memória de vários bois de Fortaleza. Começou a brincar de boi aos três ano de idade e mais tarde tornou-se o índio do Boi Reis de Ouro. Ao 13 anos, passou a dançar no Boi Ceará, onde foi primeiro capitão e tornou-se então vaqueiro. Aos 20 anos decidiu formar seu próprio grupo, o Boi Terra e Mar. Hoje, mestre Zé Pio coordena o Boi da Juventudade, integrado por jovens da Barra do Ceará e criado para não deixar morrer a tradição.

José Pedro de Oliveira

Nome Artístico: José Pedro
Data de Nascimento: 13/06/1929
Cidade: Barbalha
Tradição Cultural Desenvolvida: Reisado de Couro
“Reisado Folguedo do ciclo natalino, que representa o cortejo dos Reis Magos em peregrinação à Terra Santa, durante a qual faz autos, travando batalhas e apresentando espetáculos”

José Pedro de Oliveira – José Pedro – começou sua atividade de “brincador” de reisado de couro no sítio Barro Vermelho, em Barbalha, há 50 anos. Hoje, aos 76 anos de idade, José Pedro é o mais velho integrante do grupo e atual chefe. Apesar da idade ela não perde o rítmo e ainda etm ânimo para ensinar aos mais jovens.

Maria Alves de Paiva
Nome Artístico: Dona Branca
Data de Nascimento: 17/07/1941
Cidade: Ipu
Tradição Cultural Desenvolvida: Cerâmica
“Artesanato de Barro Artesanato de origem indígena, espalhado por todo o território cearense, cujos agentes, as famosas louceiras de barro, trabalham a argila, moldando objetivos vários”

Maria Alves de Paiva, Dona Branca,.é moradora da localidade de Alegria, no município de Ipu, e começou a fazer louça de barro aos 10 anos de idade, com sua avó. Apelidade de Branca por uma pele alva, seu início no ofício foi escondido, pois seu pai não queria que a filha trabalhasse. Com o passas do tempo, seu pai possou a vender o que Branca fabricava, chegando a ir à “Feirona de Ipu”. Dona Branca ensinou o ofício às suas filhas: “é o que agente pode ensinar“.

Maria Edite Ferreira Meneses

Nome Artístico: Dona Edite
Data de Nascimento: 19/03/1952
Cidade: São Luiz do Curu
Tradição Cultural Desenvolvida: Rede de Travessa
“Rede de Travessa Técnica artesanal de origem indígena para a fabricação de redes, os fios são tencioanados numa grade de madeira (travessa), sendo então costurados”

Maria Edite Pereira dos Santos, Dona Edite, foi iniciada na tecelagem aos 14 anos de idade por sua tia, preservando a tradição de seus ancestrais, os índios Tremembés de São Luiz do Curu. Dona Edite confecciona suas redes em travessas, de forma totalmente artesanal, e já ensinou o ofício aos seus filhos.

Zilda Eduardo Nascimento

Nome Artístico: Dona Zilda
Data de Nascimento: 02/04/1927
Cidade: Guaramiranga
Tradição Cultural Desenvolvida: Dramas
“Dramas Pequenas encenações com diálogos cantados sobre motivos líricos ou cômicos, interpretadas geralmente por mulheres e crianças”

Zilda Eduardo Nascimento é mestre dos Dramas e os compõe desde a infância. Segunda ela, já fez drama “até por encomenda” para alegrar festas de igreja, noites de domingo, acontecimentos cívicos e políticos. Quando Guaramiranga ainda não conhecia o teatro, Dona Zilda encarregou-se de formar platéia para suas noiteadas de dramas. Foi do grupo de Dona Zilda que surgiram as pessoas que fundaram o primeiro grupo de teatro de Guaramiranga, o Cangalha. Um dos maiores tesouros da Cultura de Guaramiranga é o “Caderno de Dramas” que Dona Zilda organizou para registrar seus conhecimentos e “garantir que as pessoas mais jovens conheçam nossos dramas”.