Encontro Mestres do Mundo

XV Encontro Mestres do Mundo celebra 20 anos da política dos Tesouros Vivos do Ceará

 

De Mestre para Mestre, à luz dos guardiões e guardiãs das sabedorias populares! O Governo do Ceará, por meio da Secretaria da Cultura e do Centro Cultural do Cariri Sérvulo Esmeraldo, em parceria com o Instituto Mirante de Cultura e Arte, realiza o XV Encontro Mestres do Mundo. Em alusão aos vinte anos da política dos Tesouros Vivos do Ceará, neste ano, tem como tema “20 Anos de Futuro” e será realizado entre os dias 7 a 10 de dezembro, no Centro Cultural do Cariri, espaço que integra a Rede Pública de Equipamentos Culturais do Ceará (Rece), com uma programação diversa, gratuita e aberta ao público.

 

Tesouros Vivos da Cultura do Ceará – 20 anos de futuro

 

O ano de 2023 é marco de uma das políticas mais longevas de proteção ao patrimônio imaterial do país. Há vinte anos, em agosto de 2003, foi criada a primeira lei de reconhecimento aos mestres e mestras da cultura. Essa normativa avançaria o modo como vemos a salvaguarda, entendendo que é preciso, mais do que um fomento pontual, um esforço governamental para prover as condições necessárias para a criação e a transmissão de saber com dignidade.

 

O aperfeiçoamento da política veio com a Lei Estadual 13.842, de 27 de novembro de 2006, que instituiu o registro dos “Tesouros Vivos da Cultura” no Ceará, normatizando o processo de seleção. Voltada para o reconhecimento dos saberes e fazeres dos mestres e mestras da cultura tradicional e popular, a normativa passou a reconhecer, além das pessoas naturais, os grupos e as coletividades dotados de conhecimentos e técnicas de atividades culturais de elevado grau de maestria, constituindo importante referencial da Cultura Cearense. O programa Mestres da Cultura se tornou um referencial do Ceará para o Brasil recebendo, à época de sua criação, prêmio do Ministério da Cultura, pela qualidade e pelos efeitos da iniciativa.

Foto: Samuel Macedo

 

Os mestres e mestras são reconhecidos como detentores e transmissores de tradições, da história e da identidade, atuando no repasse de seus saberes e experiências às novas gerações. São selecionados pela Coordenadoria de Patrimônio Cultural e Memória (Copam), da Secult Ceará, após apresentação de propostas pelas candidatas e pelos candidatos. Os Mestres e as Mestras da Cultura passam, então, a contar com reconhecimento institucional e recebem um subsídio no valor de um salário mínimo mensal, como auxílio para a manutenção de suas atividades e para a transmissão de seus saberes e fazeres.

 

Em 2017, o então governador Camilo Santana sancionou lei que aumentou para 80 o número máximo de pessoas naturais contempladas com o título de Mestres e Mestras da Cultura. Já em 2022, a então governadora Izolda Cela ampliou para 100 esse número, contribuindo para o reconhecimento, a proteção e a valorização da diversidade dos conhecimentos, fazeres e expressões das culturas populares e tradicionais no Ceará. Ainda em 2022, também foi sancionado o Código do Patrimônio Cultural do Ceará, que atualiza os conceitos, as formas de acesso, os direitos e deveres do Registro dos Tesouros Vivos da Cultura cearense.

 

Resguardar saberes

 

O objetivo da Política dos Tesouros Vivos, na sua fundação, foi resguardar os saberes que fazem a identidade dos cearenses. Junto a isto, ao longo dos anos surgiu o Programa Mestres nas escolas, Programa Mestre, Presente! e o diploma de notório saber, conferido pela Universidade Estadual do Ceará. Ao preservar um Patrimônio como Tesouro Vivo, é definindo o que acompanhará a sociedade cearense durante os próximos anos, que dirá quem somos e o que queremos ser. Na primeira titulação, em 2004, a Mestra Lúcia foi diplomada, reconhecendo não somente a sua obra, mas estabelecendo a garantia de que, no futuro, o seu trabalho de ceramista continuará no cerne da sociedade cearense.