Ações da gestão Secult Ceará são tema para trabalhos científicos divulgados no Seminário Internacional de Políticas Culturais

11 de julho de 2025 - 13:02

Antonio Laudenir - Texto
Rafael Magalhães - Fotos

Pessoas servidoras, gestoras, pesquisadores e parceiros institucionais da pasta apresentaram pesquisas acadêmicas que revelam o atual cenário das políticas públicas culturais desenvolvidas pelo Governo do Ceará, a partir da Secretaria da Cultura

A Cultura do Ceará é reconhecida em um dos mais importantes espaços de pesquisa e estudos do setor cultural. Os investimentos e o trabalho de gestão do Governo do Ceará, por meio da Secretaria da Cultura (Secult), foram destaques durante o XIV Seminário Internacional de Políticas Culturais.

Realizado entre os dias 30 de junho e 4 de julho, na Fundação Casa de Rui Barbosa, no Rio de Janeiro, o encontro reuniu mais de 230 especialistas do Brasil e América Latina. Especialistas, estudiosos e referências na pesquisa e gestão cultural divulgaram trabalhos acadêmicos, promoveram debates e difundiram as mais recentes práticas no campo das políticas culturais.

Ações e políticas desenvolvidas pela Secult Ceará foram objeto de estudo entre os 214 trabalhos acadêmicos selecionados para o evento. Pessoas servidoras da pasta, integrantes do Programa Cientista Chefe da Cultura, bem como profissionais dos equipamentos culturais do Estado e Organizações Sociais parceiras, divulgaram estudos e pesquisas que revelam o atual panorama da Cultura cearense.

Os artigos científicos destacaram experiências de formação, preservação da memória, gestão, valorização das culturas tradicionais e acessibilidade. A Rede Pública de Espaços e Equipamentos Culturais do Estado do Ceará (Rece) foi representada por meio dos projetos entregues à população pela Escola Porto Iracema Das Artes, Casa de Saberes Cego Aderaldo, Casa de Antônio Conselheiro e o Centro Cultural Bom Jardim.

Parceiro institucional da Secult, o Programa Cientista Chefe da Cultura do Ceará (CCCult) foi destaque com seis estudos apresentados durante o evento. A participação de nossos cientistas reforça a estratégia da Secult em promover estudos sobre as políticas públicas e seu impacto na diversidade cultural e inclusão social.

“A Secretaria da Cultura do Ceará esteve em peso no XIV Seminário Internacional de Políticas Culturais. Nesse importante território da pesquisa científica e do conhecimento, nossos representantes dialogaram ativamente e divulgaram experiências exitosas da gestão, como a rede de equipamentos culturais, o Programa Fundo a Fundo e o Grupo de Trabalho sobre acessibilidade”, destaca a Secretária da Cultura, Luisa Cela.

Participação da Secult no Seminário é reconhecida

Organizadora do Seminário Internacional de Políticas Culturais, a Profa. Dra. Lia Calabre elogiou a diversidade de temas e profissionais participantes desta edição. Outro destaque, segundo a pesquisadora, é a contribuição da Secult Ceará para os estudos voltados ao campo cultural.

“Temos a satisfação de ter no Seminário desde estudantes de graduação a doutores sênior, de jovens a experientes gestores. Faço jus, em especial, à Secretaria da Cultura do Ceará, da qual uma parte significativa de sua equipe está aqui, apresentando os trabalhos e resultados da gestão”, avaliou a organizadora e Chefe do Serviço em Políticas Culturais da Fundação Casa de Rui Barbosa, Lia Calabre.

Conforme a secretária Executiva de Planejamento e Gestão Interna da Secult, Gecíola Fonseca, a expressiva participação do Ceará simboliza a maturidade, diversidade e ousadia das políticas públicas de cultura construídas pela pasta. Revela o compromisso com uma cultura viva, democrática, territorializada e transformadora.

“Foram muitos os trabalhos acadêmicos apresentados sobre nossas experiências. Vimos nossos equipamentos públicos sendo reconhecidos como territórios de pertencimento, formação e memória; as escolas livres como espaços de reinvenção e sementes de liberdade e criação; as políticas de acessibilidade como caminho concreto para uma cultura verdadeiramente plural; o Fundo a Fundo como ferramenta inovadora de fortalecimento do Sistema Estadual da Cultura; as periferias — urbanas e rurais — como centros potentes de cultura e cidadania. Foi emocionante ver tantas vozes — de servidores, gestoras, pesquisadores e parceiros institucionais — compartilhando o que temos semeado juntos”, compartilhou Gecíola Fonseca.

Parceiro institucional da Secult, o Programa Cientista Chefe da Cultura do Ceará (CCCult) foi destaque com seis estudos apresentados durante o evento. A participação de nossos cientistas reforça a estratégia da Secult em promover estudos sobre as políticas públicas e seu impacto na diversidade cultural e inclusão social.

Cultura no território e mercado de trabalho

Caio Feitosa, da Coordenadoria da Rede Pública de Equipamentos Culturais do Ceará (Copec), divulgou o trabalho “Tensões da política cultural na periferia: Territorialização e a participação social a partir do Centro Cultural Bom Jardim em Fortaleza”.

Além dos serviços destinados à população pelo CCBJ, os projetos de formação no campo cultural foram tema de pesquisa. É o caso do estudo “Os laboratórios de criação da Escola Porto Iracema Das Artes e o mercado de trabalho: alguns apontamentos”, produzido por Alexandre Barbalho (UECE), Beatriz Perote Fernandes (UECE); Bruna Costa Silva do Nascimento (UECE) e Isaac Pipano (Unifor).

Trabalho de Natasha Faria (MIS-CE) e Zaneir Gonçalves Teixeira (CCCult) investigou a participação das mulheres na elaboração de políticas públicas de cultura no Ceará.

Cultura no Sertão Central do Ceará

No campo da educação cultural, Lorena Patrício (Coordenadora Pedagógica da Casa de Saberes Cego Aderaldo) e Jaiane Cruz Sousa (Coordenadora Pedagógica da Casa de Antônio Conselheiro) abordaram, na programação do dia 1 de julho, o papel dos núcleos educativos destes espaços de pertencimento e formação.

Também integrando essa frente, Alênio Carlos Noronha Alencar (diretor do Museu Ferroviário) e Lorena Patrício divulgaram reflexões sobre o “Programa de Formação de Culturas Tradicionais Populares”, ressaltando a ancestralidade, a territorialidade e os modos de transmissão de saberes.

No dia 3 de julho, Pedro Igor Pimentel Azevedo (Gestor Cultural da Casa de Antonio Conselheiro) apresentou estudo sobre o patrimônio material de Quixeramobim. Na mesma data, Pauliana Pereira de Sousa (Supervisora Regional Secult) e Michelle Pinto Maciel (Gestora Executiva da Casa de Saberes Cego Aderaldo) debateram as múltiplas referências de patrimônio do Sertão Central cearense.

Trabalho de gestão

Na área da gestão pública da cultura no estado, Vítor Melo Studart (da assessoria Jurídica da Secult) discutiu o processo administrativo de tomada e prestação de contas da Secult, em um estudo de caso escrito conjuntamente com Zaneir Gonçalves Teixeira (Uinifor) e Gretha Leite Maia (UFC).

Outro destaque entre as pesquisas divulgadas no Seminário é o artigo “Programa de Transferências Fundo a Fundo do SIEC-Ceará e o Programa de fortalecimento dos Sistemas Municipais de Cultura do Ceará”, assinado por Vítor Melo Studart, Luisa Cela e Fabio Santiago (coordenador de articulação regional da Secult Ceará).

Os artigos científicos apontam o fortalecimento das políticas culturais no território cearense e o compromisso da Secult Ceará com a produção de conhecimento crítico acerca do trabalho protagonizado pela gestão da pasta.

Exemplo de acessibilidade cultural

A analista de gestão cultural da Secult Ceará, Thamyle Vieira, é uma das autoras do artigo “Cultura do Acesso – Um percurso para implementação de uma Política de Acessibilidade Cultural”. O trabalho divulgado no Seminário traça um panorama da acessibilidade cultural desenvolvida pela pasta.

Desde 2016, a Secult Ceará acompanha, discute e propõe ações para, progressivamente, implementar e ampliar o acesso e a acessibilidade cultural nas políticas públicas e rede de equipamentos culturais.

A partir do alinhamento e reflexão com as dinâmicas do campo, o trabalho voltado à acessibilidade cultural passa por contínua construção e revisão. Dentre os esforços da Secult Ceará nos últimos oito anos, podemos destacar iniciativas como a criação da Coordenadoria de Diversidade, Acessibilidade e Cidadania Cultural (Codac), a Célula de Acessibilidade Cultural (2022) e a formação do Grupo de Trabalho em Acessibilidade Cultural (2016/2021).

Escolas Livres em foco

O Programa Escolas da Cultura é um sistema de formação integrado nos campos da arte e da cultura, por meio da aliança estratégica e interface entre as políticas de cultura e educação. Uma das ações que compõem este Programa é o edital “Escolas Livres da Cultura”.

O edital foi tema do artigo científico “Cidadania cultural e políticas de formação: Reflexões sobre as Escolas Livres no Ceará (2022-2024)”, assinado por Ernesto Gadelha (Secult); Adson Rodrigo Silva Pinheiro (Secult) e José Carlos Lázaro (UFC).

“Apresentamos não só a nossa experiência com o Escolas Livres, como trazemos o conhecimento que estamos produzindo em torno dessa política pública, o que revela o potencial de inclusão que esse projeto tem desenvolvido ao longo das suas três edições, destacou o coordenador de Formação, Livro e Leitura da Secult, Ernesto Gadelha.

Arilson Gomes (UFC), Leandro Santos Bulhões de Jesus (UFC) e Rosa Primo (UFC) elaboraram pesquisa sobre ações afirmativas na gestão cultural.