Centro Cultural do Cariri celebrou o 17M com programação de combate à LGBTfobia e valorização da vida LGBTQIA+
20 de maio de 2025 - 16:24
Vivências, rodas de conversa, feira, cinema, shows e serviços gratuitos à população marcaram a semana de luta e celebração da diversidade no Cariri cearense.
De 14 a 18 de maio, o Centro Cultural do Cariri Sérvulo Esmeraldo – equipamento da Secretaria da Cultura do Estado do Ceará, gerido em parceria com o Instituto Mirante de Cultura e Arte – realizou o Arrasa, uma programação especial em alusão ao Dia Internacional de Combate à LGBTfobia (17 de maio), reunindo vivências, oficinas, cineclube, feira de empreendedores LGBTQIA+, shows e prestação de serviços públicos voltados à cidadania.
A ação aconteceu em parceria com a Secretaria da Diversidade do Governo do Ceará, que promoveu, nos dias 16 e 17 de maio, das 14h às 18h, o atendimento da Unidade Móvel Dandara Ketlely. O equipamento integra o Programa PreVio (Prevenção e Redução da Violência) e oferece gratuitamente serviços como acolhimento social, atendimento psicológico, orientação sobre direitos LGBTQIA+, retificação de registro civil para pessoas trans e distribuição de preservativos.
Para Fabiana Barbosa, assessora executiva do Centro Cultural do Cariri, o Arrasa é mais do que uma programação cultural: “O Arrasa nasceu do compromisso do Centro Cultural do Cariri com uma cultura viva, plural e transformadora. É uma ação afirmativa que não apenas reconhece, mas se constrói junto das existências LGBTQIAPN+ do nosso território. Acreditamos que cultura também é política de cuidado, de escuta e de presença. Ao lado da Secretaria da Cultura do Ceará, do Instituto Mirante e de tantas vozes dissidentes, reafirmamos que ocupar com dignidade é um direito, e que criar outras possibilidades de mundo é urgente.”
O Arrasa foi um convite à convivência, ao bem viver e à celebração da pluralidade de corpos, afetos e histórias que resistem no território.
Programação
A programação iniciou nos dias 14 e 15 de maio com a vivência “O corpo drag na cena”, conduzida por Rondinele Furtado na Casa da Diversidade. No dia 16 (sexta-feira), a Sala de Vidro recebeu o “Diversifica – Empreendedorismo LGBT+”, com Anália Lobo, e o Cineclube Cego Aderaldo exibiu o premiado longa Transversais, de Emerson Maranhão, com mediação de Samilla Marques.
Na sequência, o debate “Vozes Queer: ativismo no Cariri”, com mediação de Samilla Marques e participação de Pessoa Júnior, Prof. Dr. Gilney Matos, Charlie Renatti e Brendha Vlazack, ampliou o diálogo sobre políticas afirmativas e luta no território.
No sábado (17), o Arrasa tomou conta do Centro Cultural do Cariri com ações espalhadas pelo Parque, Bosque e Terreiro das Artes. A partir das 15h, Melissa Alcântara conduziu a vivência “Respira, Existe, Resiste – Saúde e Bem-Viver”.
A feira Balaio da Diversidade reuniu empreendedores LGBTQIA+ a partir das 16h, seguida de uma sequência de shows e discotecagens com artistas e performers da região: Carla Ribeiro, Elvis Nazário, Davi Sobreira, João do Crato, Sol Maria, às 18h30 no show Vozes Queer, e as drag queens Naomi Houston, Janine, Coral, Malina e Byanca Knowlles, às 21h com show Draglize, e com discotecagens de Anitta Merecida (Malan Amaro), às 18h, e DJ Yan Thyerre, às 20h.
No domingo (18), a programação encerrou com arte, poesia e encontros no Terreiro das Artes. Às 16h, Helionio conduziu a ação “Uma história ou uma dança?”, seguida por nova edição do Balaio da Diversidade e o Slam Master com a poeta Preta Poeta, das 17h às 19h.
Sobre o Centro Cultural do Cariri
Inaugurado no dia 1º de abril de 2022, o Centro Cultural do Cariri é um espaço para a discussão e promoção da arte, ciência e tecnologia, aliadas à tradição cultural e à contemporaneidade, estando aberto aos processos de experimentação e intercâmbio.
Instalado na cidade do Crato, Ceará, o equipamento é conceituado como um Centro Cultural Parque e sua infraestrutura atende, especialmente, à Região do Cariri Cearense, composta por 29 municípios. Desde sua abertura ao público, cerca de 1.500 ações foram realizadas e aproximadamente 600 mil pessoas foram beneficiadas com as programações, todas totalmente gratuitas.
O equipamento ocupa uma área de mais de 50 mil metros quadrados e conta com uma ampla estrutura que inclui três galerias, nove residências artísticas, duas salas de formação, biblioteca Baobá, Pequeno Palco, Ateliê de Artes e Ofícios, rádio Unáe, Bosque, Terreiro das Artes, área verde, areninha, pista de esportes de radicais, duas quadras de areia e uma brinquedopraça. Em processo de estruturação, estão o teatro escola, as salas de aula e ensaio, o café, o restaurante escola e o planetário. Com essa diversidade de espaços, o Centro Cultural do Cariri se consolida como um equipamento de encontro e convivência, promovendo o acesso democrático à cultura, à educação, à ciência e à cidadania.