Reunindo referências do campo da acessibilidade cultural, Secult Ceará realizou a 4ª edição do Seminário Cultura do Acesso

29 de janeiro de 2025 - 14:25 # # # # #

Ação formativa objetiva aprimorar as políticas públicas de acessibilidade cultural nos espaços públicos de cultura mantidos pelo Governo do Ceará

Foto Jeny Sousa

Durante os dias 27 e 28 de janeiro, aconteceu a 4ª edição do “Seminário Cultura do Acesso”. Realizado pelo Governo do Ceará, por meio da Secretaria da Cultura (Secult Ceará), a ação formativa busca aprimorar as políticas públicas de acessibilidade cultural nos espaços públicos de cultura mantidos pelo Estado.

Em 2025, o Seminário trouxe o tema “Cultura em Rede”. Esta edição foi voltada a gestores e coordenadores da Secretaria da Cultura (Secult Ceará) e da Rede Pública de Espaços e Equipamentos Culturais do Ceará (Rece).

Atualmente, a Rece é formada por 27 espaços públicos de cultura. Assim, a iniciativa representa um território de debate e criação de estratégias de democratização do acesso e da acessibilidade em todas as dimensões de uma experiência artística que estes locais proporcionam.

Durante os dois dias de programação, no auditório da Escola Porto Iracema das Artes, referências que atuam em diversas esferas do campo cultural participaram de mesas temáticas acerca do atendimento às pessoas com deficiência nos espaços culturais, condições de trabalho de profissionais Def e a acessibilidade na comunicação.

A programação também marcou as apresentações dos eixos do Plano Estadual de Acessibilidade Cultural do Ceará (PEACE) e do Formulário de Pesquisa de Acessibilidade para os equipamentos, o Guia Inclua.

O Seminário Cultura do Acesso foi organizado pela Coordenadoria de Diversidade, Acessibilidade e Cidadania Cultural (Codac), a Coordenadoria da Rede Pública de Equipamentos Culturais do Ceará (Copec) e a Assessoria de Projetos Especiais, da Secult Ceará.

Iana Soares (Inst. Mirante), Raquel Gadelha (Inst. Dragão do Mar), Gecíola Fonseca (Secult Ceará), Valéria Cordeiro (Ass.Projetos Especiais Secult Ceará)

Como foi o primeiro dia do Seminário Cultura do Acesso

A programação foi iniciada com fala de abertura. Estiveram presentes a secretária executiva de Planejamento e Gestão Interna da Cultura da Secult Ceará, Gecíola Fonseca; representantes das Organizações Sociais Instituto Dragão do Mar e Instituto Mirante de Arte e Cultura, respectivamente nas pessoas de Rachel Gadelha e Iana Soares; a coordenadora da Codac, Helena Campelo; a orientadora da Célula de Acessibilidade da Secult, Thamyle Vieira e os pesquisadores Arilson dos Santos Gomes e Alexandre Fleming, do Programa Cientista-Chefe da Cultura (CCCult).

Em seguida, às 9h30, a doutora em psicologia social e especialista em acessibilidade cultural e Estudos da Deficiência, Camila Alves (RJ), apresentou fala sobre acessibilidade e o direito das pessoas com deficiência. Mulher cega, a convidada atua como consultora, palestrante e psicóloga clínica, além de ser cofundadora do Nexo Psicoterapia, espaço de atendimento clínico e de formação em psicologia.

Logo depois, às 10h20, foi apresentada uma versão resumida dos eixos do Plano Estadual de Acessibilidade Cultural do Ceará (PEACE). A manhã também contou com a apresentação do Formulário de Pesquisa de Acessibilidade para os equipamentos culturais.

Realizado em parceria com o Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (IPEA), o Guia Inclua é importante ferramenta na promoção de acessibilidade para pessoas com deficiência e a inclusão de corpos dissidentes. Além disso, contribuirá para que os equipamentos culturais e seus trabalhadores elaborem planos de ações afirmativas.

“Esses momentos são sempre importantes para continuarmos entendendo as diretrizes, orientações e consigamos atingir o nosso objetivo de todas as pessoas acessarem plenamente todas as nossas políticas culturais”, afirmou, durante a mesa de abertura do Seminário do Acesso, a secretária executiva de Planejamento e Gestão Interna da Cultura do Ceará, Gecíola Fonseca.

Mesa sobre as condições de trabalho dos profissionais com deficiência. Participaram: João Paulo Lima (CE), Fernanda Santana (PR), Gecíola Fonseca (Secult Ceará) e Camila Alves (RJ).

Momento de debate

Ainda na terça-feira, às 14h, foi constituída mesa sobre as condições de trabalho dos profissionais com deficiência. Participaram Camila Alves (RJ), João Paulo Lima (CE) e Fernanda Santana (PR).

Secretária Geral da Associação Brasileira de Ação pelo Direito das Pessoas Autistas (Abraça), Fernanda Santana é mulher autista, ativista de Direitos Humanos, dos Direitos das Pessoas com Deficiência e Neurodiversidade. Doutor em Dança, João Paulo Lima é artista, educador, performer e escritor. É ativista dos direitos das pessoas com deficiência e colabora com coletivos LGBTs de pessoas com deficiência no Brasil.

Às 15h30, aconteceu a mesa  com o tema “atendimento às pessoas com deficiência nos equipamentos culturais do Ceará”, com as presenças de Gislana Vale (CE/RJ) e Lyvia Cruz (CE).

Mulher cega, Gislana Vale é escritora, poeta, pesquisadora, consultora em Acessibilidade Cultural e vice-coordenadora do Fórum em Acessibilidade Cultural da Associação Brasileira de Artes Cênicas. Mulher surda, atriz, professora, tradutora e contadora de história em Libras, Lyvia Cruz é mestranda em Estudo da Tradução com foco em Tradução Literária. O primeiro dia de programação foi encerrado com mais um momento para debate.

Foto: Jeny Sousa

Acessibilidade na comunicação pública

No segundo dia de seminário, na terça-feira, 28, a manhã foi dedicada ao tema “Acessibilidade na Comunicação”. Com a mediação da Assessora Especial de Gabiente da Secult, Maíra Suspiro, o painel contou com as participações de Lyvia Cruz, Gislana Vale e Fernanda Santana, todas mulheres com deficiência.

Esta programação buscará refletir sobre a importância de tornar a comunicação mais acessível para todos, abordando questões fundamentais para o contínuo trabalho de uma política cultural acessível. “Essa retomada do Seminário Cultura do Acesso, com a proposta de uma formação interna junto a rede de equipamentos da secretaria é estratégica para podermos discutir, atualizar e fortalecer questões urgentes sobre o acesso e a acessibilidade na cultura, protagonizada a partir de experimentações e falas de convidados com deficiência”, destacou a orientadora da Célula de Acessibilidade da Secult, Thamyle Vieira.