Com apoio da Secult, legado musical do artista plástico e compositor Batista Sena, será resgatado em documentário

27 de março de 2024 - 12:44 # # #

Classificado no último edital de audiovisual da Lei Paulo Gustavo, lançado pela Secretaria da Cultura do Ceará (Secult Ceará), a proposta de documentário intitulada Batista Sena: traços, canções e a Banda Chá de Flor pretende resgatar a memória do artista plástico e compositor cearense Batista Sena.

 

Artista nascido em Camocim que junto com Luiz Hermano, Siegbert Franklin, Zé Tarcísio e Bené Fonteles inovaram o cenário das artes plásticas cearenses na década de 70 em Fortaleza. Além do trabalho do artista como pintor e desenhista, o documentário pretende revelar e tirar do apagamento o legado musical de Batista Sena que, por mais de uma década, liderou a banda cearense Chá de Flor.

Com produção cultural de Ângela Maria Madeiro Leitão, do Instituto Brinquedim de Inclusão Cultural e sinopse, roteiro e direção do documentarista cearense Paulo Wagner, o filme terá como fio condutor a cena cultural da década de 70 em Fortaleza, cena influenciada pela contracultura, pelo rock’n roll e blues e pelos movimentos artísticos que eclodiram no Brasil após o Tropicalismo.

O documentário trará uma abordagem poética, expositiva e histórica cuja narrativa será realizada a partir das composições musicais de Batista Sena em versões curtas, cantadas e instrumentais, um acervo musical que servirá de mote para refazer a trajetória do compositor e artista plástico que se destacou pela originalidade e beleza de suas canções e pelo seu traço como desenhista do surreal e do fantástico.

O filme revelará o rico acervo deixado por Batista que, em parte, é preservado pelo Museu do Brinquedim em Pindoretama. Além das imagens e outros materiais pesquisados, o documentário prevê depoimentos como do cantor João do Crato, ex-integrante da Banda Chá de Flor que é considerado uma memória viva do legado musical deixado por Batista, dos músicos Ronald Carvalho e Heriberto Porto, ex-integrantes da banda, de personalidades do universo musical da época como o cantor Lúcio Ricardo e a cantora Mona Gadelha, autora da dissertação de O Perfume Azul, artífice da ruptura: transgressão na cena rock de fortaleza nos anos 70.

 

Serão destacados ainda no documentário, os depoimentos de Luís Hermano, de Madalena Sena, irmã e apoiadora que acompanhou Batista desde os primeiros passos, do artista plástico Dim Brinquedim, que se iniciou nas artes pelas mãos de Batista e ganhou notoriedade.

Segundo o documentarista Paulo Wagner que, além de assinar o roteiro e a direção do documentário Batista Sena: traços, canções e a Banda Chá de Flor, teve poemas musicados pelo artista, “o filme contará com um trabalho de produção e edição primoroso e pretende de maneira poética e surpreendente tirar do apagamento a memória de um artista cearense que merece pleno reconhecimento contemporâneo de seu legado artístico e musical, não apenas das novas gerações, mas além das fronteiras culturais do Ceará”, conclui.

Sobre PAULO WAGNER

Escritor, Jornalista, Documentarista e Mestre em Estudos de Linguagem, Literatura e Comunicação