Museu da Imagem e do Som do Ceará oferece programação especial de reabertura

6 de abril de 2022 - 15:16 # #

Em sua segunda semana de funcionamento, o MIS-CE continua a ofertar uma programação especial de reabertura com shows e palestras, além das exposições. Fernando Catatau, Mateus Fazeno Rock e Vacilant são as atrações musicais. Foto: Felipe Abud

Em sua segunda semana de funcionamento, o complexo do Museu da Imagem e do Som do Ceará Chico Albuquerque, equipamento da Secretaria da Cultura do Estado do Ceará (Secult Ceará), com gestão em parceria com o Instituto Mirante de Cultura e Arte, oferece uma programação especial para marcar a reabertura do espaço. De 07/04 a 09/04 (quinta a sábado), serão realizados shows e palestras gratuitos, com Fernando Catatau, Mateus Fazeno Rock e Vacilant, compondo a agenda musical, e conduzindo as aulas abertas, estarão Zelma Madeira e Rafa Diniz. Do dia 07 a 10/4 (quinta a domingo), das 13h às 21h, ocorrem visitas guiadas com mediadores. E no Domingo (10/4) às 17h , será realizada a visita mediada à exposição Laboratório de Sentidos, no Casarão, com André Scarlazzari e Marcus Vale. O uso de máscara e a apresentação do passaporte de vacina são obrigatórios para acesso aos espaços internos. A entrada é gratuita.

OS SHOWS

FERNANDO CATATAU

Depois de mais de duas décadas ao lado da banda Cidadão Instigado, o compositor, cantor, guitarrista, produtor musical e artista plástico Fernando Catatau lança agora seu primeiro álbum solo. Com participação especial de Rodger Rogério, Jeyci Viana e Uirá dos Reis, o lançamento acontece em show gratuito na Praça do MIS, como parte da programação especial de reabertura.

Originário de Fortaleza, Catatau morou 15 anos em São Paulo. Voltou há 4 anos, tempo em que ficou construindo o novo trabalho, enquanto se aprofundava no cotidiano e na cena artística da cidade. Agora, o artista traz ao público um álbum de pop contemporâneo que dialoga com a música feita por artistas mais jovens, inclusive nas experimentações caseiras, linhas vocais inventivas, minimalismo melódico, foco na textura e uma forte conexão com seu território. O foco das músicas são as texturas e o ritmo, criados com ajuda de Dustan Gallas no sintetizador e Samuel Fraga na bateria, que formam a banda base do disco.

“Uma característica forte deste álbum é que as músicas carregam imagens na nossa cabeça, pois letra e instrumental funcionam como dispositivo narrativo que trabalha com nossas memórias visuais. Cada música é como se fossem aquelas antigas caixinhas com fotos, monóculos antigos com temáticas diferentes”, afirma o artista Jonnata Doll.

Conectado com a cultura regional, Catatau também bebe de referências do pop internacional, rock, blues, reggae, surf e cinema. “Este é um disco feito por quem acha que George Michael e Amelinha soam igualmente fortalezenses, porque a cidade se alimenta de tudo que vai lhe definir”, sintetiza Doll.

MATEUS FAZENO ROCK

Com repertório de músicas autorais de Mateus Fazeno Rock, o show FZNRCK traz as faixas do “Rolê nas Ruínas” (2020), que já soma 300 mil plays só no Spotify, e músicas do “Jesus Ñ Voltará”, previsto para ser lançado em 2022. “É com ele que a gente circula/circulou com o primeiro álbum desde o período em que as apresentações aconteciam em formato virtual. Acredito que ele consegue transmitir bastante a energia do trabalho como um todo”, diz Mateus.

Em formato virtual, FZNRCK passou pela Feira da Musica (CE) e pelo Festival Bixa Nagô (SP), ocasiao em que Mateus dividiu o line-up com artistas de destaque nacional: Tássia Reis, Rico Dalasam, Tasha e Tracie, Urias, Badsista e Irmãs de Pau. O retorno ao presencial e o tão esperado com o público aconteceu em setembro de 2021, sendo atração em uma noite no JamRock. “Lotamos a casa em sua capacidade máxima permitida pelo decreto daquela época e muitas pessoas não conseguiram assistir o evento. Foi um sucesso total que acabou abrindo uns outros convites e contribuiu para construção de uma agenda no final do ano de 2021”, comemora Mateus.

O show na JamRock fez com que o show rodasse em outros eventos e casas como no Festival Negruras – CCBNB, CUCA da Barra do Ceará, e no JuvFest, realizado no CUCA José Walter. Com a volta das apresentações presenciais, o show passou por adaptações e reorganizações na formação. Atualmente além de Mateus nos vocais e guitarra, fazem parte do espetáculo: a cyber ogan Dj Viúva Negra, soltando os beats; Mumutante, backing vocal; Larissa Ribeiro e Rafa Lima, que colocam todo mundo pra dançar no baile fznrock.

VACILANT

A Vacilant é composta por Clau Aniz, Felipe Couto, Taís Monteiro, Tuan Fernandes e Yuri Costa criando sons, imagens e palavras. Em 2021, a Vacilant se reuniu e empreendeu uma investigação do tempo em som e imagem. O show Tempo Bravo é a experiência de dividir o processo que os levou a testar que o passado, o presente e o futuro se misturam em um referente só que é existir.

Lançado pela Mercúrio Música (CE), o som é eletrônico, fortalezense e experimental, buscando contrastes rítmicos e melódicos que atravessam as perspectivas de tempo em uma experiência condensada em aproximadamente trinta minutos.

AS AULAS ABERTAS

– “Cultura Negra e Indígena: por mais política de Diversidade”, com Zelma Madeira

Tratar da cultura dos povos indígenas e negros é retratar a história da formação social brasileira, considerando toda a contribuição que esses grupos étnicos deram para a identidade nacional. O registro da história é necessário para que as memórias de indivíduos e povos não sejam esquecidas. Dessa forma, é fundamental que os espaços de cultura e de arte, como os museus, fortaleçam a política de diversidade e inclusão. A valorização da diversidade cultural é necessária para políticas de desenvolvimento econômico e social, que devem incluir os povos originários, a população negra, as mulheres, os povos e comunidades tradicionais e a população LGBTQIA+. Assim, o MIS, como centro de cultura e de pesquisa e espaço de exposições, pode dar visibilidade às potencialidades de exposição, no propósito de romper com uma programação segregada e desigual, tornando-se acessível aos segmentos que sofrem discriminação.

Zelma Madeira é Doutora em Sociologia (UFC). Professora da graduação e Mestrado em Serviço Social da Uece. Foi coordenadora da Política de Igualdade Racial do Ceará de 2015 a 2020. Vencedora do Prêmio Innovare 2020, na categoria Justiça e Cidadania, por ser uma das criadoras do Projeto “Campanha Ceará Sem Racismo: respeite minha história, respeite minha diversidade”. Coordenadora do Laboratório de Estudos e Pesquisas em Afrobrasilidade, Gênero e Família – NUAFRO/UECE. Colunista do Jornal Diário do Nordeste. Atualmente é Assessora Especial de Acolhimento aos Movimentos Sociais do estado do Ceará – ASEMOV/ Casa Civil.

– “Conhecendo o que é Programação Criativa”, com Rafa Diniz

A arte produzida através de linguagens de programação tem despertado o interesse de jovens artistas no mundo inteiro, principalmente por sua capacidade de expressão/comunicação em plataformas virtuais que praticamente se tornaram uma extensão da nossa consciência. Várias dessas linguagens são de tipo Código Aberto, i.e. livres, gratuitas e têm se tornado meios democráticos de se produzir e promover arte de qualquer lugar, dependendo apenas de um PC e internet. Por outro lado, espaços físicos buscam suprir essa demanda de produção criando ambientes imersivos que estabelecem uma nova relação entre o público e o lugar de exibição, como o MIS-CE.

Rafa Diniz é um artista e educador de arte computacional. Embora seus estudos formais sejam em música, hoje Rafa Diniz se considera principalmente um artista da computação tanto no que se refere à imagem quanto ao som. Seu trabalho se concentra na arte generativa, interativa, visual e audiovisual, produzidas principalmente através de linguagens de programação (creative code). Participa da exposição “Ontem Choveu no Futuro”, do artista Batman Zavareze, atualmente em cartaz na sala imersiva do MIS-CE.

Natural de Crato-CE, possui graduação (2014) e mestrado (2017) em composição pela Universidade Federal da Paraíba ( UFPB – João Pessoa). Entre 2014 e 2017 atuou como compositor, performer no projeto de música experimental Artesanato Furioso (UFPB), trabalhando suas propostas audiovisuais com o duo club Silencio e o trio Whypatterns. Participou das exposições coletivas PANAPANÁ (2018) e à Nordeste (2019) com o duo ORA. Obteve vários vídeos destaque no Festival do Minuto entre 2018 e 2021, além de ter vencido, por três vezes, o troféu do Minuto e ter sido selecionado entre os melhores do ano em 2019 e 2020. Além disso, foi selecionado para fazer parte da Mostra 30 anos em 30 minutos promovida também pelo Festival do Minuto. Em junho de de 2020, foi convidado a participar da exposição online Além do Sítio, promovida pela galeria de arte tecnológica O Sítio. Em novembro de 2020 foi selecionado para o Creative Code Festival em Nova York, participando com dois vídeos. A partir 2020 começou a promover aulas remotas de código criativo na plataforma Códigos Fazem Arte. Desde então, já recebeu alunos de diversas partes do Brasil e do mundo. Em abril de 2021 fez parte do projeto Homeostasis Lab – Novo Tempo, exibindo peças interativas na exposição Habitar a Duração. Foi convidado a participar da inauguração da seção online de arte generativa da galeria the Artling, (Singapura). Foi um dos três artistas escolhidos pelo renomado fotógrafo britânico Nick Knight a participar do projeto moving logos, promovido pelo SHOWstudio (Londres), o projeto (vídeo) foi lançado em novembro de 2021. No início de 2022 foi convidado pela Generative Gallery para a mega exibição pública Megalopolis em Moscou junto a grandes artistas digitais russos e de diversas partes do mundo. Após ter sido selecionado em 2020 pelo FILE (Festival Internacional de Linguagem Eletrônica), exibição que foi cancelada devido a pandemia, acaba de ser confirmado como atração no FILE 2022 (São Paulo).

PROGRAMAÇÃO COMPLETA

7/4 | Quinta-feira 19h30 | Praça do MIS | Show de Fernando Catatau com participação de Rodger Rogério, Uirá dos Reis e Jeyci Viana.

8/4 | Sexta-feira 18h | Praça do MIS | Aula Magna “Cultura Negra e Indígena: Por mais política de Diversidade” – com Zelma Madeira

19h30 | Praça do MIS | Show Mateus Fazeno Rock

9/4 | Sábado 18h | Praça do MIS | Aula aberta “Conhecendo o que é programação criativa” – Com Rafa Diniz

19h30 | Praça do MIS | Show da Vacilant

10/4 | Domingo 17h | Casarão | Visita mediada à exposição Laboratório de Sentidos – Com André Scarlazzari e Marcus Vale

CONFIRA A PROGRAMAÇÃO DAS EXPOSIÇÕES

Horário de funcionamento para o público – Quinta a domingo, de 13h às 21h

*Excepcionalmente no dia 07/04, o acesso às exposições se dará até às 19h.

– Ontem choveu no futuro – Batman Zavareze – Anexo – Sala imersiva – andar -2

– Laboratório dos Sentidos – Curadoria de André Scarlazzari – Casarão – Espaço expositivo

– Sotaques e Zoadas – Vídeos de Tibico Brasil – Telões distribuídos pelo MIS

SERVIÇO: Complexo Museu da Imagem e do Som Chico Albuquerque

HORÁRIO DE FUNCIONAMENTO

Quinta a domingo – 13h às 21h

Entrada gratuita.

Para entrada nos espaços internos, é obrigatório uso de máscara e apresentação de comprovante com o esquema vacinal completo contra a Covid-19 (três doses para pessoas com 18 anos ou mais).