XVII Encontro Mestres do Mundo

Arte, memória e transformação florescem no XVII Encontro Mestres do Mundo

 

É tempo de floração de saberes das tradições culturais no Ceará. De 27 a 30 de novembro a cidade de Quixadá vai abrigar o 17º Encontro Mestres do Mundo, guiado pelo tema “Florada de Saberes: arte, memória e transformação”, com atividades também em Quixeramobim.

 

Serão quatro dias com Mestras e Mestres da Cultura, grupos e coletividades titulados como Tesouros Vivos da Cultura do Ceará, além de professores, pesquisadores, estudantes e a população, todos tecendo saberes e promovendo trocas, fazendo florescer a riqueza das tradições no grande terreiro da vida cearense. A realização é do Governo do Ceará, por meio da Secretaria da Cultura (Secult), da Casa de Saberes Cedo Aderaldo e Casa Antônio Conselheiro, em parceria com a Prefeitura de Quixadá e o Instituto Dragão do Mar. O acesso é gratuito e aberto ao público.

 

Histórico

Realizado desde 2005, o Encontro Mestres do Mundo é uma iniciativa de abrangente interiorização da cultura cearense. Em 16 edições, o Encontro já foi acolhido pelas cidades de Fortaleza, Quixadá, Aquiraz, Limoeiro do Norte, Jaguaruana, São João do Jaguaribe, Russas, Barbalha, Juazeiro do Norte e Crato e Porteiras.

 

A cada edição, avança como território de Encontro dos Mestres e Mestras da Cultura, grupos e coletividades titulados como Tesouros Vivos da Cultura do Ceará. O evento promove um abrangente diálogo entre os Tesouros Vivos e brincantes, estudantes, professores, pesquisadores, moradores e mestres de outros estados e países, com uma programação voltada ao encontro e troca de saberes.

 

O aperfeiçoamento da política veio com a Lei Estadual 13.842, de 27 de novembro de 2006, que instituiu o registro dos “Tesouros Vivos da Cultura” no Ceará, normatizando o processo de seleção. Voltada para o reconhecimento dos saberes e fazeres dos mestres e mestras da cultura tradicional e popular, a normativa passou a reconhecer, além das pessoas naturais, os grupos e as coletividades dotados de conhecimentos e técnicas de atividades culturais de elevado grau de maestria, constituindo importante referencial da Cultura Cearense. O programa Mestres da Cultura se tornou um referencial do Ceará para o Brasil recebendo, à época de sua criação, prêmio do Ministério da Cultura, pela qualidade e pelos efeitos da iniciativa.

 

Os mestres e mestras são reconhecidos como detentores e transmissores de tradições, da história e da identidade, atuando no repasse de seus saberes e experiências às novas gerações. São selecionados pela Coordenadoria de Patrimônio Cultural e Memória (Copam), da Secult Ceará, após apresentação de propostas pelas candidatas e pelos candidatos. Os Mestres e as Mestras da Cultura passam, então, a contar com reconhecimento institucional e recebem um subsídio no valor de um salário mínimo mensal, como auxílio para a manutenção de suas atividades e para a transmissão de seus saberes e fazeres.

 

Em 2017, o então governador Camilo Santana sancionou lei que aumentou para 80 o número máximo de pessoas naturais contempladas com o título de Mestres e Mestras da Cultura. Já em 2022, a então governadora Izolda Cela ampliou para 100 esse número, contribuindo para o reconhecimento, a proteção e a valorização da diversidade dos conhecimentos, fazeres e expressões das culturas populares e tradicionais no Ceará. Ainda em 2022, também foi sancionado o Código do Patrimônio Cultural do Ceará, que atualiza os conceitos, as formas de acesso, os direitos e deveres do Registro dos Tesouros Vivos da Cultura cearense.

 

Resguardar saberes

O objetivo da Política dos Tesouros Vivos, na sua fundação, foi resguardar os saberes que fazem a identidade dos cearenses. Junto a isto, ao longo dos anos surgiu o Programa Mestres nas escolas, Programa Mestre, Presente! e o diploma de notório saber, conferido pela Universidade Estadual do Ceará. Ao preservar um Patrimônio como Tesouro Vivo, é definindo o que acompanhará a sociedade cearense durante os próximos anos, que dirá quem somos e o que queremos ser. Na primeira titulação, em 2004, a Mestra Lúcia foi diplomada, reconhecendo não somente a sua obra, mas estabelecendo a garantia de que, no futuro, o seu trabalho de ceramista continuará no cerne da sociedade cearense.