Ceará cria a Empresa Cearense de Audiovisual e marca um novo tempo para o setor no estado
16 de dezembro de 2025 - 19:27
Iniciativa reafirma o compromisso do Governo do Ceará com uma das áreas mais dinâmicas da sua economia criativa, que movimenta talentos, atrai investimentos, projeta o Ceará em âmbito nacional e internacional e gera oportunidades para milhares de profissionais

Foto: Luiz Alves
A Assembleia Legislativa do Estado do Ceará (Alece) aprovou, após sessão plenária realizada nesta terça-feira (16/12), o Projeto de Lei Complementar que cria a Empresa Cearense de Audiovisual (ECAVI). Fruto de histórica articulação do setor no estado e do trabalho desenvolvido pela Secretaria da Cultura do Ceará (Secult), esta conquista consolida um novo momento para este importante campo da economia.
Esta rica e potente indústria abrange a produção de séries, games, TV abertas, fotografia, publicidade, serviços de streaming e muito mais. É também geração de renda para trabalhadoras e trabalhadores de vários setores como transporte, segurança, alimentação, rede hoteleira, comunicação e comércios locais.
Criada pela Lei n.º 17.857/ 2021, a Empresa Cearense de Audiovisual objetiva a promoção de políticas públicas em prol do setor audiovisual do estado. Representa investir no desenvolvimento da produção cearense com a arte e a cultura digital, promovendo a criação, formação, exibição, distribuição, preservação, pesquisa e intercâmbio.
A Empresa atuará como agente articulador, conectando o setor audiovisual cearense com mercados nacionais e internacionais. Sua missão também é promover a inclusão social e o acesso à cultura por meio de iniciativas como a gestão de salas públicas de cinema e o apoio à distribuição e difusão do setor.
Presente à votação, a secretaria da Cultura do Ceará, Luisa Cela, celebrou a aprovação e reiterou o trabalho conjunto entre a Secult e representantes do setor Audiovisual cearense que lutaram e construíram esse Projeto de Lei junto da pasta. “A criação da Empresa é um marco no desenvolvimento do Ceará, especialmente para aqueles e aquelas que trabalham com o Audiovisual”, destacou a gestora.
“É uma grande evolução para o setor. Com a Empresa Pública, conseguiremos comparar o que era o Audiovisual antes e agora. Traz esse viés econômico da Cultura, que é muito importante. Gostamos de filmar, de ver os filmes, mas também de tornar sustentável, gerar emprego, renda e conseguir trabalhar com isso, gerando toda essa economia criativa. É um marco histórico hoje”, destacou o presidente da Associação Cearense de Produtoras de Audiovisual Independente (Ceavi), Roger Pires.
Audiovisual é renda e desenvolvimento econômico
A efetivação da Empresa Cearense de Audiovisual resulta da ampla mobilização de profissionais do setor audiovisual cearense. Um trabalho de décadas que agora é materializado oficialmente. Alinhada com este compromisso, a Secult Ceará, a partir da Coordenadoria de Cinema e Audiovisual (CCAVI), firmou uma série de ações, esforços e interlocuções nos últimos anos.
Esta dinâmica inclui uma intensa agenda de reuniões com o setor Audiovisual, criação de Grupo de Trabalho, realização do “Seminário Ceará Filmes” e contratação de consultoria externa especializada. Em setembro último, a Secretaria da Cultura apresentou a “Pesquisa de impacto socioeconômico do setor audiovisual do Estado do Ceará”.
Fruto de investimento da pasta, o estudo realizado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) afirma que o setor audiovisual cearense é vital à geração de riqueza e desenvolvimento econômico do estado. Para cada R$1 real investido, o setor Audiovisual cearense retorna R$3,10 à economia do Ceará.
O inédito levantamento dimensiona a relevância econômica do setor audiovisual. Aponta os impactos econômicos e sociais em termos de valor de produção, valor adicionado (PIB), impostos, salários, e empregos.
Comparado a outros setores da economia no estado, o retorno de R$3,10 situa o audiovisual em posição de destaque. No mesmo apurado de 2019, esse valor é superior, por exemplo, ao setor de Agricultura (que rende o retorno de R$ 2,05) e se aproxima de outras áreas como confecção de artefatos do Vestuário e Acessórios (com R$ 3,51) e Construção (com R$ 3,24).
“A Empresa Audiovisual trabalha com cinema, mas ela tem também publicidade, a parte de TV, de internet, e também games, que é um setor econômico muito potente no Brasil e no Ceará”, reforçou Luisa Cela.
“A criação da Empresa Audiovisual potencializará, inclusive, a inovação dentro do âmbito cultural. Teremos uma oportunidade de mostrar como a Cultura se relacionará com o Turismo, com o desenvolvimento econômico, com as pautas de Ciência e Tecnologia, para promover essa transformação que no final das contas não vai ficar restrita somente ao setor, mas vai impactar o Ceará como todo”, destacou o Produtor e Pesquisador da Indústria de Jogos, Arison Uchôa.
Empresa Cearense do Audiovisual
Um sonho aguardado por décadas, a Empresa Cearense do Audiovisual atuará como agente articulador, conectando o setor audiovisual cearense com mercados nacionais e internacionais, além de promover a inclusão social e o acesso à cultura por meio de
iniciativas como a gestão de salas públicas de cinema e o apoio à distribuição e difusão do nosso cinema.
A iniciativa representa uma conquista de todos que fazem o audiovisual cearense ser reconhecido no Brasil e no mundo: artistas, produtores, técnicos, roteiristas, pesquisadores, gestores, instituições, coletivos e movimentos que, ao longo dos anos, mantiveram vivo o desejo de consolidar um ambiente mais estruturado e sustentável para o desenvolvimento da atividade audiovisual no Estado.
Plataforma Siará+
O cinema e o mercado audiovisual cearense ganharam uma vitrine única para o mundo.Em 2025, o Governo do Ceará lançou a ‘Siara+’, a primeira plataforma de streaming audiovisual dos talentos de nossa terra. Desde a estreia da plataforma até 3 de dezembro de 2025, foram exibidos 95 filmes, com mais de 6 mil visualizações.
Até o final deste mês de dezembro, serão 150 filmes cearenses disponíveis na plataforma.
A Siara+ projeta as múltiplas linguagens, gerações de profissionais, territórios e filmes que formam a cena audiovisual do estado.