Do Hip-Hop à IA: MICBR expande debates e fortalece negócios da cultura

5 de dezembro de 2025 - 09:58 #

Ascom Minc - Texto

Painéis gratuitos atraem público diverso em busca de tendências, estratégias e caminhos para empreender na economia criativaFoto: Carol Lando / MinC

A movimentação de pessoas no Hub Porto Dragão marcou a intensa programação de atividades formativas, nesta quinta-feira (4), no Mercado das Indústrias Criativas do Brasil (MICBR) + Ibero-América 2025. Empreendedores criativos de várias partes do Brasil e de países da Ibero-América entravam e saiam de uma sala para outra anotando as dicas dos especialistas nos diferentes painéis de mercado.

Por trás de cada porta, olhos vidrados e ouvidos atentos para o tema de interesse do participante. Painéis sobre Inteligência Artificial (IA) no mercado de arte, games, Hip-Hop, moda autoral, patrimônio, as culturas indígenas e o mercado criativo esteve entre os assuntos do dia.

Eu não sou exatamente um usuário do blockchain e da inteligência artificial, mas tudo o que envolve arte e tecnologia me interessa”, disse o ilustrador de arte digital a mão livre, Laercio Cubas Jr, da Cubas Arts. “Toda a programação de artes visuais do MIC está incrível, e dentro desse painel, foi muito colocada a questão da autoria, da capilaridade, da presença do artista e do uso das tecnologias, tudo veio para somar”.

A diversidade de temas desperta a curiosidade dos participantes que buscam novidades para aumentar o potencial econômico de sua atividade artística. O guia de turismo, Valzenir Chagas destacou que a melhoria na infraestrutura da região da Barra do Ceará vai impulsionar o mercado local. “A gente precisa mostrar que através da arte e da cultura a gente pode se desenvolver e o turismo também porque uma coisa puxa a outra”.

O painel sobre patrimônio, território e turismo criativo contou com a participação da turismóloga, educadora e produtora cultural, Clarisse Fraga, que destacou: “a medida em que as comunidades reconhecem as suas referências culturais como patrimônio, elas despertam para a importância da preservação e para as possibilidades de geração de renda a partir delas”.

Galeria: espaço de arte e negócios

A sala 12 do Hub Porto Dragão ficou pequena diante da presença dos profissionais em início de carreira e galeristas que buscam dicas para ganhar reconhecimento no mercado artístico.

Galerista de arte de Manaus, Carlysson Sena, participa do MICBR desde a primeira edição. Para ele, o evento se destaca por valorizar as identidades. “Enaltecer o território é uma coisa que o MIC me ensinou lá no começo. Eu precisava construir o meu modelo dentro da especificidade brasileira, dentro do nosso sentir e do nosso modo de ser amazônico, então, eu vim aqui buscar mais uma referência de como outros galeristas têm lidado com toda essa questão de o que é representar artistas no Brasil”.

Todos trabalham pela melhoria do mercado relevante e esse movimento que acontece aqui no MIC é um grande espaço para aproveitar essa oportunidade para fazer conexões, parcerias e trocar ideias”, comentou o galerista convidado do painel, Rodrigo Mitre.

Cena Hip-Hop como valor de mercado

Pessoas de diferentes idades, gêneros e estilos, unidos por uma paixão em comum: a cena hip-hop brasileira. Cada vez mais em ascensão no país, o movimento tem espaço no MIC como cultura de negócio.

Quando se encontram, a turma do Hip-Hop aproveita as oportunidades para celebrar os pilares do movimento, que são o rap, break, grafite e Dj. “Eu vim diretamente de Florianópolis para entender como que com a minha arte eu conseguia fazer negócio também, ver que tinha um evento com rodada de negócio que eu consegui me conectar com os empresários”, comentou Nícolas Crispim (Nicow), do Green Moment Music.

Como anfitrião, o cearense Afrânio Nascimento apresentou a história do Aldeia  Hip-Hop, na região da Grande Caucaia. Para ele, a linguagem, especialmente a de Fortaleza, se sentiu empoderada com a temática sendo tratada como cultura de negócio e valor de mercado dentro do Mercado das Indústrias Criativas.

As trocas são intensas e não param de acontecer. Cada Painel de Mercado é gratuito e aberto ao público interessado que busca o assunto de interesse ocupando os múltiplos espaços culturais da cidade. As atividades seguem nas salas do Hub Porto Dragão, Teatro São José, Escola Porto Iracema, Biblioteca Pública Estadual do Ceará (Bece) e outros locais até esta sexta-feira (5).

MICBR+Ibero-América

A edição 2025 é uma realização do Ministério da Cultura, correalização da Organização de Estados Ibero-Americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura (OEI), do Governo do Estado do Ceará, por meio da Secult Ceará, e da Prefeitura de Fortaleza, por meio da Secultfor.