Com ampla participação dos Pontos de Cultura do estado, Ceará inicia sua 2ª Teia Estadual Cultura Viva
21 de novembro de 2025 - 09:02
Antonio Laudenir - Ascom Secult - Texto
Maria Haydêe - Fotos
De 20 a 23 de novembro, encontro acontece no Cariri e reafirma a Cultura como força de mobilização social e também marca a realização do 7º Fórum Cearense Cultura Viva

Manhã de credenciamento no Centro Cultural Cariri Foto: Maria Haydêe
A Secretaria da Cultura do Ceará (Secult) iniciou, nesta quinta-feira (20), a programação da 2ª Teia Estadual Cultura Viva. Com o tema “Justiça Climática em Territórios Ancestrais”, o encontro reúne representantes de Pontos de Cultura, mestres da Cultura, grupos populares, artistas e gestores públicos até o sábado (23).
Este importante capítulo da Cultura cearense acontece no Centro Cultural do Cariri Sérvulo Esmeraldo e ocupa diferentes Pontos de Cultura que atuam no Cariri. O encontro reúne agentes culturais para dialogar e escrever em coletivo essa história. É a oportunidade de celebrar, trocar ideias, partilhar experiências, pensar e definir estratégias que conduzirão uma das mais importantes políticas públicas do Programa Cultura Viva no Brasil.
Realizado pelo Governo do Ceará, Secretaria da Cultura e pela Comissão Cearense Cultura Viva, a 2ª Teia Estadual Cultura Viva também marca a realização do 7º Fórum Cultura Viva. O Fórum promove o diálogo entre gestão pública e os Pontos de Cultura certificados pela Secult Ceará e pelo Ministério da Cultura (MinC).
O Fórum objetiva a construção de diretrizes e recomendações da Política Estadual Cultura Viva e elegerá as representações do Ceará na 6ª Teia Nacional, que acontece em março de 2026, no Espírito Santo. A 2ª Teia Estadual Cultura Viva conta com parceria da Prefeitura do Crato e recursos da Política Nacional Aldir Blanc (PNAB).
A abertura institucional da 2ª Teia Cultura Viva contou com as participações da secretária Executiva e Gestão e Planejamento Interno da Secult Ceará, Gecíola Fonseca; o prefeito de Crato, André Barreto Esmeraldo; o secretário de Formação Artística, Livro e Leitura do Ministério da Cultura, Fabiano Piúba; o diretor Nacional da Política Nacional Cultura Viva do Ministério da Cultura, João Pontes; o Chefe de Gabinete da Secretaria da Cultura do Ceará, Zé Viana Junior e a Coordenadora de Diversidade, Acessibilidade e Cidadania Cultural da Secult Ceará (CODAC), Helena Campelo.
A cerimônia ainda contou com as falas da Diretora Executiva do Instituto Mirante de Cultura e Arte, Iana Soares; a Representante da Comissão Cearense da Cultura Viva do Ceará, Norbélia Duarte; a Secretária da Cultura do Município de Crato, Fabiana Gomes; a Diretora do Centro Cultural do Cariri, Rosely Nakagawa e o Representante do Comitê Nacional e também Estadual Cultura Viva e do Conselho Estadual de Políticas Culturais do Ceará pelo assento da Cultura Viva, Alexandre Lucas.
Teia é futuro
“Essa Teia é lugar de encontro, é o momento de reafirmar que a Cultura é a defesa da vida, é estratégia de justiça climática, é modo de proteger os territórios ancestrais. É o momento de assumir que a Cultura do Ceará existe porque os territórios existem. Que essa Teia seja um território de cura, articulação profunda, escuta verdadeira e que daqui saiam diretrizes, afetos, pactos e caminhos para seguirmos fortalecendo a rede de Pontos de Cultura. Que o Ceará chegue na sexta 6ª Teia Nacional, levando o que nos faz únicos: a força política e poética dos nossos povos”, destacou a secretária Executiva e Gestão e Planejamento Interno da Secult Ceará, Gecíola Fonseca.
“Saúdo e agradeço, no nome do Estado brasileiro, no nome do Ministério da Cultura, a cada um e a cada uma que nos seus territórios, nas suas comunidades, tem promovido o acesso aos bens civis culturais e o direito social básico. Se não fosse vocês estarem atuando em cada comunidade, nós teríamos, certamente, outra realidade no Brasil. Se hoje podemos retomar o processo democrático e a garantia dos direitos, é graças a vocês”, compartilhou o diretor Nacional da Política Nacional Cultura Viva do Ministério da Cultura, João Pontes
“O Crato recebe este evento de braços abertos com a melhor acolhida dos povos cariris e todo empenho de nossa gente. Este tema é demais oportuno para a Teia realizada no território Cariri e expressa o alinhamento de nossa luta, em particular no Brasil, no momento que acontece a COP30”, situou o Prefeito de Crato, André Barreto Esmeraldo.
Sob as bençãos do Cariri
A programação iniciou com recepção e credenciamento de cada participante ao longo de todo o dia. No período da tarde, o parque do Centro Cultural Cariri recebeu as feiras criativas e solidárias, que movimentaram empreendedores culturais, artesãos e coletivos da economia da cultura.

Manhã de credenciamento no Centro Cultural Cariri Foto: Maria Haydêe
Em alusão ao Dia da Consciência Negra, a abertura pública da Teia foi marcada pelo cortejo “Cultura Negra Viva”, que percorreu o trajeto entre a Praça Dona Mãe Ceicinha e o Centro Cultural do Cariri. As ruas do Crato foram ocupadas pelo encanto, cores e força ancestral de nossos Pontos de Cultura.
A ação contou com a participação da Caravana Cultural (Fortaleza), Maracaty Nação Bons Ventos (Aracati) e diversos grupos do Cariri, como Reisado Mestra Mazé, Maracatu Uinu Erê, Reisado Mirim Santo Expedito (Mestra Flaternaria), Carroça de Mamulengo, Maracatu Luz do Luar e o coletivo Zabumbar, Ponto de Cultura Aldeia.
Em seguida, o público presente ao Centro Cultural do Cariri, espaço público de Cultura do Governo do Ceará, gerido em parceria com o Instituto Mirante de Cultura e Arte, testemunhou um momento de conexão profunda com o Ritual Místico dos Pontos de Cultura Anfitriões. Esta rica e única expressão foi conduzida por quem carrega a sabedoria do território: Isabel Kapinawá e Pajé Rosa Cariri. Este momento representou a partilha, o aprendizado e a força coletiva que a Teia convoca.
A abertura oficial da 2ª Teia ocorreu às 20h30, seguida de uma Noite Cultural com apresentações do Reisado Mirim do Ponto de Cultura Sebastião Catirino (Amontada), do espetáculo folclórico do Grupo Cultural de Dom Maurício (Quixadá) e do Afoxé Acabaca (Fortaleza).
A Teia Estadual Cultura Viva segue até sábado (23) com círculos de palavra, mesas temáticas, formações e vivências, articulando agentes culturais em torno das políticas de base comunitária e da defesa dos territórios ancestrais.