Estação das Artes recebe o 3º Festival Feira Negra do Ceará neste sábado (22)

19 de novembro de 2025 - 14:08 # # # #

Ascom Estação das Artes - Texto

A programação semanal conta também com discotecagem de ritmos africanos, homenagem a Arlindo Cruz, forró e atividades infantis

Educareggae (Foto: Clarice de Macedo)

O fim de semana na Estação das Artes — espaço que integra a Rede Pública de Equipamentos Culturais (Rece) do Governo do Ceará, vinculada à Secretaria da Cultura (Secult) e gerido em parceria com o Instituto Mirante — será marcado por atividades em alusão ao Dia da Consciência Negra, com uma programação diversa, gratuita e voltada para todos os públicos. Samba, reggae, forró e maracatu darão o ritmo das celebrações.

A sexta (21) começa às 18h15 com Ecos da Diáspora, projeto de discotecagem do DJ Khamidi, artista cabo-verdiano radicado em Fortaleza há mais de 18 anos. Ele propõe uma reconexão com a ancestralidade africana e com o movimento de afirmação da negritude no Brasil, reunindo ritmos da afro-diáspora como kuduro, batuku, zouk, funaná, afrobeat, hip hop, afro-sambas e reggae. A apresentação destaca a contribuição africana para a identidade cultural brasileira e o diálogo entre passado e futuro.

Em seguida, às 19h30, o Grupo DTF apresenta “O Show Tem Que Continuar”, uma homenagem à obra de Arlindo Cruz. O projeto, iniciado em 2018, revisita grandes sucessos do compositor e celebra a força do samba como memória, resistência e afeto. O DTF transforma o palco em uma roda de celebração coletiva e traz sua trajetória ligada ao samba de raiz e às rodas tradicionais de Fortaleza, apresentando um repertório que vai dos clássicos aos pagodes mais atuais. A apresentação contará com interpretação em Libras.

3º Festival Feira Negra do Ceará marca o sábado (22) com Ancestralidade, Arte e Resistência

No sábado (22), o Complexo Cultural Estação das Artes recebe o 3º Festival Feira Negra do Ceará: Ancestralidade, Arte e Resistência | Afro Contemporaneidade, ocupando os equipamentos das 14h às 22h em uma programação que integra economia criativa, formação, arte, moda, música, memória e celebração das culturas afro-brasileiras e afro-diaspóricas. Participam desta edição 50 expositores em uma Feira Criativa com produtos expostos entre o Mercado AlimentaCE, a Gare da Estação das Artes e a Kuya – Centro de Design do Ceará.

A programação tem início às 14h10, com o  cerimonial de abertura no palco da Estação das Artes. Em seguida, às 14h30, acontece o CortejoCoroação da Rainha Lúcia Simão”, apresentado pelo grupo Macumaxé: Somos Maracatu, que tem início na Gare e segue em direção a Kuya. O espetáculo nasce do desejo de celebrar, preservar e fortalecer a tradição do maracatu. O público é convidado a vivenciar a energia do cortejo e de seus personagens, culminando na coroação da Rainha, momento emblemático que afirma identidade, memória e a força coletiva dessa tradição.

Ao longo do dia, a Kuya recebe ações artísticas e formativas. A partir das 12h, o hall de entrada abriga a exposição Moda Ancestral, que propõe um diálogo entre passado e presente, revelando como a herança africana e afro-brasileira inspira a moda contemporânea. Às 15h, acontece a mesa de abertura “Maracatu Coroa Rainha: Homenagem à Lúcia Simão!”, com a pesquisadora e brincante Jô Gentil, fundadora do Maracatu Nação Iracema, William Augusto e mediação de Nenzinha Ferreira. Logo na sequência, às 15h45, é a vez da roda de conversa Ancestralidade, Arte, Cultura e Resistência Afro-Contemporânea, com os convidados afro-empreendedores Lita Sthephany Gomes e Anderson Rodrigues, sob mediação da artista visual Tatiana Machado. Ambas as mesas contarão com tradução simultânea em Libras. A programação continua às 16h30, com a Contação de Histórias “As Rainhas Negras”, apresentada por Patrícia Adjoké, e, às 17h30, com a Oficina de Construção de Bonecas Abayomi, no Laboratório de Prototipagem, conduzida por Virgínia Ramos.

Na Estação das Artes, a partir das 16h, acontece o Aulão Educareggae com Jhessy Mar, que propõe uma vivência em que a dança vai além do movimento e se torna ferramenta de resistência, liberdade e autenticidade. O reggae aparece como espaço de expressão, terapia e conexão, onde ritmo, letras e musicalidade constroem experiências que dialogam com identidade e vivências periféricas.

Às 17h, tem início a apresentação do projeto Música Periférica Brasileira convida Dub85, em parceria com o Sesc. No projeto, a artista, cantora, compositora e MC da Comunidade do Dendê Carú Lina investiga a fusão entre samba, forró, música de terreiro, funk, rap e afro-brasilidades. Carú busca valorizar a cultura periférica e o protagonismo feminino, transformando a periferia em território de criação, identidade e arte ancestral.

Em seguida, às 18h30, o palco recebe o espetáculo “Raízes e Memórias”, com o grupo Batuque de Mulher, também em parceria com o Sesc. Formado por mulheres da periferia que afirmam seu lugar na percussão, no canto e na dança, o grupo foi criado em 2018 pela percussionista Kássia, em diálogo com movimentos de mulheres do Conjunto Palmeiras e a Companhia Bate Palmas. As referências passam por compositoras e cantoras negras como Elza Soares, Jovelina Pérola Negra e Clementina de Jesus, explorando ritmos como samba, jongo, maracatu, coco, boi, ijexá, cabula, barravento, agueré e capoeira angola.


Dipas (Foto: Terrah Queiroz)

Encerrando a noite, às 20h, o cantor Dipas apresenta o show “Quem me ensinou sabia”, uma homenagem aos mestres que moldaram sua relação com o samba, entre eles Jorge Aragão, Zeca Pagodinho, Almir Guineto, Reinaldo, Alcione e Leci Brandão. Artista e cientista social, Dipas tem trajetória multidisciplinar que atravessa música, teatro, cinema e pesquisa. Em seu show, o artista sintetiza influências que marcaram sua geração, ao lado de clássicos da música preta e composições autorais, no que define como “Pagode 085”. Todos os três shows contarão com interpretação em Libras.

Domingo na Estação (23) conta com forró do “Projeto de Pai para Filho” e atividades infantis

Atividades para toda a família compõem o Domingo na Estação. A partir das 10h acontece a oficina infantil “Brincando de Bordar”, com as arte-educadoras Talita Késsia e Fleuri Cardoso. Na oficina, as crianças experimentam o bordado livre a partir da juta, linha e agulha, aprendendo pontos simples, como o ponto atrás e o ponto cheio, enquanto são incentivadas a criar seus próprios desenhos.

Às 11h, o Coletivo Dandara: Narrativas Teatrais Antirracistas apresenta o espetáculo infantil “Erês”, que significa “crianças” em iorubá. A montagem trabalha dramaturgia antirracista voltada às infâncias, unindo música, contação de histórias, dança, artes visuais, contos africanos e literatura infantil negra. O coletivo se consolidou como um importante agente de resistência cultural, promovendo debates sobre identidade afro-brasileira e relações étnico-raciais por meio da arte.

Encerrando a programação, às 12h30, o músico, cantor, acordeonista e compositor Clementino Moura Filho apresenta o show “Projeto de Pai para Filho”, em parceria com o Sesc. Natural de Fortaleza, o artista dedica sua trajetória à preservação da herança musical de seu pai, Clementino Moura, valorizando o autêntico forró pé de serra e o forró de gafieira, tradições que seguem vivas em seu repertório.

Estação das  Artes abraça campanhas no mês de Novembro

As atrações do mês de novembro compõem a programação da III edição do Festival Afrocearensidades com o tema “Encruzilhadas, memórias e bem-viver”. O evento marca as celebrações do mês da Consciência Negra. A ação é resultado de diversas articulações institucionais conduzidas pela Secretaria da Cultura (Secult) juntamente com a Secretaria da Igualdade Racial (Seir) e as organizações sociais Instituto Dragão do Mar (IDM) e Instituto Mirante, que realizam uma série de atividades na Rede Pública de Espaços e Equipamentos Culturais do Ceará (Rece) a partir de escutas com os movimentos sociais, movimento negro e Povos de Comunidades Tradicionais – PCTs (quilombolas e povos de terreiro).

Além disso, até o dia 30 de novembro, a Estação das Artes será um dos pontos de arrecadação da campanha Natal Ceará Sem Fome 2025, iniciativa do Governo do Ceará que chega à sua terceira edição com o objetivo de arrecadar brinquedos novos para as crianças atendidas pelo Programa Ceará Sem Fome. A meta deste ano é arrecadar 100 mil unidades e serão aceitos apenas brinquedos novos, não embalados e que não façam apologia à violência. Além da Estação das Artes, as doações podem ser feitas nos seguintes pontos de entrega: Biblioteca Pública Estadual do Ceará (Bece), Cineteatro São Luiz, Centro Dragão do Mar e Theatro José de Alencar. Toda a arrecadação será destinada às crianças no dia 22 de dezembro, durante a Ceia Natalina das Cozinhas Ceará Sem Fome, realizada simultaneamente nos 184 municípios cearenses.

Serviço

Programação da Estação das Artes

Dias: 21 a 23 de novembro
Endereço: Rua Dr. João Moreira, 540 – Centro
Mais informações:
Instagram @estacaodasartes.ce@mercadoalimentace e @institutomiranteceara

Sexta, 21

18h15 às 19h15 – Discotecagem “Ecos da Diáspora”, com DJ Khamidi
19h30 às 21h30 – “O Show Tem Que Continuar”, com Grupo DTF
Acesso: Gratuito
Entrada por ordem de chegada e sujeita à capacidade máxima do espaço
Classificação indicativa: 18 anos
Acessível em Libras

Sábado, 22

3º Festival Feira Negra do Ceará

12h – Exposição Moda Ancestral, no Hall de Entrada da Kuya
14h às 22h – Feira Negra, com mais de 50 afroempreendedores
14h30 às 15h – Cortejo “Coroação da Rainha Lúcia Simão”, com Macumaxé: Somos Maracatu
15h – Roda de conversa “Maracatu Coroa Rainha: Homenagem à Lúcia Simão”, com Jô Gentil, William Augusto e Nenzinha Ferreira, na escadaria da Kuya
15h45 – Roda de conversa “Ancestralidade, Arte, Cultura e Resistência Afro-Contemporânea”, com Lita Sthephany Gomes, Anderson Rodrigues e Tatiana Machado, na escadaria da Kuya
16h às 16h50 – Aulão Educareggae, com Jhessy Mar
16h30 – Contação de Histórias “As Rainhas Negras”, com Patrícia Adjokè, na escadaria da Kuya
17h às 18h – Projeto Música Periférica Brasileira convida Dub85 (Parceria Sesc)
17h30 – Oficina “Construção de Bonecas Abayomi”, com Virgínia Ramos, no Laboratório de Prototipagem da Kuya
18h30 às 19h30 – Show “Raízes e Memórias”, com Batuque de Mulher (Parceria Sesc)
20h às 21h30 – Show “Quem me ensinou sabia”, com Dipas
Acesso: Gratuito
Entrada por ordem de chegada e sujeita à capacidade máxima do espaço
Classificação indicativa: 18 anos
Acessível em Libras

Domingo, 23

Domingo na Estação

10h às 13h – Oficina infantil “Brincando de Bordar”, com Talita Késsia e Fleuri Cardoso
11h às 11h30 – Espetáculo infantil “Erês”, com Coletivo Dandara: Narrativas Teatrais Antirracistas
12h30 às 14h30 – Show “Projeto de pai para filho”, com Clementino Moura Filho (Parceria Sesc)
Acesso: Gratuito
Entrada por ordem de chegada e sujeita à capacidade do espaço
Classificação indicativa: Livre