Cinema do Dragão homenageia Marcelo Gomes e apresenta três estreias
11 de setembro de 2025 - 09:23
A agenda semanal também conta com a estreia de “Dormir de Olhos Abertos”, de Nele Wohlatz, “Jeanne Dielman, 23, quai du Commerce, 1080 Bruxelles”, de Chantal Akerman, e “Suçuarana”, de Clarissa Campolina e Sérgio Borges
O Cinema do Dragão celebra 12 anos da sua reinauguração como cinema público do Ceará com uma programação especial que inclui uma mostra dedicada ao cineasta Marcelo Gomes e a estreia de três filmes. As atividades começam nesta quinta-feira (11) no complexo cultural, gerido pela Secretaria da Cultura do Ceará (Secult) em parceria com o Instituto Dragão do Mar (IDM). Com a presença de Marcelo Gomes, o Cinema do Dragão realiza uma mostra dedicada à filmografia do cineasta e apresenta uma pré-estreia comentada.
Na terça-feira, 9 de setembro, o Cinema do Dragão dará início à Sessão Outras-Metragens, uma faixa curatorial dedicada a cineastas com filmes em cartaz. Nesta semana, o foco será a filmografia do cineasta pernambucano Marcelo Gomes. A mostra ocupará a Sala 2 entre os dias 9 e 13, com exibições de seis trabalhos e uma sessão comentada de seu longa mais recente, “Retrato de um Certo Oriente”.
Abrindo a programação na terça (9), às 17h, será exibido “Cinema, Aspirinas e Urubus” (2005), filme premiado em Cannes. Na sexta, 12 de setembro, às 14h, o público poderá conferir “Era Uma Vez Eu, Verônica” (2012), um retrato íntimo e existencial de uma jovem médica. Já no sábado, 13 de setembro, às 14h, será a vez de “Criaturas da Mente” (2024), documentário que mergulha nas pesquisas sobre sonhos e o inconsciente. Os ingressos para esses longas terão um preço promocional de R$ 6 (meia) e R$ 12 (inteira).
Ainda no sábado (13), às 15h40, a mostra apresentará uma sessão de curtas com três filmes dirigidos ou co-dirigidos por Marcelo Gomes: “Sertão de Acrílico Azul Piscina” (2004), “Maracatu, Maracatus” (1995) e “Clandestina Felicidade” (1998). Esta sessão é gratuita, com ingressos distribuídos uma hora antes. Encerrando a programação, no mesmo sábado, às 17h, haverá a exibição de “Retrato de um Certo Oriente” (2023), seguida de uma conversa com o diretor e o produtor Ernesto Soto, mediada por Murilo Hauser. A atividade é gratuita.
Na quinta-feira (11), o Cinema do Dragão estreia três produções: na Sala 1, “Dormir de Olhos Abertos”, dirigido por Nele Wohlatz, que acompanha as relações entre três jovens estrangeiros no Brasil; na Sala 2, “Jeanne Dielman, 23, quai du Commerce, 1080 Bruxelles”, a obra-prima restaurada de Chantal Akerman que retrata a rotina de uma dona de casa que começa a desmoronar; e “Suçuarana”, de Clarissa Campolina e Sérgio Borges, que narra a jornada de Dora em busca de um vale onde um dia morou sua mãe. Em meio a uma paisagem devastada pela mineração, Dora encontra solidariedade em uma vila de trabalhadores. Os ingressos para as sessões de estreias podem ser adquiridos na bilheteria do Cinema do Dragão e na plataforma Ingresso.com.
Estreias
Na Sala 1, estreia “Dormir de Olhos Abertos”, da cineasta alemã Nele Wohlatz, que integra a Sessão Vitrine Petrobras. O filme acompanha Kai, uma jovem de Taiwan que, durante suas férias no Brasil, conhece outros estrangeiros e tenta entender um país e uma cultura tão diferentes dos seus. Premiado no Festival de Berlim, o longa, que tem uma dramaturgia fora do tradicional e é falado em cinco idiomas, percorreu importantes festivais internacionais. Para o elenco, Wohlatz recrutou atores iniciantes e profissionais, incluindo o argentino Nahuel Pérez Biscayart.
Na Sala 2, o público poderá conferir “Suçuarana”, dirigido por Clarissa Campolina e Sérgio Borges. O filme conta a história de Dora, uma mulher que viaja em busca de uma terra mítica para encontrar seu lugar no mundo. Guiada por um misterioso cachorro, ela atravessa um território devastado pela mineração. Após um acidente, encontra uma vila de trabalhadores que a faz lembrar do lar que tanto procura. O longa foi o grande destaque do último Festival de Brasília, levando os prêmios de Melhor Atriz, Melhor Ator Coadjuvante, Melhor Fotografia, Melhor Edição de Som e Melhor Montagem.
Também na Sala 2, estreia “Jeanne Dielman, 23, quai du Commerce, 1080 Bruxelles”, obra-prima da diretora belga Chantal Akerman. Eleito o melhor filme de todos os tempos em uma votação da revista Sight & Sound, o longa segue três dias na vida de uma dona de casa viúva e solitária, cujas tarefas incluem arrumar as camas, preparar o jantar para seu filho e alguns truques para sobreviver. Lentamente, a rotina meticulosa e ritualizada da protagonista começa a desmoronar.