Museu da Imagem e do Som realiza seminário de preservação de acervos digitais e inaugura nova exposição imersiva
20 de agosto de 2025 - 10:43 #MIS-CE #Museu da Imagem e do Som do Ceará #Programação #Rece #Rede Pública de Espaços e Equipamentos Culturais do Ceará
Texto: Ascom Museu da Imagem e do Som do Ceará
A exposição AVATARA, do francês Denis Rouvre, integra a Temporada França – Brasil 2025; programação da semana inclui ainda fala aberta, oficina e show
(Foto: Deyvison Teixeira)
O Museu da Imagem e do Som do Ceará realiza nesta semana o I Seminário de Preservação de Acervos, na quarta e na quinta-feira (20 e 21). Na sexta-feira (22), acontece uma fala aberta sobre fotografia e direitos humanos, com Dilmar Miranda, Ratão Diniz e João Roberto Ripper, com mediação de Sérgio Carvalho. Já no sábado (23), haverá uma fala aberta com com Ju Bentes, uma oficina de câmera obscura com Keli Pereira e um show de MPB com a Camerata de Cordas da UFC e Lia Lemos. No domingo (24), será inaugurada a exposição AVATARA, do fotógrafo francês Denis Rouvre. Todas as atividades são gratuitas. De quarta a sábado, o Anexo estará fechado para montagem da nova exposição. O MIS integra a Rede Pública de Equipamentos Culturais (Rece) do Governo do Ceará, vinculada à Secretaria da Cultura, com gestão parceira do Instituto Mirante.
I Seminário de Preservação Digital de Acervos
O MIS promove o I Seminário de Preservação Digital de Acervos, que acontecerá no auditório do Museu nos dias 20 e 21 de agosto, das 9h às 16h30. O evento reunirá especialistas de diversas áreas para discutir os desafios, as práticas e as estratégias de preservação digital em contextos institucionais, com foco em arquivos, museus, bibliotecas e iniciativas interdisciplinares. As inscrições já estão encerradas, mas o evento será transmitido no canal do MIS no YouTube. O seminário é voltado a profissionais, estudantes e gestores da cultura, memória e tecnologia. No primeiro dia, serão realizadas duas mesas sobre os temas “Arquivos em Rede”, com foco na sustentabilidade e nas políticas para repositórios digitais, e “Museus em Ambientes Digitais”, que abordará a mediação, a documentação e os desafios da museologia digital. No segundo dia, o seminário abordará o tema “Inteligência Artificial na Preservação do Patrimônio Cultural”, discutindo aplicações e implicações éticas da inteligência artificial em processos como catalogação e restauração de acervos. O evento será encerrado com a mesa sobre “Preservação em Perspectiva”, que propõe um diálogo interdisciplinar sobre os pontos de convergência em relação ao tema. A programação contempla experiências nas áreas de arquivo, museologia, biblioteconomia, conservação digital e interdisciplinaridade, reunindo profissionais, pesquisadores e gestores envolvidos com a gestão e salvaguarda de acervos digitais.
Semana da Fotografia: Fala aberta sobre Fotografia e Direitos Humanos
Homenagem a Sebastião Salgado (Foto: Deivyson Teixeira)
Na semana que marca o Dia Mundial da Fotografia, celebrado em 19 de agosto, o MIS realiza na sexta-feira (22), das 16h às 18h, na praça, uma fala aberta sobre fotografia e direitos humanos. A atividade integra a programação da Galeria da Liberdade. O momento será um encontro com dois grandes nomes da fotografia documental e social no Brasil: Ratão Diniz e João Roberto Ripper. Os fotógrafos compartilharão suas trajetórias, abordando a potência da imagem como ferramenta de denúncia, resistência e afirmação de direitos. Com mediação do fotógrafo Sérgio Carvalho, o debate trará perspectivas sobre a relação entre fotografia, periferias, culturas populares e a luta por justiça social, destacando o papel da arte na transformação de realidades. Na sequência, haverá uma homenagem ao fotógrafo Sebastião Salgado com o professor Dilmar Miranda.
Ratão Diniz, fotógrafo e educador da Maré (RJ), trará sua experiência na documentação de festas tradicionais e territórios periféricos, enquanto Ripper, referência em fotografia humanista, discutirá seu trabalho com comunidades vulneráveis e a ética no registro social. Juntos, debaterão como a imagem pode desafiar estigmas, preservar memórias e amplificar vozes invisibilizadas. A atividade incluirá exibição de fotos e espaço para perguntas, incentivando a troca com o público. A proposta visa não apenas celebrar a fotografia engajada, mas também estimular um olhar crítico sobre direitos humanos e representação visual, conectando arte, educação e ativismo.
Formado pela Escola de Fotografia Popular (2004), Ratão Diniz hoje coordena tecnicamente a mesma instituição. Com mais de 20 anos de trajetória, destaca-se como fotodocumentarista, registrando culturas populares, periferias e festas tradicionais, com ênfase no uso de máscaras em rituais brasileiros, tema que também lecionou na UFRJ. Participou de exposições nacionais e internacionais, como “Rio Occupation London” (UK) e “Festas, Sambas e Outros Carnavais” (Sesc SP), e curadorias como “Fervo” e “Crias” na Galeria 535 (Observatório de Favelas). Publicou o livro “Em Foto” (2014) e desenvolve oficinas em instituições como Funarte e Sesc. O trabalho de Ratão articula imagem, território e memória, com foco na valorização das potências periféricas e das experiências populares urbanas e rurais.
João Roberto Ripper é referência nacional e internacional na fotografia engajada com direitos humanos. Com formação em Jornalismo, trabalhou em veículos como “O Globo” e “Última Hora”, além de integrar a agência independente F4. Fundador da ONG Imagens da Terra e idealizador do Projeto Imagens do Povo — uma agência-escola que forma fotógrafos de favelas, como o Complexo da Maré —, Ripper dedica-se a usar a imagem como instrumento de transformação social, combatendo estereótipos e ampliando narrativas periféricas. Ao longo de mais de quatro décadas, documentou conflitos sociais, como o trabalho escravo em minas de carvão e a luta dos Guarani Kaiowá por direitos básicos. Criador do conceito de “fotografia compartilhada” — em que os fotografados participam da edição —, ministra a oficina Bem Querer, difundindo princípios da comunicação popular. Seus livros, “Imagens Humanas” e “Retrato Escravo”, sintetizam seu compromisso com a justiça social.
Na ocasião, haverá ainda uma fala do professor, escritor e ex-diretor do MIS Dilmar Miranda sobre o trabalho do fotógrafo Sebastião Salgado e sobre as fotos do artista realizadas no Ceará nos anos 1980, doadas ao MIS durante a gestão de Dilmar.
Semana da Fotografia: Oficina de Câmera Obscura
No sábado (23), das 13h às 16h, acontece na sala multiuso a oficina de câmera obscura com Keli Pereira, educadora do MIS. São ofertadas 15 vagas para pessoas acima de 14 anos. A atividade oferece uma experiência prática e divertida para explorar os princípios básicos da fotografia e da ótica. Os participantes aprenderão sobre a história e o funcionamento da câmera obscura, construindo suas próprias câmeras a partir de materiais simples, como caixas de papelão. O processo permite entender como a luz interage com objetos e como as imagens são formadas, abordando conceitos de luz, sombra e perspectiva. Além de fornecer conhecimento técnico, a oficina incentiva a criatividade, permitindo a exploração de diferentes formas de enquadramento e composição. Ideal para entusiastas da fotografia, estudantes de artes visuais e curiosos, a oficina proporciona uma nova apreciação pela fotografia e pela ciência por trás dela. Ao final, cada participante terá sua própria câmera obscura feita à mão para continuar explorando em casa. As inscrições devem ser feitas neste link.
“Certas canções – Um sonho em dois concertos”, show de música popular brasileira com a Camerata de Cordas da UFC e Lia Lemos
No sábado (23), das 18h às 19h30, acontece na praça do MIS o show de música popular brasileira “Certas canções – Um sonho em dois concertos”, com Camerata de Cordas da UFC, sob a direção da Professora Liu Man Ying, e Lia Lemos, cantora, compositora e instrumentista cearense, atuante na cena musical da cidade e artista independente. No repertório, músicas icônicas de grandes nomes da música brasileira como Milton Nascimento, Djavan e Oswaldo Montenegro, entre outros.
Conversas Experimentais: Themônias – Afeto e Revolução no Corpo-Território Amazônico, com Ju Bentes
No sábado (23), das 18h às 19h30, acontece no auditório do MIS uma roda de conversa com o artista Ju Bentes. A fala é voltada para pessoas da comunidade LGBTQIAPN+, com foco em pessoas trans, a partir de 16 anos de idade. Ju Bentes pretende elencar os eixos do Manifesto das Themônias (2020) e os processos de Trans-Themonização como dispositivos de resistência, articulando entre estética, política e afetividade; falar sobre as expressões da arte Themônia sob uma perspectiva etnográfica, considerando identidade, performance e territorialidade na Amazônia; pensar o corpo alterado como ferramenta de territorialização, e o afeto como estratégia de sobrevivência e reconfiguração de espaços normativos e expandir o debate sobre gênero na arte contextualizando a partir da insurgência artística e sociopolítica das Themônias no contexto amazônico.
Ju Bentes é Professor Substituto de Cenografia da ETDUFPa – Escola de Teatro e Dança da UFPa. Doutorando em Artes pela UFPa, Mestre em Artes pela UFPa (2019), Especialista em Gestão Cultural – Cultura, Desenvolvimento e Mercado pelo SENAC (2017), graduado em Comunicação Social pelo IESAM (2013), técnico em Cenografia pela ETDUFPa (2016). Vice-Presidente da ASCULTA – Associação Cultural das Themônias da Amazônia. Father e Fundador da Haus of Carão desde 2017. Tem experiência na área de Eventos voltados para o público LGBT, sendo Organizador, Produtor e DJ da Produtora Bafônica (2012-2015). Esteve na Direção de Arte do curta-metragem Meninx em 2016, além de possuir vasta experiência na área de Sonoplastia e Sonorização de eventos e espetáculos. Realiza ações performativas como Themônia sob a identidade de “Skyyssime” desde 2016. Autor do livro “Ekoaoverá: Um Estudo Sobre a Territorialidade no Processo Identitário das Drags Themônias” de 2020.
Abertura da exposição “AVATARA” de Denis Rouvre
Denis Rouvre
No domingo (24), acontece a partir das 17h a abertura da exposição AVATARA, do fotógrafo francês Denis Rouvre. O evento começará com discotecagem do DJ Rafa, na praça do MIS. Em seguida haverá a abertura institucional, com a presença do artista. Às 18h30, na sala imersiva, haverá uma roda de conversa com Denis Rouvre, e dois de seus fotografados, Diabão Praddo e Lets. A mostra é composta por uma projeção audiovisual na sala imersiva e por 20 fotografias expostas no corredor do andar -2 do Anexo. A classificação indicativa é de 16 anos.
Bifurcação lingual, implantes, tatuagens nos olhos e no rosto e remoção de partes do corpo. Essas são algumas das formas de modificação corporal extrema praticadas pelas pessoas retratadas por Denis Rouvre. AVATARA questiona conceitos como liberdade, identidade e estética. Trazendo o corpo como manifesto e colocando-o no foco da discussão, a exposição nos convida a refletir sobre aceitação da diferença e preconceitos. Ao refletir sobre as pessoas fotografadas, o fotógrafo Denis Rouvre afirma que são “pessoas à margem, que desafiam o formato, que vivem entre a luta e a invenção de si. Gente que, pela dor ou pela urgência, transforma o corpo em afirmação. Em liberdade. Em resistência”. AVATARA traz, assim, uma proposta artística que debate os limites da política do corpo. “Eu via neles não o excesso, mas a urgência de existir. A coragem de se reinventar.”, diz o artista.
Nascido em 1967 em Épinay-sur-Seine, França, Denis Rouvre reside no Brasil. Retratista graduado na escola de Louis Lumière em 1987, Denis tem buscado o que conecta as pessoas ao redor do mundo, afirmando uma estética pessoal na fotografia de estúdio com fundo preto. É hoje uma referência internacional na arte do retrato fotográfico. Seus retratos foram exibidos em instituições de prestígio como o Rencontres d’Arles, Paris Photo e Pinacothèque de Paris, além de integrar coleções públicas e particulares. Ao longo de sua carreira, recebeu importantes prêmios, como o World Press Photo, Sony World Photography e o Hasselblad Masters Portrait. Seu trabalho é frequentemente exibido e publicado na França e internacionalmente.
A exposição AVATARA é uma das programações que integram a “Temporada França – Brasil 2025”, que celebra os 200 anos de relações diplomáticas entre os dois países. A partir do trabalho de intercâmbio e internacionalização cultural do Governo do Ceará, por meio da Secretaria da Cultura do Ceará (Secult), nossa identidade cultural também é parte dessa iniciativa internacional. A Temporada França-Brasil 2025, organizada de abril a setembro na França e de agosto a dezembro no Brasil, é um conjunto de eventos e encontros que celebram esse marco na relação diplomática entre os dois países. A decisão de organizar a Temporada foi tomada pelos presidentes Emmanuel Macron e Luiz Inácio Lula da Silva em junho de 2023, em Paris, com o objetivo de impulsionar a cooperação bilateral, fortalecer as respostas conjuntas aos desafios políticos, sociais e ecológicos contemporâneos, e apresentar a riqueza e diversidade da cultura de ambos os países. A Temporada está coordenada pelo Institut Français e o Instituto Guimarães Rosa em estreita colaboração com as Embaixadas da França no Brasil e do Brasil na França, sob a autoridade dos ministérios das Relações Exteriores e da Cultura de ambos os países.
Exposições do MIS
Nesta semana, o Anexo do MIS estará fechado de quarta a sábado para montagem da nova exposição, retornando no domingo (24). A exposição interativa “Laboratório dos Sentidos”, no Casarão, seguirá aberta todos os dias (quarta a domingo). No domingo (24), a sala imersiva exibirá as obras “Fósseis do Cariri” e “Re-floresta” das 10h às 15h. A partir das 15h, será exibida “Avatara” até às 18h, com classificação indicativa de 16 anos.
O MIS funciona de quarta a domingo, com horários diferenciados: quartas, quintas e domingos, das 10h às 18h (acesso até 17h30), e sextas e sábados, das 13h às 20h (acesso até 19h30).
SERVIÇO:
MUSEU DA IMAGEM E DO SOM DO CEARÁ
Endereço: Av. Barão de Studart, 410. Meireles.
Entrada: gratuita.
I Seminário de Preservação Digital de Acervos
Data: 20 e 21 de agosto (quarta e quinta)
Horário: 9h às 16h30
Local: auditório / canal do MIS no YouTube
As inscrições já estão encerradas, mas o evento será transmitido no canal do MIS no YouTube.
Semana da Fotografia: Fala aberta sobre Fotografia e Direitos Humanos
com Ratão Diniz e João Roberto Ripper. Mediação de Sérgio Carvalho.
Homenagem a Sebastião Salgado com Dilmar Miranda.
Data: 22 de agosto (sexta)
Horário: 16h às 18h
Local: praça do MIS
Semana da Fotografia: Oficina de Câmera Obscura
com Keli Pereira
Data: 23 de agosto (sábado)
Horário: 13h às 16h
Local: sala multiuso
15 vagas para pessoas acima de 14 anos.
As inscrições devem ser feitas neste link.
“Certas canções – Um sonho em dois concertos”, show de música popular brasileira com a Camerata de Cordas da UFC e Lia Lemos
Data: 23 de agosto (sábado)
Horário: 18h às 19h30
Local: praça do MIS
Conversas Experimentais: Themônias – Afeto e Revolução no Corpo-Território Amazônico, com Ju Bentes
Data: 23 de agosto (sábado)
Horário: 18h às 19h30
Local: auditório
A fala é voltada para pessoas da comunidade LGBTQIAPN+, com foco em pessoas trans, a partir de 16 anos de idade.
Abertura da exposição “AVATARA” de Denis Rouvre
Data: 24 de agosto (domingo)
Horário: 17h – discotecagem e abertura / 18h30 – roda de conversa
Local: praça /sala imersiva
Classificação indicativa: 16 anos