Museu da Imagem e do Som recebe AVATARA, exposição fotográfica e obra imersiva que retratam modificações corporais
18 de agosto de 2025 - 13:24 #MIS-CE #Museu da Imagem e do Som do Ceará #Rece #Rede Pública de Espaços e Equipamentos Culturais do Ceará
Texto: Ascom MIS | Foto: Denis Rouvre (Copyright)
De autoria do fotógrafo francês Denis Rouvre, as imagens questionam conceitos como liberdade, identidade e estética
Diabao Prado – Copyright Denis Rouvre
O Museu da Imagem e do Som do Ceará inaugura em 24 de agosto a exposição fotográfica AVATARA, do artista francês Denis Rouvre. O evento de lançamento acontece a partir das 17h, na Sala Imersiva, e contará com uma roda de conversa com convidados às 18h30. A mostra é composta por uma projeção audiovisual na sala imersiva e por 20 fotografias expostas no corredor do andar -2 do Anexo. O MIS integra a Rede Pública de Equipamentos Culturais da Secretaria da Cultura do Estado do Ceará, com gestão parceira do Instituto Mirante de Cultura e Arte.
O corpo sempre foi um território de imposições e expectativas. Moldado por padrões sociais, por normas invisíveis que definem o aceitável e o desviante, ele se tornou símbolo de pertencimento ou exclusão. Mas e quando o corpo deixa de ser um reflexo do que a sociedade espera e se torna, por escolha própria, uma afirmação radical de identidade?
Bifurcação lingual, implantes, tatuagens nos olhos e no rosto e remoção de partes do corpo. Essas são algumas das formas de modificação corporal extrema praticadas pelas pessoas retratadas por Denis Rouvre, fotógrafo francês criador de AVATARA. A exposição reúne 20 fotografias no corredor do andar -2 do Anexo e uma projeção audiovisual na sala imersiva do MIS.
AVATARA questiona conceitos como liberdade, identidade e estética. O que significa ter um corpo fora dos padrões tradicionalmente determinados? “Sejam homens ou mulheres, eles nos convidam a olhar para eles; melhor, a escrutiná-los, a ler cada detalhe de seus corpos meticulosamente trabalhados e nos forçando a parar como faríamos diante de uma pintura em um museu. Eles nos olham diretamente e parecem nos dizer: E agora, você consegue me ver? Você me aceita como eu sou?”, afirma o curador francês Jean-Jacques Farré.
Trazendo o corpo como manifesto e colocando-o no foco da discussão, AVATARA nos convida a refletir sobre aceitação da diferença e preconceitos. Ao refletir sobre as pessoas fotografadas, o fotógrafo Denis Rouvre afirma que são “pessoas à margem, que desafiam o formato, que vivem entre a luta e a invenção de si. Gente que, pela dor ou pela urgência, transforma o corpo em afirmação. Em liberdade. Em resistência”. AVATARA traz, assim, uma proposta artística que debate os limites da política do corpo. “Eu via neles não o excesso, mas a urgência de existir. A coragem de se reinventar.”, diz o artista.
As imagens e relatos apresentados por Denis Rouvre não nos pedem compaixão nem entendimento — apenas o reconhecimento de que há múltiplas formas de ser. AVATARA é uma provocação. É um convite à dissolução do olhar normativo, ao abandono do medo da diferença. “É um trabalho sobre o renascimento. Para renascer temos de morrer um pouquinho”, explica o fotógrafo.
Denis Rouvre
Nascido em 1967 em Épinay-sur-Seine, França, Denis Rouvre reside no Brasil. Retratista graduado na escola de Louis Lumière em 1987, Denis tem buscado o que conecta as pessoas ao redor do mundo, afirmando uma estética pessoal na fotografia de estúdio com fundo preto. É hoje uma referência internacional na arte do retrato fotográfico. Reconhecido por sua habilidade única de capturar a essência humana, Rouvre construiu uma carreira marcada pela sensibilidade e profundidade de suas imagens, que transcendem o simples registro visual e se tornam narrativas emocionais e filosóficas.
Sua trajetória começou no universo das celebridades, no qual fotografou algumas das figuras mais emblemáticas do cinema, da música e da política. Robert De Niro, Tilda Swinton e Morgan Freeman são apenas alguns dos nomes que passaram por sua lente. No entanto, sua busca por histórias autênticas o levou a trilhar um caminho autoral, onde o ser humano comum se torna o centro de sua obra.
Seus retratos foram exibidos em instituições de prestígio como o Rencontres d’Arles, Paris Photo e Pinacothèque de Paris, além de integrar coleções públicas e particulares. Ao longo de sua carreira, recebeu importantes prêmios, como o World Press Photo, Sony World Photography e o Hasselblad Masters Portrait. Seu trabalho é frequentemente exibido e publicado na França e internacionalmente.
Serviço
MUSEU DA IMAGEM E DO SOM DO CEARÁ
Endereço: Av. Barão de Studart, 410. Meireles.
Entrada: gratuita.
ABERTURA DE AVATARA
exposição fotográfica de Denis Rouvre
Data: 24 de agosto (domingo)
Horário: 17h – abertura / 18h30 – roda de conversa
Local: Sala Imersiva
Local da exposição: sala imersiva e corredor do andar -2 do Anexo
Classificação indicativa: 16 anos