“Maracá Nheenga”: Projeto presta homenagem a Benício Pitaguary com atividades gratuitas no Theatro José de Alencar

29 de abril de 2022 - 09:33 # #

Ascom Theatro José de Alencar

Teatro Morro do Ouro e Praça Mestre Boca Rica receberão programação especial, a partir das 13h30min, dentro do programa “Theatro Cidadão”       

O Theatro José de Alencar, equipamento da Secretaria da Cultura do Ceará (Secult CE), gerido pelo Instituto Dragão do Mar (IDM), realiza no próximo dia 29 de abril (sexta-feira), no Teatro Morro do Ouro e Praça Mestre Boca Rica, o evento “Maracá Nheenga – Uma Homenagem a Benício Pitaguary”, ação do programa “Theatro Cidadão”, do TJA, voltada para a valorização da cultura, memória e luta dos povos indígenas no Ceará. 

Nheenga, na linguagem indígena nheengatu (antigo tupi-guarani) possui traduções correspondentes à voz, fala, expressão falada. Assim, busca-se o que o maracá pode dizer. Querem-se ouvir as vozes do maracá. O maracá desta pauta em questão não é um qualquer, mas o maracá que carrega em si toda a força da simbologia indígena de vida e luta. O maracá que chama para a roda em seus rituais, em seus movimentos. 

Com acesso gratuito e seguindo os atuais protocolos de combate à Covid-19 (comprovante com o esquema vacinal completo), as atividades acontecem numa parceria do TJA com a Coordenadoria de Patrimônio Cultural e Memória (COPAM/ Secult CE) e o Centro de Defesa e Promoção dos Direitos Humanos da Arquidiocese de Fortaleza (CDPDH). O apoio logístico, por sua vez, vem das prefeituras de Caucaia e Itapipoca.

Fechada ao público, a programação temática inicia, às 13h30min, no Teatro Morro do Ouro (Anexo CENA), com a apresentação do espetáculo infantil “As Aventuras de João Sortudo”, da Cia. Prisma de Artes, para as crianças de três instituições indígenas de ensino no Estado: Escola Brolhos da Terra dos Tremembés (Itapipoca), Escola Jenipapo Kanindé (Aquiraz) e Escola Índios Tapeba (Caucaia). 

Na sequência, às 15h, os pequenos irão fazer uma Visita Guiada aos diversos espaços do equipamento. Às 19h30min, desta vez aberta ao público, o evento irá se transportar para a Praça Mestre Boca Rica. Na ocasião, haverá exposição e venda de artesanatos e produtos feitos pelas comunidades indígenas, numa parceria também com a AMICE – Articulação de Mulheres Indígenas no Ceará (M Região APOIONME-CE).

O destaque deste momento será uma exposição de fotografias do grafismo do artista plástico, comunicador e líder indígena Benício Pitaguary, falecido no último dia 28 de março, além de alguns de seus estudos. “A ideia é fazer essa memória viva. Ele se encantou, mas continua entre nós através da sua arte”, destacou a COPAM. Para finalizar a programação, haverá apresentação do grupo musical de Luiza Canuto, liderança indígena do Povo Tabajara do Olho D’água dos Canuto de Monsenhor Tabosa.

Sobre o homenageado 

Benício era licenciado em Geografia pela Universidade Federal do Ceará (UFC) e cursava o mestrado no Programa de Pós Graduação em Desenvolvimento e Meio Ambiente (Prodema-UFC). Aos 18 anos, começou a participar de ações que envolviam a luta pela terra do povo Pitaguary. 

Entre outras atividades, o jovem atuava no Museu Indígena Pitaguary, era artista e curador indígena, trabalhava com canais no Youtube e no Instagram, e executava vários projetos de educação, arte e cultura. A especialidade artística eram os grafismos indígenas. 

Liderança importante na luta pelos direitos indígenas no Ceará, Benício integrava ainda o Comitê Gestor dos Povos Indígenas do Estado, que tem cadeira no Conselho de Cultura do Estado. Sua morte precoce, aos 29 anos de idade, não teve causa divulgada.

SERVIÇO

“Maracá Nheenga – Uma homenagem a Benício Pitaguary”

Quando: 29 de abril (sexta-feira), às 19h30min

Onde: Praça Mestre Boca Rica/ Anexo CENA do Theatro José de Alencar (Rua Liberato Barroso, 525 – Centro)

Programação gratuita

* Obrigatória a apresentação do comprovante com o esquema vacinal completo contra a Covid-19 (três doses para pessoas com 18 anos ou mais), acompanhado de RG ou outro documento oficial com foto