“Cartas da Juventude”: Sala Izaíra Silvino (Foyer do TJA) recebe lançamento de livro organizado por Assis Lima no dia 23 de abril

19 de abril de 2022 - 14:58 # #

Ascom Theatro José de Alencar

Na ocasião, às 17h, haverá pocket-show gratuito de Tiago Araripe com a presença dos autores Flamínio Araripe e Assis Lima

O Theatro José de Alencar (TJA), equipamento da Secretaria da Cultura do Ceará (Secult CE), gerido pelo Instituto Dragão do Mar (IDM), recebe no próximo dia 23 de abril (sábado), às 17h, na Sala Izaíra Silvino (Foyer), o lançamento do livro “Cartas da Juventude (1968-1977) – Crônica de Época, Relatos Autoetnográficos” (Editora Confraria do Vento, 398 páginas/ preço de capa: R$ 67).

Com entrada franca, o evento contará com a presença de três dos seis autores – Tiago Araripe, Flamínio Araripe e Assis Lima – e pocket-show de Tiago Araripe, nome histórico da música do Ceará para o Brasil, na companhia de Caio Castelo ao violão.

No difícil período da vida brasileira marcado pela ditadura militar, seis jovens comentam, por meio de cartas, suas descobertas, interesses, dúvidas e decisões. Um rito de passagem muitas vezes duro, mas necessário. Dessa correspondência nasceu “Cartas da Juventude (1968-1977) – Crônica de Época, Relatos Autoetnográficos”.

O livro foi organizado por Assis Lima, médico e poeta cratense, que guardou as cartas recebidas dos amigos entre os anos de 1968 e 1977. São eles: Tiago Araripe (cantor, compositor e publicitário cratense, residente em Portugal), Flamínio Araripe (jornalista cratense, residente em Fortaleza, irmão de Tiago),  Emerson Monteiro (advogado e escritor, natural de Lavras da Mangabeira, residente em Crato), Eugênio Gomez (médico e músico mineiro, residente em Lavras-MG), José Esmeraldo Gonçalves (jornalista cratense, residente no Rio de Janeiro) e Pedro de Lima (arquiteto e escritor maranhense que morou em Crato, residente em Natal-RN).

As cartas dizem do que se absorvia da cultura da época, em especial na música, no cinema e na literatura. Registram a memória e resgatam sentimentos íntimos de um grupo de amigos no momento em que faziam suas legítimas escolhas pessoais e profissionais. Acrescidas de textos e notas atuais escritos pelos autores, tornam-se documentos que alcançam, em sua verdade, jovens de qualquer geração.

“Que as memórias daqueles anos precisem ser narradas e que o sejam não é novidade. Mas que cheguem até nós, hoje, sob a forma de cartas entre amigos, é algo excepcional. Mais do que memórias colhidas pela força da narrativa, são registros vivos, embebidos no agora de então, com toda a força da experiência e do contexto daqueles anos”, destaca, sobre o livro, a professora Ana Cecília de Sousa Bastos.

“Este livro alcança a memória e resgata sentimentos íntimos de um grupo de amigos no momento em que, tais quais milhares de outros, faziam suas legítimas escolhas pessoais e profissionais. E foram aquelas escolhas, certas ou erradas, que os trouxeram ao Brasil de hoje, mais de 50 anos depois, e às páginas que se seguem. Pode-se dizer que suas trajetórias são um traço contínuo em um país que, de ponto a ponto – 1968 a 2022 – parece ter percorrido um círculo”, ressalta, por sua vez, José Esmeraldo Gonçalves, um dos autores.

Pocket-show: mais sobre Tiago Araripe

Nos anos 1970, Tiago Araripe trocou o Crato natal por Recife, de onde, após desenvolver os primeiros projetos musicais “udigrudi” com o grupo Nuvem 33, partiu para a capital paulista, para encontrar o compositor baiano Tom Zé. Com ele lançou em 1974 o compacto com “Conto de Fraldas” (de Tom Zé) e “Teu Coração Bate, o Meu Apanha” (de Tiago Araripe e Décio Pignatari). Perenizadas pelas plataformas de streaming, as duas canções ultrapassaram barreiras de tempo/espaço e chegaram a novos públicos. No Spotify, a primeira atingiu mais de 146 mil plays, enquanto a segunda superou a marca das 113 mil audições.

Tiago participou do Festival Abertura, da TV Globo, em 1975, com o tango “Drácula,” também parceria com Décio Pignatari, e integrou o grupo Papa Poluição , que dividiu com Belchior uma temporada de shows no circuito Sesc. Também compôs trilhas para filmes como o premiado “Sargento Getúlio”.

Em 1982, lançou pelo selo Lira Paulistana o clássico LP “Cabelos de Sansão”, redescoberto e relançado nacionalmente por Zeca Baleiro, por meio do selo Saravá Discos, em 2008. Em 2022 o disco completa 40 anos. Em 2013, com a participação e o apoio de Baleiro, Tiago lançou “Baião de Nós”, seu segundo disco de composições inéditas.

Agora, novamente com a participação do maranhense, entre outros ilustres convidados, Tiago, radicado em Portugal, está lançando o álbum “Terramarear”. Entre as faixas do disco, destaque para “Você é um Oásis”, cantada em dueto com Zeca, selecionada pelo Spotify para uma playlist editorial da plataforma, “Lugar ao sol” e “Pequeno planador”, ambas premiadas nos recentes Festivais de Música de Fortaleza, na interpretação, respectivamente, de Luiza Nobel e de Nayra Costa.

Além da presença de Zeca Baleiro, o novo álbum, “Terramarear”, conta com a participação de artistas como a pernambucana Isadora Melo, a cantante alentejana Mara, os cearenses Marcos Lessa e Nonato Luiz, e a paulista Vânia Bastos. Ao todo, 27 músicos de três continentes estão reunidos no disco.

Bom lembrar que, graças a Baleiro e seu selo Saravá Discos, “Cabelos de Sansão” foi relançado em CD e chegou às plataformas de streaming, 26 anos depois de ter surgido em meio ao movimento que ficou conhecido como vanguarda paulista.

SERVIÇO

Lançamento do livro “Cartas da Juventude”, com a presença de três dos seis autores da obra + pocket-show de Tiago Araripe, com Caio Castelo ao violão

Quando: 23 de abril (sábado), às 17h

Onde: Sala Izaíra Silvino/ Foyer do Theatro José de Alencar (Rua Liberato Barroso, 525 – Centro)

Entrada franca (capacidade máxima: 80 lugares)

Outras info: (85) 99973-3054 (WhatsApp) e redes sociais de Tiago Araripe

* Obrigatória a apresentação de comprovante com o esquema vacinal completo contra a Covid-19 (três doses para pessoas com 18 anos ou mais), acompanhado de RG ou outro documento oficial com foto